Atriz.
Formada pelo Centro de Pesquisa Teatral (CPT), coordenado por Antunes Filho.
Integrou o elenco da série ‘Jogo Duplo’. Na televisão, atuou nas telenovelas ‘Carrossel’
e ‘Chiquititas’, ambas do SBT.
O que te faz aceitar participar de produções em curta-metragem?
Para o ator é
sempre bom experimentar outras linguagens, outras circunstâncias, outros personagens.
Mas o que me pega mesmo é um bom roteiro, uma história que me emocione, me
surpreenda e que me faça refletir. Se não for assim, prefiro não fazer.
Conte
sobre a sua experiência em trabalhar em produções em curta-metragem.
Foram experiências
muito ricas, costumo trabalhar com os estudantes de cinema, e já pude constatar
que tem muita gente boa, talentosa vindo aí. Só sinto necessidade de ser mais
bem preparada. Acho que ainda faltam no Brasil diretores de atores, ou
preparadores de atores que sejam competentes. A presença desse profissional em
um set de filmagem e, mesmo antes de entrar no set, auxiliando o ator, faz toda
a diferença.
Por que os curtas não têm espaço em críticas de
jornais e atenção da mídia em geral?
O curta precisa ser mais divulgado, as pessoas, em geral, menosprezam o curta,
o acham menor, não o valorizam. Já vi curtas belíssimos, mas já vi também
muitas “bombas”. E isso acaba passando uma ideia de que o curta pode ser feito
de qualquer jeito, no amadorismo. E é o que muitas vezes acontece. Há muitas
produções ruins, sem pé nem cabeça, descuidadas...
Na sua opinião, como deveria ser a exibição dos
curtas para atingir mais público?
Deveriam ser exibidos nos cinemas antes dos longas e
também na TV em canais abertos.
O curta-metragem para um profissional (seja ele
da atuação, direção ou produção) é o grande campo de liberdade para
experimentação?
Claro, a maioria dos profissionais do cinema iniciam
sua carreira fazendo curtas. Mas acredito que essa liberdade para experimentação
deva ser mantida em todas as linguagens artísticas, pois o que alimenta
qualquer artista é a criação e a experimentação constantes.
O curta-metragem é um trampolim para fazer um
longa?
Eu, sinceramente, acho que fazer um curta é mais
difícil do que um longa. Pois o curta necessita de uma síntese absurda, nada
pode ser gratuito, qualquer elemento como luz,
objeto, som, fala, personagem... deve ser narrativo e muito, muito
significativo. É como na literatura, você tem o conto e o romance, que no
cinema equivalem ao curta e ao longa, respectivamente. O conto narra uma
história breve, o tempo e o espaço têm de estar condensados, e para isso o
escritor deve mensurar muito bem as palavras para seduzir, encantar o leitor.
Sobre isso, gosto muito do que diz o escritor argentino Júlio Cortázar: “O
romance ganha sempre por pontos, enquanto que o conto por “knock-out”. E no cinema o processo é exatamente o mesmo,
acredito que o que importa mesmo é contar uma boa história, seja ela em 15 ou
em 90 minutos.
Qual é a receita para vencer no audiovisual
brasileiro?
Acredito que não há uma receita, uma fórmula. O bom
resultado, o sucesso em tudo o que se
faz é simplesmente a consequência de muito trabalho, dedicação, disciplina,
persistência e vontade.
Pensa em dirigir um curta futuramente?
Ainda não tenho esta pretensão. Gosto mais de ser
dirigida. Escrever um roteiro já é algo que me seduz. Quem sabe um dia?!