Jornalista formado
pela Universidade Católica de
Santos (UniSantos). Seus guias
impressos anuais são tidos como a melhor referência em língua portuguesa sobre a sétima arte.
Qual é a importância histórico do
curta-metragem na história da filmografia brasileira?
Na verdade, o curta-metragem em toda parte sempre foi o primo pobre. No
sistema americano era complemento de programa e feito pelo próprio estúdio para
treinar atores, roteiristas e diretores novos. Na Europa, treinava diretores e
de vez em quando tinha obra-prima como o balão vermelho ou os do Resnais. Mas
ele nunca atingiu o publico diretamente, que teve dificuldades em consumi-lo...
talvez o mais curioso tenha sido o italiano que fazia filmes em episódios que
nada mais eram que curtas unidos por um tema e faziam muito sucesso, inclusive
no Brasil. Dos nossos temos o ‘Pátio’ de Lima Barreto, da Vera Cruz que ganha
prêmio em Cannes, o ‘Couro de Gato’ que depois vai fazer parte de ‘5 vezes Favela’
e finalmente o ‘A Ilha das Flores’... mesmo assim o publico sempre os ignorou.
Por
que os curtas não têm espaço em críticas de jornais e atenção da mídia em
geral?
Porque o publico
dificilmente tem acesso a eles... e os jornais e revistas também em cima da
noticia.. não há preconceito.. simplesmente nunca se resolveu esse problema da
distribuição dos curtas para o um publico maior...em parte alguma do mundo.
Na
sua opinião, como deveria ser a exibição dos curtas para atingir mais público?
Acho que hoje em
dia pela internet e YouTube!, principalmente eles tem a maior chance de serem
descobertos... E vistos...
O
curta-metragem para um profissional (seja ele da atuação, direção ou produção)
é o grande campo de liberdade para experimentação?
Poder ser. Depende
do projeto e da intenção dos realizadores. Porque a gente imagina que seja para
iniciantes... o que nem sempre é verdade...
O
curta-metragem é um trampolim para fazer um longa?
Não, hoje em dia
tenho visto gente usa-lo como uma espécie de portfólio exemplo do trabalho da
pessoa... para conseguir em prego em produtoras, agências e até cinema
profissional, dirigindo...Mas não garante nada.
Qual
é a receita para vencer no audiovisual brasileiro?
Seu eu soubesse
estaria fazendo e estava rico (risos), talvez no curta-metragem seja a
originalidade, não copiar nada, não refazer nada, não repetir fórmulas...
Pensa
em dirigir um curta futuramente?
Não. Já é coisa
resolvida há muitos anos. Fiz um curta-metragem bem no começo da carreira que
foi produzido pela faculdade que lecionava, na verdade pedido deles...depois
ele até perdeu-se, não há copias.. não era muito ruim (risos), mas estou
satisfeito como estou..