Possui graduação em Comunicação
Social pela Universidade Federal de Sergipe (2002) e Pós-graduação 'Lato Sensu'
em Jornalismo Cultural (2005) pela Universidade Tiradentes. É autora do blog ‘Bangalô
Cult’.
Qual é a
importância histórica do curta-metragem na filmografia brasileira?
Num país como o Brasil, onde não existe uma
indústria cinematográfica forte, o début para muitos cineastas é o
curta-metragem. Na década
de 1980, houve um boom na produção de filmes neste formato e vários
festivais começaram a ter mostras competitivas de curtas em sua programação.
Praticamente, os filmes de curta-metragem têm os festivais como suas principais
(ou únicas) janelas já que a Lei do Curta não é colocada em prática. A
importância do curta-metragem na filmografia brasileira dá-se, principalmente,
como um exercício do fazer cinema para vários diretores que, depois despontaram
em longas. O grande exemplo atual é o Kléber Mendonça Filho.
Por que os curtas não têm espaço em críticas de jornais e atenção da mídia
em geral?
Acredito
que o principal problema seja a falta de espaço na mídia para a cultura em
geral. Um grande jornal como O Estado de São Paulo, anunciou mudanças radicais,
suprimindo suplementos, a exemplo do Sabático (dedicado a Literatura). Se
lembrarmos que no advento da chegada do videocassete ao Brasil, tínhamos vários
veículos dedicados ao cinema e, hoje, praticamente, só temos duas ou três
publicações de circulação restrita, então temos o problema do espaço, da
prioridade de pauta para os longas e da questão de se falar de um produto que
dificilmente será visto pela massa.
Na sua opinião, como deveria ser a exibição dos curtas para atingir mais
público?
Acho que
a Lei do Curta precisaria, de fato, funcionar e projetos como o Curta Petrobras
às Seis voltar à ativa.
O curta-metragem para um profissional (seja ele da atuação, direção ou
produção) é o grande campo de liberdade para experimentação?
Não só um
curta, mas o longa também, desde que o trabalho seja essencialmente
independente.
O curta-metragem é um trampolim para fazer um longa?
Não
necessariamente. Mas pode ser um bom cartão de visitas para o realizador,
atores, equipe técnica. De qualquer forma, dirigir um longa demanda uma
logística bem mais complexa do que um curta.
Qual é a receita para vencer no audiovisual brasileiro?
Perseverança
e um bom patrocinador (de preferência).
Pensa em dirigir um curta futuramente?
Estou com um projeto engavetado
que tentarei colocar em prática.