terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

Laerte


Laerte é um é um dos principais quadrinistas do Brasil. Participou de diversas publicações como a Balão e O Pasquim. Também colaborou com as revistas Veja e Istoé e os jornais Folha de São Paulo e Estado de São Paulo. Criou diversos personagens, como os Piratas do Tietê.

Conte um pouco da sua experiência com vídeo?
Espera aí, define melhor vídeo, animação, porque não foi exatamente com o vídeo, animação foi feita num sistema tradicional de desenhos e usando flashes também, mas não é exatamente vídeo. E depois essa parte técnica tudo, não foi eu que fiz, eu me limitei ao roteiro e tudo, então essa minha experiência com vídeo é essa.

O que você acha o grande barato de um curta metragem? Você assiste bastante curta?
Olha, até que assisto bastante curtas eu dou umas passeadas no Youtube!, na TV, ou naqueles festivais de curtas assim, se bem que minha experiência na rede é meio recente, até bem pouco tempo, até semana passada eu não tinha banda larga então não entrava no Youtube!, mas minha experiência é bastante pequena, eu acho que é um público que está começando agora, a medida que essas possibilidades todas ficarem mais acessíveis eu acho que vai acontecer um grande boom assim, mas acho que ainda não aconteceu.

Um desenhista tem um grande poder de síntese, você tem que passar uma mensagem num quadrinho, numa charge, num cartoon, e o seu trabalho eu acho que dá pra encaixar...
Um só momento para eu completar o que estava falando antes. Eu acho que nada aconteceu em umas né?... Em relação a minha experiência aconteceu já, o número de artistas e desenhistas que estão hoje aí integrados e produzindo linguagens bastante novas assim, já é pra mim o boom, o que acho que ainda não aconteceu é em relação a potencialidade da coisa, o potencial do lance, existe a possibilidade de uma transformação bastante maior do que a que ta acontecendo e eu acho que vai rolar ainda mais para frente. Desculpa.

Em relação a essa pergunta eu penso, tanto penso que tô fazendo isso dentro de uma certa medida é claro, porque no domínio técnico dessas coisas estou me introduzindo, na verdade eu sou o artesão do papel, eu faço histórias no papel século 20 ainda.Mas estou fazendo um longa-metragem com Otto Guerra o diretor do Woodstock e do filme do Adão e isso está rolando, já está em fase de roteiro, pode ser dito já está em fase de roteiro ou ainda está em fase de roteiro, dependendo do ponto que você olha, qual que está meio cheio e meio vazio. Mas está fazendo é um filme que vai sair.

E com curta não pensa em fazer alguma coisa?
Eu e o meu filho fizemos um curta, ele desenhou, dirigiu e tudo, baseado numa história minha. Eu ajudei um pouco no roteiro e o argumento é meu. Chama ‘Quimicara’, e não sei se já tá na rede, eu não sei direito o plano que ele tem. Ele e a produtora, que é a ‘Zói Filmes’, e foi ótimo foi muito bom, funcionou muito bem, e para mim foi revelador e bastante emocionante ver não só os desenhos criando,quer dizer, se movimentando no tempo, não só no espaço.

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Phedra D. Córdoba

Phedra D. Córdoba atua no teatro paulistano. É um dos símbolos dos Satyros.

Conte um pouco da sua experiência com curta metragem
Eu já fiz documentários com Kiko Goifman que inclusive eu ia trazer o livro para demonstrar que eu não esperava que o Kiko fosse uma pessoa tão linda comigo, mas agora tem um outro curta que a Claudia, a esposa dele, vai fazer sobre a minha vida, e não sei o que eles vão abordar nesse curta, mas é um curta dramático, ele falou para mim.

Eu estou muito lisonjeada porque ultimamente minha carreira está indo de vento em polpa, sobretudo no cinema e os documentários curtos, eu acho que tenho 4, não posso te enumerar eles, já fiz tantos, que não sei qual. Tem um que veio aqui, pediu licença para o Rodolfo para assistir a peça, para eles gravarem a peça, na época a peça era “Transex”, então o que mais me marcou foi do Kiko, porque está muito bonito, o convite dele, o livro que ele fez, que se chama ‘Os artistas estrangeiros que triunfaram no Brasil’, são muitos artistas que não são brasileiros e que levantaram o teatro, o rádio e a televisão.

Qual é a sua opinião sobre o curta-metragem, é uma coisa que atrai você que é uma atriz mais de teatro, como é para você trabalhar com curta-metragem?
È uma experiência muito bonita, mas um pouco cansativa porque quase sempre os diretores estudaram cinema, estudaram direção de cinema, então quase todos me falam: isso aqui não é teatro é cinema, então as expressões nossas não podem ser tão radicais como no teatro, não podemos ter expressões para chegar para o público um pouco mais exagerado no cinema, então um gesto que você tiver nesses curtas, de exagerado fica cafona, então você tem que reprimir aquilo e ter uma dominância sobre você como profissional e sobre aquilo que o diretor está te mandando fazer, é muito cansativo, é lindo, mas é cansativo ouvir: não, não faça assim, não pode chorar assim porque isso é cinema, e você fica, olha posso me concentrar por favor, porque uma coisa é teatro e você esta falando que isso cinema, é diferente, então eu tenho que me concentrar e pensar no agora, câmera e fotografia, então ficar pensando, sempre peço licença, uma licencinha porque tenho que me concentrar pensar que não posso fazer um gesto dramático como no teatro.

Qual você acha que é o grande barato do curta-metragem?
Bom, eu acho que atualmente os cineastas, espero que façam curta-metragem como René Guerra que é maravilhoso e escolheu um elenco muito bom e forte, que seja visto pelos cinemas do Brasil, não só os longas, mas os curtas dramáticos, que sejam vistos no cinema, não só em determinados lugares como Espaço Unibanco. Teria que ser decidido que os empresários de cinema e as próprias pessoas que cultuam o cinema tratem que estes curtas vão para o cinema, e que as pessoas vejam esses curtas porque são maravilhosos, nós assistimos agora um pequeno festival de curtas e que tinham coisas divinas que o Brasil tem e que não é propaganda, e ninguém sabe, a mídia não pega, é necessário isso, eu sempre protesto.

Os Satyros devem enveredar para o cinema e levar essa linguagem revolucionária que vocês fazem no teatro, jogar também para o cinema, por exemplo?
È a idéia de Rodolfo Garcia Vázquez, que é um grande diretor, eu gosto muito dele, agora recebemos um troféu em ‘Inocência’, como a melhor peça do ano, foi muito gratificante da parte dele, quando entregaram o troféu ele preferiu que eu falasse e agradecesse o troféu, foi muito lindo. Ele é maravilhoso como diretor, anteontem eu fiquei muito assombrada como ele, diretor de teatro, soube se encaixar em um teleteatro para televisão, ele está de parabéns, e espero que tenha a idéia futuramente de fazer um longa, Deus queira que ajude a todos nós. Você vê o que você acaba de falar para mim, teatro dentro do cinema, como eu já te disse, é diferente, não é a mesma coisa, não são as mesmas expressões e um pouquinho mais curtinho os textos, o texto às vezes, os diretores preferem que você faça expressão corporal e não voz, porque aqui é no rosto, nas mãos, no corpo todo, que dá o destaque do cinema, que eu dá uma imagem muito bonita e que eu estou aprendendo agora, mais que há anos atrás mas agora com esses cineastas brasileiros não é assim, agente aprende viu.

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Juliana Galdino

Juliana Galdino foi uma das principais atrizes do Centro de Pesquisas Teatrais (CPT) dirigido pelo renomado diretor Antunes Filho em São Paulo. Hoje é uma das grandes atrizes brasileiras.

Conte um pouco da sua experiência com os curtas.
Eu fiz um que se chama “Gasolina Comum” que eu não assisti, na verdade é que eu sei muito pouco, aliás, o que se trata é que foi meio um susto, um convite feito bem em cima da hora. E o outro chama “Maria Angélica”, do Cassiano Franz, que por eventualidade do destino acabou falecendo antes de concluir o próprio filme, que foi uma semana depois das filmagens, um cara de Londrina, que eu também não assisti. Então, essas foram as duas experiências que eu tive com curta na verdade.

Para você que é uma atriz mais de teatro, como foi trabalhar com essa linguagem do curta-metragem, processo de trabalho, de criação e tudo mais?
Achei fantástico, o cinema é incrível. O poder de síntese que um curta deve ter, que tem, eu acho impressionante, na verdade o apuro técnico, a qualidade, tanto do poder de síntese, quando dos elementos que são essenciais, quanto a elaboração de um roteiro, uma história para curta eu acho fascinante, eu sempre adorei as crônicas, os contos curtos, eu acho que eles não meio primos, irmãos, e são coisas que você tem meio uma célula de um todo e seu imaginário funciona fantasticamente dentro. Quando você tem só uma indicação do que a vida inteira de um universo muito mais elaborado que um filme inteiro, acho que o curta é possibilidade da gente viajar junto com o autor, com as idéias.

Qual é a analogia, se é que pode fazer alguma entre o teatro e o cinema, por exemplo?
Nenhuma eu acho, o teatro ele fica gravado na pupila, o cinema fica gravado numa fita, num DVD que você tem embaixo do seu aparelho de televisão, acho que a aceitação na hora, a atenção é sempre a mesma claro, mas o fato de você ter no cinema uma desordenação, de você não necessariamente filmar numa seqüência cronológica, numa seqüência dos fatos, eu acho que exige uma atenção maior, ou pelo menos uma preocupação de quem está fazendo pra criar uma lógica existente.

O teatro você ensaia muito antes, você sabe tudo que está acontecendo, eu acho que tudo tem a coisa do imprevisto, do imprevisível, mas o cinema ele, se existir, tem um editor que vai ajustar para você, o cinema você faz em equipe, o teatro você está sozinho, a verdade é essa, por mais que você tem alguém conversando com você, é ali na hora, ninguém vai entrar e consertar o que você está fazendo, tem a intenção.

Resumindo pra você: cinema tem edição e o teatro não tem.

Você acha que o teatro é muito mais interessante que o cinema?
Não que seja mais interessante, mas uma questão de gosto, tem gente que gosta de... sua pergunta é tendenciosa, não é questão de preferência é questão de tato mesmo, de saber lidar com o instrumento, quem não sabe fazer cinema acho que pena muito, ou tem muita vocação, se entrega muito na mão dos caras, olha sua pergunta é estranha, porque não é uma questão de interesse, para mim é porque eu gosto de teatro, mas eu adoro assistir cinema, acho que a questão de fazer um ou outro é que eu prefiro fazer teatro, e se tiver que assistir vou falar para você, as vezes prefiro assistir cinema, assim você pode sair da sala sem magoar ninguém.

O que te leva a ir assistir uma peça e te levaria a assistir por exemplo um curta, que é difícil até de ser encontrado?
Olha, são vários fatores, se você conhece a peça, você quer saber o que fizeram com ela, é como você ler um livro e conversasse sobre ele com alguém, como cada um aborda, o que cada um pensa sobre um tema, porque é como se você imaginasse eu correndo ali, antes de você ver a coisa se concretizar.

O cinema é a mesma coisa, se é um tema que te inspira, se já te sugere coisas, você quer ver como eles também trataram, agora você também vai pela atuação, pela direção, por um olho, alguém que você conhece, como foi o tratamento das pessoas, mas nesses, fundamentalmente, acho que outros transportes te colocam numa catapulta para outros lugares, tua percepção para outras coisas ou uma repetição da mesma coisa, e ai não me interessa muito não. Acho que toda arte visual, que o teatro também faz parte, porque a gente também está com o olho ali na pessoa, ou ele te impulsiona pra lugares que você ainda não conhece e hoje terá acesso, é uma espécie de chamado mesmo, ou te acrescenta ou vai estar ilustrando coisas, vai estar enfeitando uma realidade.

Eu acho que essa coisa de enfeitar mais do que aprofundar aquela temática teria mais a ver com uma moda, uma passarela, do que com o ser humano na transformação dele. Não me interessa muito nenhuma arte, nem cinema, teatro, nem literatura que fica só escrevendo em vez de dialogando com você, talhando a gente, tentando chegar em algum outro lugar a não ser previsível superficial, banal, não vejo por que fazer, acho que é perder tempo e dinheiro.

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Nelson Sargento

Nelson Sargento foi tema de um curta-metragem que documenta parte da sua história.

Nelson, fala um pouco sobre o filme que fizeram em sua homenagem.
É um curta-metragem feito pelo Estevão Ciavatta, que é um pouco da minha vida nesse filme, e a vantagem é que foram feitos com cenários naturais, manteiga do morro mesmo, diversas cenas, esse era um documentário que realmente não tem cenário montado, cenário natural mesmo, cenário que eu vivi, cenário que eu desfrutei. E é tudo verdade o que está ali.

Gostou de ser retratado em filme, achou que foi uma bonita homenagem?
Claro, quem não gosta de ser homenageado, e outra coisa, o Estevão, vamos dizer assim, era um sargento. Você vai fazer um filme, mas não tem o roteiro, o que tinha de roteiro é que nós fomos fazendo na conta da filmagem.

Você gostou do resultado final?
O resultado final foi um prêmio pra mim, o filme foi condecorado. Ganhamos prêmio de diretor, prêmio de direção, prêmio de fotografia, prêmio de trilha sonora, eu me abdico por isso, então foi espetacular.

O Kikito está na estante?
O Kikito é o maior prêmio nacional, né? É o Oscar do Brasil.