sexta-feira, 24 de outubro de 2014

Zootropo na TV Cronópios

 
ZOOTROPO COM O PRODUTOR DENIS FEIJÃO
 
Ele é representante da novíssima geração de produtores paulistas. É dele, por exemplo, o filme "O início, o fim e o meio", documentário de grande sucesso sobre a vida de Raul Seixas. Denis produziu também o longa-metragem "Boca do Lixo", retratando a Boca do Lixo em São Paulo e seu Hiroito foi um cafetão e traficante de drogas. Fique sabendo das novas produções de Denis Feijão assistindo agora este novo episódio do Programa Zootropo.
 
Agradecimentos especiais:
Dênis Feijão
Laure Bacqué
Miguel de Almeida
Cleo Araujo
Roberto Bicelli
 
Apresentação:
Rafael Spaca
 
Produção:
Rafael Spaca
Paulo Ortiz
Jorge Miyashiro
Roberto Ventura
Pipol
 
Direção:
Pipol
 
Apoios: Reserva Cultural de Cinema e Editora Verve.
 
TV Cronópios/YouTube: http://youtu.be/jyALla-mvNQ

quinta-feira, 23 de outubro de 2014

Rafael Spaca na Mídia


Entrevista para o mestre Jotta Santana onde falo a respeito do programa Zootropo, Cacareco e Rua do Triunfo, a volta. Leiam em: http://jotasantana.wordpress.com/2014/10/23/zootropo-uma-homenagem-ao-cinema/

quarta-feira, 15 de outubro de 2014

Rafael Spaca na Mídia


Matéria escrita pelo jornalista Jotta Santana a respeito do meu trabalho.


segunda-feira, 13 de outubro de 2014

Rua do Triunfo, a volta no Portal UOL

Cena de"O Outro Lado do Crime" (Clery Cunha, 1978) - Filme policial com o jornalista Gil Gomes.
 
Leiam a matéria escrita pelo jornalista Guilherme Solari a respeito das ações do projeto "Rua do Triunfo, a volta". Acessem: http://cinema.uol.com.br/noticias/redacao/2014/10/13/projetos-de-resgate-renovam-o-interesse-pelo-cinema-da-boca-do-lixo.htm

Eu, atriz - Nathália Lorda


Gilberto Mendes, o cinema do salto no abismo e a música da morte.

Tudo é o oceano, que recebeu águas de inúmeros rios. Causas e condições formam ondas. Cada onda como se fosse uma existência. Cada uma interdepende da outra, mas não é a outra. Interligadas e ao mesmo tempo únicas. Transformando-se a todo instante.
(Monja Cohen)

Gilberto Mendes é compositor e figura conhecida no meio musical erudito brasileiro e internacional. Reconhecido por seus trabalhos vanguardistas e ousados, é precursor da música concreta no Brasil. Foi amigo de Pagu, Hilda Hilst, Cacilda Becker, Plínio Marcos, Miroel Siveira e dos maestros Hans-Joachim Koellreuter e Antônio de Almeida Prado. É considerado uma celebridade em Santos, cidade onde mora, e é chamado de maestro por onde passa. Cliente assíduo do bar Heinz, confessa uma recente debilidade por chope. O bar ele já retratou em muitos de seus artigos para jornal. Nele, o garçom sabe exatamente o que ele quer e sempre que aparece, é recebido com uma espécie de admiração, respeito e alegria.

Gilberto tem 92 anos e crê que está perto da morte. Gosta de se reinventar, questionar seus gostos e propósitos. Tem vários projetos artísticos em mente e a necessidade de contar suas estórias. Há em Gilberto uma espécie de urgência em viver, urgência em criar.

Seu sonho agora é ser ator de cinema.

Confessa só agora admiração por seu trabalho. Sobre isto ele diz: “Eu gosto tanto das minhas músicas... dizem que para ser um grande artista você não deve gostar de suas próprias coisas, mas eu gosto das minhas. Será que não sou um grande artista?”

Será?

Conheci Gilberto Mendes trabalhando como atriz no filme Com Meus Olhos de Cão, dirigido por Thaís Almeida Prado. É o filme onde ele está realizando seu sonho. Thaís o convidou para interpretar Amós, o personagem principal do livro de Hilda Hilst. O filme é inspirado no livro, porém Thaís trabalha sem roteiro preestabelecido, criando um trânsito livre entre Amós e Gilberto, entre atores e personagens. Ela traz para o cinema o conceito teatral de “processo colaborativo”. Nesse processo, existe um tema de interesse comum entre os profissionais envolvidos, e através de improvisação e proposição de cada profissional específico, vão sendo criadas cenas, que serão revistadas, debatidas e transformadas até o resultado final. É o tipo de processo que precisa de pessoas dispostas a propor ideias e principalmente a abrir mão delas.  É através do diálogo, do debate artístico, da interação, do risco e do jogo de oposições e convergências que a obra vai sendo criada. É um salto no abismo. Um dos disseminadores e grandes ícones desse processo no Brasil é Antônio Araújo, diretor e coordenador do bem sucedido Teatro da Vertigem.

O que mais me encanta nesse projeto e no contato com Gilberto Mendes é justamente esse salto no abismo. Esse ímpeto acrobático, grávido de certezas e medos, emoldurado por uma urgência de vida, de ser. E o que seria a obra de arte senão esse salto, esse medo e atração pela morte?

Além disso, Thaís propõe um cinema de fricção, uma brincadeira com a palavra ficção. Este seria um cinema baseado justamente no contato, fricção entre os profissionais, que criam cenas minutos antes ou no momento do “ação”, com sua intervenção ou coordenação.  O objetivo último é produzir o fogo. E quem sabe, a labareda da morte, a entrega total.

Gilberto, não é ator de profissão, mas possui essa habilidade que só os músicos têm, de usar inspiradoramente o tempo para criar um discurso poético. Os músicos possuem esse domínio criativo da poesia do tempo. Então, a linguagem do cinema (ação, tempo e imagem) flerta com Gilberto. Personalidades importantes do teatro brasileiro já disseram que ele era bom ator. Talvez porque sua música seja teatral. Talvez porque a ação seja poesia concreta escrita na música do tempo. Ele não acreditou muito nessa estória, mas agora experimenta a atuação. A arte da entrega em ação.

No começo, da filmagem, ele não entendeu muito bem o filme e imaginou que talvez fosse um documentário. Mas, com a entrada de outros atores isso mudou. Ele entendeu que nessa arte, o contato com o outro faz surgir o sentido. Por conta de sua dificuldade física, tinha medo de sair de casa, porém num desses dias a equipe conseguiu levá-lo á praia. E ali, na beira do mar, ele compreendeu que era livre das amarras da narrativa, dos personagens e das fronteiras entre as artes. E, portanto, poderia construir o que quisesse, sem equipamentos de segurança.

Ele adorou a ideia, e pulou. 

A urgência que a idade e o momento de vida de Gilberto trazem, potencializa o processo colaborativo no cinema, proposto por Thaís. De alguma maneira, essa urgência, esse jogar-se sem amarras e fronteiras faz parte de pelo menos algum momento no processo criativo de todo artista. Há que se morrer um pouco para fazer arte. Sem segurança, sem amarras.

Geralmente atribuímos á morte o significado de estancamento, fim, o secar, extinguir, definhar ou cair no esquecimento. Da mesma forma, o final de um ciclo que teve seu nascimento, desenvolvimento e chega ao inexorável ponto final. Porém, a meu ver, a entrega ou salto artístico está mais próximo das perspectivas budista ou da física quântica: um eterno transformar-se em ação; deixar-se morrer a cada instante em vida; morrer para criar algo desconhecido de si mesmo.

Na perspectiva budista não há linha divisória entre vida e morte. Elas estão ligadas, interconectadas, porém não se transformam uma na outra, são independentes. Transcendem espaço, tempo e dimensões. São ondas de transformações.  Cada uma com seu ciclo, unidas pela interação do momento, em constante movimento. Na mesma linha, a física quântica demonstra que nada é em si mesmo mas tudo é a partir das relações que estabelece. A famosa dualidade onda/partícula comprova que a existência de algo depende do observador, ambiente e das condições do experimento específico.

Nessas duas perspectivas, somos apenas um constante processo em transformação, em interação móvel e impermanente. Nesse fluxo, vida e morte dançam juntas. E o risco é o mesmo que a segurança.

Na arte em geral, ou no cinema, podemos ter muitas certezas, um ciclo de começo meio e fim, uma narrativa que defender, ou uma ideologia a criar. Ou podemos abrir espaço para o vazio e nos confrontarmos com o desconhecido, o não esperado, o improvável, ou até mesmo o banal. Para isto parece que é necessário deixar-se ora viver, ora morrer. 

Peter Grenaway, quando veio ao Brasil em 2012, chocou a todos com sua frase “o cinema está morto”. Segundo ele o cinema começa com uma folha em branco, o roteiro, e não deveria ser assim. Para ele o cinema vem sendo feito do mesmo modo desde sempre e basicamente com os mesmo conceitos: o psicodrama; começo, meio e fim; e a ética cristã. Ele sugere aprofundar a linguagem imagética e a interatividade, utilizando-se dos novos recursos tecnológicos. Cineastas e jornalistas não entenderam muito bem o que ele quis dizer na época, porém talvez ele estivesse falando desse risco, de aventurar-se nesse trânsito de ser e não ser. Vida e morte. Narrativa não linear, o inesperado da interatividade e a imagem cinematográfica como potência em si.

Gilberto compreendeu no dia da praia que não deveria preocupar-se com a narrativa ou com o resultado do filme, e finalmente disse havê-lo entendido. Chamou-o de filme de “vanguarda” ou “espetáculo”, segundo suas palavras. Na realidade, Gilberto, artista do risco, sentiu-se à vontade.  Recentemente adquiriu uma visão metafísica de sua arte e conecta o ato de fazer música à uma ligação espiritual com Deus. Ele transita em sua primeira experiência como ator de cinema, entre personagem e vida, entre e ser e não ser, sem medo de experimentar e morrer a cada instante. Gilberto solta totalmente suas amarras, certezas e ideias.  Sua música sempre foi inovadora e improvável. Porque ele é improvável. Talvez por isso ele tenha tanta entrega à proposta de Thaís Almeida Prado e nos ensine, a cada momento, que não há o que temer. Com ele, a cada dia de filmagem,  dançamos e cantamos a música de morte.

Será que ele não é um grande artista?

Sim Gilberto, você é um grande artista.


Nathália Lorda é atriz e diretora teatral.

domingo, 12 de outubro de 2014

quinta-feira, 9 de outubro de 2014

Zootropo na TV Cronópios

 
Nesse episódio do programa Zootropo, Rafael Spaca conversa com a atriz Sandra Corveloni, prêmio de Melhor Atriz da 61ª edição do Festival de Cannes por seu papel no filme "Linha de Passe", de Walter Salles e Daniela Thomas.
 
Agradecimentos especiais:
Sandra Corveloni
Laure Bacqué
Miguel de Almeida
Cleo Araujo
Roberto Bicelli
 
Apresentação:
Rafael Spaca
 
Produção:
Rafael Spaca
Paulo Ortiz
Jorge Miyashiro
Roberto Ventura
Pipol
 
Direção:
Pipol
 
Apoios: Reserva Cultural de Cinema e Editora Verve.