quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

Zootropo na TV Cronópios

 
ASSISTA AGORA, CLIQUE AQUI:
 
O 10º episódio do programa Zootropo faz homenagem ao mais independente dos cineastas brasileiros: Aron Feldman. Há 20 anos falecia o nosso “John Cassavetes”. Para falar da vida e obra de Aron Feldman, Rafael Spaca convidou seu filho e colaborador de toda a vida: Cláudio Feldman. Cláudio é escritor, ator e roteirista. E é também porta-voz de uma das histórias mais bonitas, e desconhecidas, do cinema nacional. A história de um cineasta com tanto amor pelo cinema e que fez o seu cinema contra todos os reveses e dificuldades. É o cineasta independente por definição. Num tempo de maquinário caríssimo, filmes em película, revelação química, cópias para exibição e o pior de tudo, a ditadura. Nada como a facilidade de hoje, que podemos pegar uma boa câmera digital como a nossa da TV Cronópios e produzir o que quisermos com rapidez e quase sem precisar de serviços de terceiros.
 
Aron Feldman é um herói do cinema brasileiro. Eu (Pipol) tive o privilégio de conhecê-lo e passar alguns dias em sua companhia durante a “Semana de Arte Modesta”, mostra organizada na cidade de Bauru nos anos 80 por Susy Mey Truzzi e Mica (não me lembro o sobrenome dele). Aliás, esse é um capítulo à parte: é preciso resgatar essa história da Semana de Arte Modesta de Bauru, Susy!!! Vamos divulgar no Cronópios?
 
Eu nunca me esqueci desse encontro com o Aron Feldman, o primeiro cineasta de verdade que vi de perto e com quem conversei. A emoção dura até hoje.
 
Assista agora mesmo, conheça esse personagem maravilhoso, merecedor de um filme sobre sua vida e sonho.
 
Agradecimentos especiais:
Cláudio Feldman
Laure Bacqué
Miguel de Almeida
Cleo Araujo
Roberto Bicelli
 
Apresentação:
Rafael Spaca
 
Produção:
Rafael Spaca
Paulo Ortiz
Jorge Miyashiro
Pipol
 
Direção:
Pipol
 
Apoios: Reserva Cultural de cinema e Editora Verve.

segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

Até 2014!!!

 
Este ano que se passa ficará marcado como o ano das surpresas: o blog ao completar 5 anos de existência se transformou numa linda publicação editorial. Fica aqui o meu agradecimento à Editora Verve e em especial à Luiza Borges Campos e ao Guilherme Tolomei pelo convite.
 
Ainda na esfera editorial, tive a honra de escrever na quarta capa do livro ‘Fantasmagorias’, do mestre R.F.Lucchet...ti. Meu agradecimento ao Gabriel Alves de Castilho pelo convite. Aproveito o ensejo para dizer que continuaremos com a série Memória Cinematográfica – Desvendando R.F.Lucchetti, as lembranças do maior roteirista do país.
 
Festival Guarnicê de Cinema (Maranhão); Festival de Cinema de Mogi Mirim e Curta Neblina (Paranapiacaba), como é bom participar de festivais tão bacanas e conhecer pessoas fantásticas Luisa Fonseca, Natália Valéria, Luiz Dalbo e Beto Curta Neblina). Meu agradecimento a todas as pessoas que conheci e tive o prazer de ver de perto a abnegação em realizar um evento cinematográfico.
 
Agradeço a Mariana Perri pela participação no programa Total Up e ao Elio Soares pela participação no programa Domingo na Cultura.
 
Faço aqui uma saudação especial a todos vocês que acompanharam o Os Curtos Filmes neste ano. Meu agradecimento aos 146 seguidores deste trabalho.
 
Agradeço a Rejane Arruda, grande amiga e parceira deste blog. Sua coluna Bisturi é fantástica!!!
 
Agradeço também a Ana Tavares, que se juntou ao blog e passa a colaborar com textos e contos.
 
No próximo ano o blog irá completar 6 anos ininterruptos de atividades.
 
Amanda Leal e Bruno Ferreira, muito agradecido pela confiança no meu trabalho. Este ano consegui meu primeiro patrocínio. Evoé, Plug Locação!!!
 
Em janeiro volto com a série ‘5 Estrelas da Boca’, desta vez retratando a atriz Vanessa Alves. Esta será - sem dúvida - a melhor da série. Aguardem!!!
 
Em 2014 continuarei postando entrevistas inéditas e exclusivas com realizadores do cinema nacional, sempre falando de curtas. Continuaremos também com a série Longas Entrevistas, contando com nomes como: Brenda Ligia; Susy Rego; Ivald Granado; Mônica Nassif; Nô Stopa; Natália Barros; Paulo Caldas; Vera Hamburguer; Zezita Matos; Carlos Miranda; Denise Dummont; Carolina Kasting; Silvia Machete e Zagati. Essas entrevistas serão publicadas duas vezes por mês.
 
Outra novidade será a publicação de uma série chamada ‘Sexo Explicito no Cinema: Tempo de Agonia’, que contará com a publicação de entrevistas, textos e imagens de um período pouco falado em livros e sites. Essa série é um recorte do meu projeto de pesquisa acadêmica.
 
Não posso deixar de agradecer ao Pipol pela oportunidade em produzir e apresentar o Zootropo (na TV Cronópios), projeto que me enche de alegria e orgulho. Um abraço aos novos amigos Jorge Miyashiro e Paulo Roberto Sposati Ortiz também. O meu agradecimento se estende às pessoas que aceitaram o convite para participar da primeira temporada do programa.
 
O blog é uma porta aberta a todos.
 
Nos reencontramos em 2014!
 
Um abraço,
Rafael Spaca.
 
P.S. Só voltarei a atualizar o blog este ano com informações a respeito do programa Zootropo.

sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

Guta Ruiz

Atriz. Formou-se em artes cênicas na Faculdade de Artes do Paraná. Na televisão, participou da série ‘Alice’, na HBO, e da série ‘9MM’, da Fox.  No cinema, atuou nos filmes ‘Fim da Linha’, ‘Encarnação do Demônio’, ‘Nossa Vida Não Cabe Num Opala’, ‘Augustas’ e ‘Bruna Surfistinha’. Atualmente está no “ar” na telenovela ‘Joia Rara’.
 
O que te faz aceitar participar de produções em curta-metragem.
Quando tem um bom personagem, um bom roteiro e uma equipe técnica com referências artísticas que eu me identifique.
 
Conte sobre a sua experiência em trabalhar em produções em curta-metragem.
Comecei em Curitiba, na época que estudava artes cênicas. Fiz alguns curtas com um pessoal que estudava comunicação na PUC. Foi meu primeiro contato com audiovisual, depois que mudei pra São Paulo, fiz mais uns curtas com um pessoal da FAAP e depois outros, também no mercado profissional. Adorei e continuo gostando de fazer.
 
Por que os curtas não têm espaço em críticas de jornais e atenção da mídia em geral?
Na minha opinião, por causa da falta de exibição. Não tendo lugar e estratégias para exibição, não há público nem mídia. Muito menos crítica, sobre algo que não consegue ser visto.
 
Na sua opinião, como deveria ser a exibição dos curtas para atingir mais público?
Antes de cada longa-metragem nos cinemas, nas programações dos canais de televisão, determinando horários pra isso. Só em mostras e festivais, o curta fica reduzido a um público restrito e específico. Para popularizar, deve-se inserir em meios mais massificados. Na internet e agora nessas smart tvs, vejo um grande potencial também.
 
O curta-metragem para um profissional (seja ele da atuação, direção ou produção) é o grande campo de liberdade para experimentação?
Certamente que sim.
 
O curta-metragem é um trampolim para fazer um longa?
Creio que sim, mas acho relativo. A experiência, o crédito adquirido, acredito, é muito benéfico pra fazer um longa no quesito segurança, em estar mais apropriado da linguagem do audiovisual, do processo de fazer um filme, de compreender a dinâmica de um set,  e tal. Mas o curta, por si só, já tem sua significância, não precisa crescer e virar um longa. Ele já é um adulto autônomo. Rs.. Mas voltando a resposta mesmo. Rs.. Pode ser um trampolim, mas muitos cineastas partiram direto para o longa e outros gostam mesmo de fazer curtas.
 
Qual é a receita para vencer no audiovisual brasileiro?
Se eu soubesse já teria 50 filmes no currículo...
 
Pensa em dirigir um curta futuramente?
Pretendo muito. Preciso vencer alguns obstáculos pessoais e aprender a fórmula dos vencedores.. Rs.. Mas logo logo eu chego lá!

Zootropo na TV Cronópios

 
MEL LISBOA NO PROGRAMA ZOOTROPO
 
A história do cinema brasileiro contada por seus protagonistas no programa Zootropo continua. Rafael Spaca agora entrevista a atriz Mel Lisboa, que um dia já quis ser diplomata. Mel Lisboa apareceu como um meteoro fazendo o papel principal da minissérie `Presença de Anita` da Rede Globo de televisão. Personagem forte... e difícil para uma atriz que praticamente estava estreado muito jovem. A minissérie foi um grande sucesso, muito por conta da surpreendente e atrevida atuação de Mel Lisboa. Vendo cenas da minissérie no Youtube, até hoje causa espanto o magnetismo e o poder de manipulação da personagem Anita sobre todos os outros personagens e, incrível, também sobre o próprio telespectador. Experimente ver no Youtube. Um trabalho espetacular de Mel Lisboa, com apenas 20 anos de idade.
 
Mel Lisboa fala de sua carreira na televisão, no cinema e a sua paixão atual pelo teatro. Preste atenção no relato sobre o Kikito, estatueta símbolo e prêmio do Festival de Gramado, que ela que recebeu por sua atuação no filme `Sonhos e Desejos`, de Marcelo Santiago, no 34º Festival de Gramado. Imperdível, assista agora!
 
O Zootropo traz um enfoque bem particular do cinema nacional, graças a Rafael Spaca e seu olhar agudo sobre temas pouco explorados pela crítica cinematográfica. Rafael é mantenedor do já famoso blog Os Curtos Filmes (http://oscurtosfilmes.blogspot.com.br/) e recentemente lançou pela editora Verve o livro “Curta metragem, compilação de ideias e entrevistas do blog Os Curtos Filmes”. Foi dele a ideia desse novo projeto do Portal Cronópios. O Zootropo tem a parceria do Reserva Cultural de cinema e arte, onde gravaremos todos os episódios. Assista agora essa nova e original produção da TV Cronópios.
 
Agradecimentos especiais:
Mel Lisboa
Laure Bacqué
Miguel de Almeida
Cleo Araujo
Roberto Bicelli
 
Apresentação:
Rafael Spaca
 
Produção:
Rafael Spaca
Paulo Ortiz
Jorge Miyashiro
Pipol
 
Direção:
Pipol
 
Apoios: Reserva Cultural de Cinema e Editora Verve.

quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

R.F.Lucchetti: Memória Cinematográfica


CÂNTICO ÀS TRÊS VAMPIRAS
Rubens Francisco Lucchetti

Da poeira que se elevava
e flutuava à luz do luar,
à hora mais fria, fantasmal,
“da meia-noite que apavora”,
elas, as três, entrelaçadas
num abraço, tomaram forma.

Certamente damas eram,
por suas posturas e atavios.

Olhos pálidos de safira
nas fisionomias marmorizadas,
e sorrisos tentadores
nos lábios de rubi.

No velado amarelo do luar,
as três damas a olhar.
E ouvi-as cantar,
decerto a evocar
doce melodia de um passado secular.

Eu, junto a um dos cantos,
suas belezas a contemplar.

Meu pensamento estava longe,
certamente a sonhar
com as lindas damas a me embalar.

E o inquietante desejo
de que todas elas
– as três damas de cabelos negros –
me beijassem,
a um só tempo.

Sonho ou realidade?
perguntava-me,
na inquietude a contemplar
as três visões, que,
com seus cantares, me transportavam
ao paraíso que todos buscam
um dia encontrar.

As três damas do luar –
Palmira,
Raíssa e
Isolda –,
que vieram na Terra habitar.

Ah, como eram lindas e jovens!
Lembravam o mais puro lírio e
o mais saboroso morango
– de um canteiro ou pomar –,
cujo perfume e sumo
todos desejam um dia provar.

Sonho ou realidade?
Perguntava-me,
junto a um dos cantos,
na inquietude a contemplar
as três lindas damas a me embalar
com suas doces melodias de ninar.

O halo que as rodeava
tinha o esplendor da Lua.
Em suas vestes diáfanas,
estavam a flutuar
os raios do luar.

A terceira, Isolda
– a mais ansiosa –,
era de uma beleza rara...
como a mais rara beleza
que se possa encontrar.

Isolda...
Etérea, suave como o luar.
De dentes fulgurantes
como as pérolas.
De olhos grandes, penetrantes.
De hálito doce –
Uma doçura que recendia a mel – e cálido.

Sob a claridade do luar,
em êxtase
e numa ânsia mórbida, aniquilante,
fiquei a olhar
aquele ser da noite.
E pude contemplar sua boca escarlate
e o rubor de sua língua
a se desdobrar
sobre meus lábios.

Sob a luz do luar,
numa densa e deliciosa ansiedade,
permaneci a olhar
como se quisesse
dessa dama os segredos roubar.

E as outras duas,
com risadas argentinas,
a nos contemplar.

Sonho ou realidade?
Perguntava-me.
E, numa vibrante ansiedade,
com pálpebras cerradas,
fiquei a ouvir
suas risadas argentinas,
sem ousar as três damas
contemplar.

De repente, elas
– as três,
de formas oscilantes,
como um raio a flutuar –
desvaneceram-se
na esteira do luar.

Ah, como eram jovens e belas!
E triste é meu despertar.
Irão elas voltar?
Perguntava-me.
E, então, vi o Corvo entrar,
e sobre o busto de Pallas se sentar,
e falar como jamais falou:
“Nunca mais! Nunca mais!”

Rubens Francisco Lucchetti é ficcionista e roteirista de Cinema e Quadrinhos.