quinta-feira, 20 de julho de 2017

Gibi tem História


O Sesc Carmo convida o escritor Rafael Spaca e o designer César Sandoval para realizarem o bate-papo sobre a importância do gênero que une entretenimento, literatura e artes visuais. Local: Auditório (3º andar). 26/7/17, quarta-feira, às 18h30.

sexta-feira, 7 de julho de 2017

Gibi Tem História


Sob a mediação de Rafael Spaca, o Sesc Carmo promove a palestra "História da História em Quadrinhos". Kendi Sakamoto e Paulo Ramos falam sobre a história dos HQ's e suas possibilidades de futuro no Brasil. Dia 11/7, das 18h30 às 20h no Sesc Carmo.

domingo, 2 de julho de 2017

Os Trapalhões: a série


Dick Danello, além de atuar, compôs a trilha-sonora do filme "O Ilha dos Paqueras" (1970), um dos primeiros filmes de Renato Aragão e Dedé Santana. Dick é o sexto convidado da série, uma parceria da TV Cidade com a Editora Laços. Assistam: https://www.youtube.com/watch?v=4pNDQb08Mzg

Os Trapalhões: Dedé Santana


Dedé Santana
Trapalhão


Sua família o criou entre artistas de circo. Essa criação foi um fator preponderante para a sua opção de ser artista?
É claro que foi, pois já nasci artista, na oitava geração circense. Artista não só de palco, como de picadeiro.

Que função exerceu, ao entrar, com apenas três meses de vida, no seu primeiro espetáculo circense?
Era uma peça, A Cabana do Pai Tomás, um drama em que eu fazia o filho de uma escrava. Então, com três meses de idade, eu entrei no colo da minha mãe, que também era minha mãe no drama.

Quais as suas principais recordações do trabalho com o seu irmão, o Dino Santana que, juntos, formavam a dupla Maloca e Bonitão?
Tenho várias recordações. A primeira era no circo em que eu era o palhaço e ele era o clown. Depois, criamos o Maloca e o Bonitão. Atravessamos várias fases, até chegarmos a ter tanto nome quanto tem a dupla Dedé e Didi.

O filme Na Onda do Iê-Iê-Iê foi primeiro filme com a dupla Renato Aragão e Dedé Santana. Você imaginava que esse filme seria o primeiro de uma rica filmografia que você construiu ao longo da vida?
Tinha tanta certeza, que eu corri muito atrás na época. O meu sogro Átila Iório nos ajudou muito. E eu fui muitas vezes, durante mais de um mês, falar com o produtor, até que um dia ele resolveu fazer um filme em preto e branco com a gente. Era o Na onda do Iê-Iê-Iê. Eu já tinha certeza do sucesso da dupla no cinema. E não deu outra, não foi diferente do que eu imaginava.

Por atuar, escrever e dirigir cinema, parece-me que o seu maior interesse sempre foi a Sétima Arte. Isso procede?
É engraçado, eu sempre adorei cinema. Desde pequeno, eu aproveitava restos de filme, quadrinhos de filme. Com óculos de aumento, eu já projetava algumas coisas na parede. Eu sempre gostei de direção de cinema e sempre achei que eu era mais diretor do que ator. Dirigi vários filmes, ajudei nos roteiros. Colaborei muito com o cinema nacional.

Apesar da sua formação circense, em algumas cenas dos filmes você não dispensava a figura do dublê, não é? Se sim, gostaria de saber se era o próprio Baiaco, dublê de Renato, que fazia as suas cenas.
É... até era meio uma burrada minha, mas eu me arriscava. Sempre gostei de fazer minhas próprias cenas. O Baiaco era dublê do Didi. Aliás, é até hoje. Faz quase quarenta/trinta anos que é dublê dele. Pelo fato de eu ter feito oito números de circo, ter feito barra, trapézio, globo da morte, acrobacias, parada de mão, tudo, achava que não era necessário usar dublê. Meio arriscado, mas foi assim que aconteceu.

Em alguns momentos, vocês chegaram a rodar cenas dos filmes no Teatro Fênix. Como era trabalhar lá?
Sim, nós rodamos cenas no Teatro Fênix. Foi assim: eu vi uma reportagem nos Estados Unidos e dei a ideia de fazer o primeiro filme; aliás, esse foi o primeiro filme no Brasil feito em VT. Foi uma ideia aqui do seu amigo. E a gente acabou por aproveitar equipamento, gravamos várias cenas em uma coprodução com a Globo, que foi também o primeiro filme da TV Globo em parceria com outros coprodutores. E foi o Dedé que teve essa ideia.

O filme A Ilha dos Paqueras foi uma produção da Boca do Lixo de São Paulo? Se sim, quais as suas recordações de lá?
Eu estava entrosado na Boca do Lixo, trabalhando em produção, edição. E eu tive a ideia de fazer esse filme. Juntei-me com Fauzi Mansur, que era um bom diretor. E conseguimos convencer o Renato Grecchi a fazer um filme, e ele deu a ideia de fazer a A Ilha dos Paqueras. No início, era um desastre de avião; mas, como não foi possível, eu tive a ideia de transformar tudo para um navio. E, junto com o Fauzi Mansur escrevi o roteiro; e a gente acabou fazendo o filme.

O personagem Dedé ficou marcado como o mais sério dos Trapalhões (fato que você mesmo admite em entrevistas sobre o seu personagem), por ser ele o que agia de maneira mais normal, talvez para que o personagem se diferenciasse um pouco dos seus três amigos, exageradamente hilários. Como compôs o seu personagem? Foi sua opção ser o “escada” do grupo?
Na realidade, tudo começou com uma dupla: Dedé e Didi. Eram os dois comediantes; e chegou uma altura que eu vi que isso não estava dando muito certo, os dois fazendo piada. E eu chamei o Renato e falei para ele: “Olha eu vou passar a ser o ‘escada.” E ele falou: “Mas, rapaz, você pode se prejudicar.” Ele não queria, e eu falei: “Não, cara. Eu sinto que você é muito mais engraçado do que eu; então, eu vou fazer ‘escada’ para você.” E ele acabou concordando, e realmente foi o que deu certo. E, quando formamos Os Trapalhões, que você já conhece a história, eu trouxe o Mussum para o grupo e o Renato trouxe o Zacarias. Foi aí que ficou bem mais difícil para mim. E uma vez o Lúcio Mauro me falou isso: “Fazer ‘escada’ pra um é difícil, você faz pra três. Você é um herói.

Depois dos Trapalhões, o cinema nacional pouco produziu para as crianças. Por que há tanta resistência em criar para o público infantil?
Olha não é pra gente se gabar, não; mas vou lhe dizer é muito difícil fazer filme na linha infantil, na linha pra criança. Nós, graças a Deus, demos certo, muito com a ajuda do J. B. Tanko, que merece muito mérito nessa escala nossa no cinema. Mas o pessoal pode ver que todos os filmes feitos para criança não deram muito certo, com raras exceções.

Quais as suas principais recordações do Ted Boy Marino? E por que, ao contrário da televisão, ele participava pouco dos filmes?
Tenho até hoje saudade do Ted Boy Marino, que era um grande colega. Mas ele não era especificamente para o cinema. Tinha também o problema do idioma. Ele falava meio enrolado. E, se dublasse, perdia a espontaneidade. Mas, no princípio, na primeira formação dos Trapalhões, ele funcionou muito bem, pois a luta, a luta livre, estava em evidência.

A crítica elege Os Trapalhões no Auto da Compadecida como o melhor filme do quarteto. E você, qual elegeria?
Quem sou eu para discordar da crítica? Ariano Suassuna, história maravilhosa... Mas a minha opinião é diferente. O filme mais lindo dos Trapalhões é O Trapalhão na Ilha do Tesouro, éramos só o Didi e eu. O mais engraçado é O Mistério de Robin Hood. E o melhor trabalho nosso é Aladim e a Lâmpada Maravilhosa, melhor trabalho do Dedé e Didi. E o filme da menina dos meus olhos é A Filha dos Trapalhões; em seguida, vem Os Três Mosqueteiros Trapalhões.

Por qual razão, apesar do grande sucesso, vocês ganharam raríssimos prêmios em festivais de cinema no Brasil?
Eu vou falar sobre o prêmio. Vou falar em meu nome, não é em nome dos Trapalhões e nem do Renato. Na época em que o público não queria saber de cinema nacional, nós conseguimos levar uma multidão, cento e cinquenta milhões de telespectadores, sem contar nas trutas que tinham na bilheteria... O número de espectadores deve ter sido muito maior, né? Eu acho que eu, Dedé Santana, já merecia uma homenagem, principalmente lá em Gramado – a minha mulher é do Rio Grande do Sul, e eu sempre toco nesse assunto. Eu acho que eles deveriam fazer uma homenagem para o Oscarito, pra mim, pro Renato Aragão. Acho que a gente já merecia isso. Ou vão esperar a gente morrer para fazer isso? Vai ter que ser rápido, nós já estamos com mais de oitenta.

Para finalizar, o Tião Macalé era considerado o quinto Trapalhão?
Não existiu e nunca teve quinto Trapalhão. Tinha os colaboradores no elenco, que o Renato gostava muito e eu também. Tem o caso do Sargento Pincel que está com a gente desde o começo; o Tião Macalé; o Carlos Kurt, aquele alemão do olho azul, grande; o próprio Átila Iório; Dari Reis... São pessoas que nos acompanharam durante muitos anos. Mas os Trapalhões realmente só eram os quatro: Dedé, Didi, Mussum e Zacarias. Quer saber a verdade? Nem eu me considerava muito dos Trapalhões. Eu era e sou, sempre fui fã dos Trapalhões. Fã número um do Mussum, do Didi, do Zacarias. Eu sempre fui fã deles, tanto é que eu ria em cena e dou risada até hoje. Por isso, eu optei por ser “escada”.

Os Trapalhões: Cristina Prochaska


Cristina Prochaska
Atriz


Você atuou no filme Uma Escola Atrapalhada. Como e por quem recebeu o convite para atuar nesse filme? Como foi a experiência?
O convite veio do Renato... Eu já havia feito várias participações no programa de televisão deles e dei-me muito bem com ele e com o resto do grupo. Foi meu primeiro longa-metragem e minha primeira chance de protagonizar um filme. Adorei a experiência.

Que representava, naquele período, protagonizar um filme com Os Trapalhões, que eram certeza de sucesso de bilheteria?
Protagonizar um filme deles era um sonho, pois, além de ter a oportunidade de trabalhar com um grupo tão famoso e talentoso, eu estaria mostrando minha capacidade como artista para milhões de pessoas.

Quando a Globo se associou aos Trapalhões, ela seguiu uma diretriz de sempre convidar famosos (globais ou não) para atuar nos filmes. Nesse caso, foi a Angélica e o Supla. Que achou da escolha?
Acredito que eram os jovens que estavam em evidência na época, principalmente Angélica começando sua carreira; e o filme necessitava de um casal jovem que cantasse. Eles tinham a proposta de misturar a linguagem de videoclipe e cinema, num contexto escolar, onde sempre há pequenos flertes, romances. O elenco era magistral. Os atores, maravilhosos. O Supla não “decolou”, mas gosto muito do trabalho dele no filme. Era o que a produção queria na época.

Quais as suas lembranças do filme Uma Escola Atrapalhada? Onde esse filme foi filmado?
Deliciosas lembranças. Produção impecável, como tudo o que o Renato põe a mão. Filmamos no Rio de Janeiro em três semanas. Tudo em locação, não fizemos em estúdio.

Relate as deliciosas lembranças. Em qual escola do Rio foi feita a locação?
Recordo que foi numa escola da Tijuca. Está exigindo demais da minha memória, Rafael.

Como foi a sua participação no filme? Como compôs a sua personagem?
Fazer o par romântico com o Marcelo Picchi e o contraponto com o Renato, que tinha em seus personagens essa característica do “amor impossível”, foi bacana. Eu interpretava uma professora e não foi difícil, mesmo para uma estreante no cinema, pois ser dirigida por Del Rangel e com a apoio do Renato, que está sempre perto da direção, deram-me o substrato que eu precisava. Foi uma experiência deliciosa.

Como Del Rangel conduziu todo o processo fílmico? Como era a sintonia dele com Renato, sempre por perto?
O Del também começava como diretor novo. Muito profissional e seguro. A produção era toda muito jovem. Acredito que tenha sido uma opção do Renato, para impor de certa forma a linguagem da juventude. Del sempre foi calmo e focado.

Quais as lembranças de bastidores do filme? Como foi o seu contato com o quarteto?
Quatro irmãos sempre batendo bola, sempre aprontando uma novidade. Muito talentosos, todos eles.

Que tipo de bate-bola se refere?
Eles tinham uma química muito deles. Trabalhavam em grupo, ensaiavam entre eles também e sempre rolava uma brincadeira na hora do “ação”, como se eles se provocassem, no bom sentido. Eles tinham o prazer de “inventar” alguma coisa, um “‘caco”, como chamamos. Os “reis” da improvisação. Chico Anysio era assim também, provocar a reação da improvisação nos outros atores em cena.

O filme foi o último com a participação de Zacarias, que faleceria naquele ano. A aparição dele no filme é melancólica, muito magro, abatido, numa cena curta. Como foi o seu contato com ele? Ele já estava doente?
Sim, o bom Zacarias já estava doente. Mas sempre no pique, mesmo tendo que ser poupado em muitas cenas. Deliciosa pessoa. Trabalhei com ele na televisão, no programa; e sempre foi um querido e apaixonado pela profissão. Uma perda triste.

Em nenhum momento Zacarias pareceu esmorecido?
Ele precisou ser poupado algumas vezes, sim. Prefiro não comentar isso, querido.

Como Didi, Dedé e Mussum compartilharam esse momento com o Zacarias?
Como irmãos que perdem um irmão. Foi triste. Sempre com o maior cuidado com ele.

Refiro-me ao vê-lo baqueado pela doença...
O Zacarias lutou muito. Um guerreiro, e o filme foi importante para ele. Prefiro não detalhar isso.

O personagem de Zacarias, assim como os de Dedé Santana e Mussum, fizeram apenas uma breve aparição. A sensação é que pareciam figurantes no filme. Isso procede?
Não... É natural que o Renato apareça mais. E o roteiro era assim mesmo. Nunca podemos dizer que os três eram figurantes. Cada um tinha seu momento de “brilho”, mas o Renato sempre foi o cabeça de chave do quarteto. Todos sabem disso. Ele “criou” o quarteto.

Mas nesse filme especificamente eles apareceram muito menos que o normal.
O roteiro era assim. O Renato sempre foi o cabeça de chave. Não vejo nada demais nisso.

Apesar do sucesso de bilheteria, o filme é considerado pela crítica o pior filme antes da morte de Zacarias. Qual é a sua opinião a respeito?
Bom, eu não acho isso. Se o filme é sucesso de bilheteria e depois de vendas de DVD’s como esse foi, é sucesso. O que a crítica talvez não gostou foi a linguagem nova que se propôs na época. Era fora do “padrão” do que sempre era apresentado por eles. Havia uma tentativa de uma nova linguagem. Videoclipe e Cinema - Música e Cinema para crianças. Eu pessoalmente acho o filme bem bacana. Gosto do roteiro e do desenho das personagens.

Quem era o maior comediante do grupo?
Renato Aragão é um dos maiores atores deste país. Isso é fato. Ele é engraçado e espirituoso naturalmente, sem se esforçar. Para mim, Renato e Chico Anysio são os maiores nomes da Comédia, são atores completos. Chico agora aplaude lá de cima.

Renato Aragão tem fama de ser perfeccionista. Isso procede? Ele acompanha tudo?
Ele acompanha absolutamente tudo. Ama o que faz e, mesmo com a chegada de seu filho Paulo e do diretor Marcus Figueiredo anos depois, ele continua participando de tudo.

Acredita que essa característica de Renato o torna diferente, um profissional de sucesso?
Sim, O Renato é diretor, roteirista, produtor, ator. Um artista completo e extremamente sensível. Merece ser reconhecido como um dos artistas mais completos do país. Contracenar com ele é uma experiência deliciosa. Ele está sempre atento, muito carinhoso com a equipe, com as pessoas em volta.

Por que, na sua visão, os críticos e a Academia rejeitam os filmes produzidos e estrelados pelos Trapalhões?
O cinema “infanto-juvenil” é sempre alvo de críticas vazias. Não só o dos Trapalhões. Xuxa sempre foi alvo de duras críticas. Uma bobagem, mas é assim mesmo. Já as bilheterias comprovam que a crítica erra ou não percebe a importância desse cinema tão necessário para o Brasil. Não conseguimos competir em produção com o cinema infanto-juvenil importado dos Estados Unidos. Não há como “competir” com as superproduções e a tecnologia norte-americanas. Nem se tenta. Eu acho que nosso cinema para esse público é honesto e reflete nossa cultura de forma eficaz, singela e necessária. Criticar o cinema que se faz aqui, com as dificuldades enormes que temos de levantar recursos, mesmo com as Leis de Incentivo, chega a ser uma deselegância da crítica. É muito difícil produzir arte neste país. Apontar dedos é fácil; difícil é fazer um cinema bacana, que lota as salas há quatro décadas e ainda consegue emocionar as plateias. Os Trapalhões são necessários à nossa cultura. Renato Aragão, sozinho hoje, é um guerreiro e merece mais respeito.

Como classifica o cinema feito pelos Trapalhões?
Necessário.

Gostaria que falasse o que representou para você trabalhar com Os Trapalhões, que carregaram, por muito tempo, o cinema nacional nas costas.
Como atriz e como mãe, foi importante fazer parte dessa era. Fiz especiais e cinema com eles. Sempre vou lembrar com muito carinho dessa turma. Renato foi muito importante na minha formação. E, depois de mais de vinte anos, fiz com ele a minissérie Poeira em Alto-Mar, na qual interpretei a personagem Mirela. Renato é divertido e profissional. Aplaudo de pé o mestre Renato e sua infinita capacidade de emocionar com o riso e simplicidade. Renato é simples, direto e raro. Vai ser reconhecido como um dos maiores atores, roteiristas e produtores do cinema feito no Brasil, espero.

Os Trapalhões: Cristiano Maciel


Cristiano Maciel
Técnico de som


Como e por quem recebeu o convite para trabalhar com Os Trapalhões? Como foi a experiência?
Minha primeira experiência com um filme dos Trapalhões foi através de um convite do documentarista Silvio Tendler, com quem eu já havia feito Os Anos JK. O filme era O Mundo Mágico dos Trapalhões. Pelo título, já é possível imaginar como foi a experiência. Eu me sentia fazendo um documentário com Os Irmãos Marx, Os Beatles ou os Rolling Stones. Mágico!!!

Que representava, naquele período, trabalhar em um filme com Os Trapalhões, que eram certeza de sucesso de bilheteria?
Representava exatamente isso: fazer um som de um filme brasileiro, amado e que seria ouvido por milhões de brasileiros. Tudo que artistas e técnicos de cinema almejam. Fazer um povo rir por noventa minutos não tem preço!!!

Que o cinema dos Trapalhões apresentou, à época, em inovação de linguagem?
Não sou expert no assunto. Mas posso lhe garantir que sabiam contar uma história. Se expressão artística é a exposição da alma de um autor na obra, as digitais dos Trapalhões estavam sempre expostas em seus filmes. O público, além de gostar de seus filmes, gostava deles também. Levavam para casa não só o filme, mas também Renato Aragão, Dedé, Mussum e Zacarias.

O senhor trabalhou como técnico de som nos filmes dos Trapalhões. Quais eram as dores e as delícias desse trabalho com o quarteto?
Atenção constante, para não me dispersar com as brincadeiras reinantes antes de rodar. Era um belo desafio. Porque eles brincavam; mas já sabiam tudo que tinham que fazer, ou seja, improvisar também no meio do plano. E eu tinha que estar preparado. Meus microfonistas sofriam. E a equipe tinha que estar pronto para as ordens de “som, camera, ação”,vindas do diretor, e “eternizar aqueles momentos mágicos”.

Como era o seu trabalho nessas produções?
Para não entrar em detalhes técnicos, eu diria que minha equipe precisava captar tudo bem, pois certas piadas, jeitos e trejeitos eram únicos. Jamais se repetiriam. E, caso eu não lograsse, era uma frustração só. O mesmo servia para a equipe de imagem. Mas o resultado sempre foi favorável para nós. Graças a Deus!!!

Por que, na sua visão, os críticos e a Academia rejeitam os filmes produzidos e estrelados pelos Trapalhões?
Creio que, após o filme de Silvio Tendler, os depoimentos de Millôr Fernandes e Caetano Veloso, que assistiam e eram fãs do grupo, o preconceito arrefeceu.

Como classifica o cinema feito pelos Trapalhões?
Cinema-desculpa. Os pais faziam questão de levar seus filhos, pois eram eles que muitas vezes se divertiam mais que os miúdos!!!

Os Trapalhões: Christian Petermann


Christian Petermann
Crítico de cinema


Por que os críticos e a Academia rejeitam os filmes produzidos e estrelados pelos Trapalhões?
É comum em parte da crítica acadêmica, mas inadequado, se considerar obras voltadas prioritariamente ao público infantil como que espelhadamente “menores”, de menor alcance e ambição estéticas, em especial com o argumento de um suposto discurso “acessível” para todas as idades. A filmografia da Pixar como um todo, por exemplo, derruba totalmente esse preconceito de ordem cultural. Ao mesmo tempo, Os Trapalhões estabeleceram carreiras sólidas simultaneamente no cinema e na televisão. E há parcela crítica que se incomoda também em valorar obras com conexão televisiva – incômodo presente até hoje, digamos, com as comédias da Globo Filmes. Além disso, o quarteto e formações posteriores sempre primaram pelo apelo popular, por um humor midiático e cheio de referências pop de momento; mas acessível ao mais humilde dos espectadores no canto mais distante do país – uma acessibilidade que gera, às vezes, apelos não tão nobres de humor, provocando também certa reação. Por fim, porque alguns dos longas realizados são de fato muito ruins, em especial no período Renato Aragão solo.

Como classifica o cinema feito pelos Trapalhões?
Ele é o mais bem-sucedido (o único?) projeto de longa permanência em criar um conjunto de obra atento ao espectador infantil, sempre muito carente em nossa cinematografia; e, depois, das comédias da Atlântida e da obra de Amácio Mazzaropi, Os Trapalhões se revelam também (por ora) o último projeto orgânico e numeroso voltado ao humor popular e popularesco no cinema. A importância deles, por mais inconstante que tivesse sido o nível de qualidade obra após obra, é de representar um ícone isolado na nossa Sétima Arte em termos de entretenimento – e por cerca de três décadas, se cidadãos fora dos eixos culturais iam uma única vez ao ano ao cinema, era para ver o novo filme dos Trapalhões. Não há nenhuma relação semelhante no cinema de hoje.

Podemos considerar Renato Aragão um dos maiores e melhores produtores de cinema do país?
Goste-se do que ele faz ou não, com certeza Renato Aragão é um dos pilares da produção audiovisual brasileira. Sem medo de cometer heresias, cada um à sua maneira, sua importância como produtor se equipara à de um Osvaldo Massaini ou um Luiz Carlos Barreto, como um amante do cinema que emprega regularmente muitos profissionais para “fazer arte”. Ele tem um estilo identificado, uma marca registrada, ou seja, é digno de ser considerado um “autor” em termos de conjunto de obra; e, mais do que os nomes citados, ele é um produtor que ama o seu público... e realmente pensa nele, ao “fazer arte”.

Os Trapalhões sempre “brincaram” em parodiar filmes e clássicos estrangeiros de sucesso para o cinema. Que pensa a respeito dessa linha que eles seguiram?
Essa é uma tendência intrinsecamente brasileira, que tem heranças antropofágicas e tropicalistas. Já foi feito na Atlântida (Matar ou Correr) e atingiu nível de “produção em série” com Os Trapalhões: o de absorver (quase) toda e qualquer forte referência, digerir e gerar uma nova obra derivada, diferente, única. Acho essa uma das mais fortes características do quarteto, um de seus pontos positivos... E, no fundo, é extensão (talvez mais refinada) do que eles faziam semanalmente na tevê. E um triste sinal dos tempos: ficaram nos anos 1970 as adaptações com fontes literárias... hoje pouco se lê.

Ariano Suassuna disse que o filme Os Trapalhões no Auto da Compadecida era a melhor adaptação já feita da sua obra. Esse filme Renato Aragão disse que fez para os críticos o aplaudirem. Que acha?
Renato fez o filme pensando também nos críticos. E o fez direito, recorrendo à veterana direção e roteiro do mestre Roberto Farias (que começou carreira fazendo comédias, como Rico Ri à Toa, No Mundo da Lua e dirigiu as aventuras de Roberto Carlos), escolhendo um elenco com um número maior de bons atores (Raul Cortez, José Dumont, Renato Consorte, Cláudia Jimenez em início de carreira) e uma direção de arte mais bem cuidada e detalhada. É um bom filme, um dos mais ambiciosos e bem realizados do quarteto. E se o próprio Suassuna afirma ser a melhor adaptação, quem somos nós para discordar?

Quais foram os melhores momentos dos Trapalhões no cinema? Os melhores filmes...
Posso dizer que gosto e tenho boas lembranças em especial de Os Saltimbancos Trapalhões, Os Trapalhões no Auto da Compadecida e Os Trapalhões nas Minas do Rei Salomão.

Quais foram os piores momentos dos Trapalhões no cinema? Os piores filmes...
Lembro em especial de ter achado lastimável A Princesa Xuxa e os Trapalhões. Mas também acho lastimável tudo que a Xuxa faz. E fiquei decepcionado com o resultado da promissora parceria com Mauricio de Sousa, em Os Trapalhões no Rabo do Cometa (1986). Não assisti aos últimos trabalhos solo de Renato Aragão.

Os Trapalhões sempre se utilizaram de alguns recursos para angariar plateia que ia além do carisma do grupo, como atores famosos, grupos musicais famosos (Dominó, Trem da Alegria etc.) e artistas com forte apelo popular (Xuxa, Gugu etc.). Que acha dessa estratégia?
Essa estratégia tem toda a lógica de ser no tipo de produto que Os Trapalhões sempre realizaram: uma comédia familiar de mercado, com apelo amplo e irrestrito; e, em qualquer lugar do mundo, esse tipo de cinema traz para as telas os nomes quentes do momento na mídia e na música. Nesse sentido e também em termos de heróis e heroínas, a cada novo filme, a obra dos Trapalhões traz um interessante histórico evolutivo dos fenômenos pop e dos galãs e das estrelas de cada época. Isso não tem preço.

Os Trapalhões: Caxa Aragão


Caxa Aragão
Compositor


Como surgiu a oportunidade de trabalhar como produtor musical dos Trapalhões?
Essa oportunidade surgiu quando formei a banda Folha Seca. Estávamos no início de carreira, e resolvi pedir ao Renato uma “chancezinha” de botar uma música no filme O Mundo Mágico dos Trapalhões. Ele me deu a “chancezona”, pois ouviu do diretor que dávamos conta de todo o filme.

Você é filho do Renato Aragão. Além de filho, era fã também do trabalho dele no cinema e na televisão?
Sempre fui fã dele, desde que me entendo por gente. E tive a felicidade e oportunidade de vê-lo crescer profissionalmente. Sou muito orgulhoso dele.

Havia algum tipo de “pressão” para seguir a carreira artística ou a “pressão” era para não seguir esse caminho?
Havia, sim. Ele queria que os filhos não seguissem a carreira artística, pois era muito difícil na época conseguir vencer as dificuldades de ser um humorista. Quando segui a carreira de músico, ele me olhou torto; mas logo se acostumou.

Poucas pessoas sabem que você, Lula Queiroga e Lenine fundaram a banda Xarada. Fale a respeito disso.
Na verdade, o grupo Xarada foi fundado por mim, Fabio Girão e Lenine. Então, convidamos o Sartori pros teclados e o Duda Aragão para a bateria. Infelizmente, o Lula não estava nessa.

A banda Xarada lançou um compacto simples. No lado 1, a música “Pode Ser Legal” e no Lado 2 a música “Hoje Não É o Meu Dia de Sorte”. Todas as músicas foram compostas por você, Lula Queiroga e Lenine. Por que a banda não seguiu adiante?
A banda estava no seu auge. Estávamos tocando em todos os lugares, éramos muito bem recebidos pelo público, até que chegou um dia que resolvemos parar e seguirmos carreiras solo. Fiquei feliz por Lenine ter alcançado o sucesso que está fazendo. Eu segui fazendo trilha para cinema.

Era comum a presença de músicos na sua casa? Quais outros músicos foram recebidos por vocês, de frequentar a casa?
Eu tive a oportunidade de estar com grandes nomes da MPB, como Chico Buarque, Gilberto Gil, Ivan Lins, Sivuca. Tive a oportunidade de levar um som com alguns.

É verdade que havia uma disputa acirrada entre os músicos para trabalhar nas trilhas sonoras dos filmes dos Trapalhões?
Não. O Renato gostava de dois músicos que já faziam trilha para ele há muito tempo. Depois, eu cheguei.

Anteriormente ao seu ingresso na composição de músicas para os filmes dos Trapalhões, foram lançadas algumas trilhas sonoras compostas, em sua maioria, por Edino Krieger e Roberto Strada. Qual a sua análise desses trabalhos?
Sou fã do Beto Strada. Aprendi muito com ele. Ficava observando as trilhas o tempo todo. Às vezes, estava mais ligado na trilha do que no filme... Via várias vezes.

Por que vocês não assumiram o nome de Xarada no filme Os Trapalhões no Reino da Fantasia?
Nesse filme não era o Xarada. Nesse eu era diretor musical e chamei o Lula e o Lenine para fazer a trilha. Teve uma cena do filme em que Os Trapalhões eram roqueiros e lembro que era na época de um Rock in Rio. O Renato queria fazer um clipe, mas faltavam músicos atrás. Eu sugeri que a gente fizesse. Então, entramos todos: Lula, Lenine, eu, Fabio Girão e Duda Aragão.

Você também compôs a música para o documentário O Mundo Mágico dos Trapalhões. Como foi desenvolver esse trabalho?
Esse foi um dos trabalhos mais difíceis que fiz. Ainda era novato e tinha uma banda chamada Folha Seca. Todo mundo começando a tocar; e, de repente, estávamos num estúdio de gravação profissional. As músicas eram muito repetitivas. Gravar em estúdio é sempre mais difícil do que tocar ao vivo. E o filme não tinha uma história, era documentário dirigido pelo meu amigo Silvio Tendler, que nos deixou à vontade para criar. Foi muito corajoso e amigo.

Um dos filmes mais elogiados pela música que tem é Os Trapalhões e o Mágico de Oróz. Quais as suas principais recordações desse trabalho?
Tenho muito orgulho de ter trabalhado com o Arnaud Rodrigues, grande compositor. Dirigi-lo foi a coisa mais fácil que já fiz. Ele era genial! Nunca tinha visto uma pessoa com aquela criatividade. Era impressionante. Sem contar com a humildade dele. Só tenho recordações boas e sou feliz por ter aprendido muito com ele. Criatura abençoada... Nossa amizade continuou até o fim.

Após um longo hiato, você volta a escrever uma canção para um filme do Renato Aragão. Dessa vez é “Pense Positivo”, para o filme Didi, O Cupido Trapalhão. Por que tanto tempo sem escrever para ele?
Nessa época, eu estava trabalhando na TV Globo como redator de humor. Já não tinha mais dois filmes por ano que me garantia grana para o ano todo. O produtor musical era o Mu Carvalho. Meu irmão Paulo Aragão estava dirigindo esse filme e resolveu terminá-lo com um clipe do cantor Daniel. Ligou-me, pedindo música. Eu e o Mu Chebabi, meu parceiro de muitas músicas, já tínhamos essa música pronta. Só ajeitamos aqui e ali. Acho que ficou bom.

Seu último trabalho em parceria com Renato Aragão foi em Didi, O Caçador de Tesouros. Como foi produzir as canções desse filme?
Esse foi meio parecido com o Cupido, também produzido por Mu Carvalho. Nesse filme, tinham dois clipes com o Renato; e meu irmão me chamou para fazer duas músicas instrumentais para os tais clipes. Fiz sem ver as cenas.

Por que, na sua visão, os críticos e a Academia rejeitam os filmes produzidos e estrelados pelos Trapalhões?
A realidade é que os filmes dos Trapalhões eram para o povo e não para crítico e Academia. O Renato não estava nem aí. Tinha as classificações no jornal, bonequinho deitado na cadeira era filme ruim. Todos os filmes eram classificados assim, e eram campeões de bilheteria. Como me explica isso? A gente esperava sair no jornal o bonequinho, para rir deles...

Como classifica o cinema feito pelos Trapalhões?
Revolucionário.

Gostaria que contasse alguma curiosidade ou fato desconhecido do público que tenha presenciado como testemunha ocular, durante o desenvolvimento desse trabalho.
O que posso contar é que fui testemunha ocular de um dos maiores fenômenos da televisão brasileira do todos os tempos. Claro que não esqueço de nomes como Chico Anysio. Tive a honra de trabalhar com os mestres do humor no nosso país.


Os Trapalhões: Carlos Loffler


Carlos Loffler
Ator


Os Trapalhões e a Árvore da Juventude é um filme de 1991, criado e feito especialmente para comemorar os vinte e cinco anos dos Trapalhões. Como recebeu o convite para atuar nesse filme?
Recebi com muita alegria e prazer, pois sempre fui fã desse quarteto maravilhoso!!! Muita responsabilidade participar de uma produção impecável e de um elenco primoroso... Adorei !!!!

No filme você representa o Didi na infância. Quais as lembranças que possui dessa filmagem? Como foi o seu contato com Os Trapalhões?
Muitas lembranças boas.... Representar o Didi com vinte e cinco anos foi, para mim, um presentão e um desafio muito grande, pois tive que rever todos os filmes para poder homenagear esse grande artista, Renato Aragão... Meu contato com eles foi de muito respeito e admiração. Tudo saiu perfeitamente. Fiquei feliz de participar.

Você era um garoto na época das filmagens. Recebia conselhos deles?
Deles não, porque quando eles filmavam a gente só ficava de olho. A gente não contracenava. Só numa cena tive a oportunidade de contracenar com o Dedé e o Mussum. Fui muito dirigido pelo José Alvarenga Júnior., que não deixava a peteca cair. Agradeço muito a direção do Alvarenga.

Eles eram seus ídolos? Você assistia ao programa deles?
Assistia direto. Eu me amarrava olhar para aquele quarteto incrível fazendo aquele humor ingênuo, bem circense... principalmente o hilário Zacarias.

Em toda a filmografia de Renato há uma preocupação com o meio ambiente. Nesse filme isso é ainda mais explícito. Ele mencionava essa preocupação para vocês?
Em todos os filmes tinha essa preocupação... A defesa do meio ambiente... Ele falava sempre da preservação do meio ambiente.. principalmente nesse filme.

Onde essa produção foi filmada?
Foi filmada no Rio de Janeiro e em Manaus.

Os filmes dos Trapalhões eram bem recebidos pelo público, mas pouco foram premiados. Nesse caso, em particular, vocês foram premiados no III Festival de Cine Infantil de Ciudad Guayana (Venezuela), em 1993. Qual foi a repercussão entre vocês desta premiação?
Como sempre, a crítica não via com bons olhos os filmes dos Trapalhões. Achavam uma besteira, sem valor. Qualquer semelhança com as chanchadas da Atlântida não era mera coincidência. Não davam o valor merecido!! Ficamos felizes com a premiação...

Este foi o último filme dos Trapalhões com o trio remanescente, após a morte de Zacarias. Foi também o último filme de Mussum, falecido em 1994. Gostaria de saber se havia, nas filmagens, uma tristeza entre os integrantes (Renato, Dedé e Mussum) com a ainda recente morte de Zacarias.
Havia, sim... Tipo... Está faltando um... Eles eram quatro, com características bem diferentes... O sucesso estava aí.

Quais as lembranças que você possui do Mussum?
Mussum??? Alegria, prazer, humor. Era um cara muito simpático e gozador... Adorei!!!

Que representou para você trabalhar no filme em que foi usado pela última vez o termo Trapalhões no título?
Fiquei muito comovido de ser escolhido para fazer o filme. Presentão!!!

Renato Aragão, Dedé e Mussum tinham como característica a irreverência. Até nos bastidores das filmagens, eles brincavam muito. Isso procede? As filmagens eram descontraídas? Havia muita improvisação?
Muita improvisação, brincadeira; um sacaneando o outro. Tudo no maior respeito.

Quais as lembranças da direção do cineasta José Alvarenga Júnior, nessa produção?
Agradeço ao Alvarenga, que me dirigiu muito bem, não deixando que, em momento algum, eu me esquecesse que eu era o Didi... Um maestro... Foram bem legais os toques dele.

Por que, na sua visão, os críticos e a Academia rejeitam os filmes produzidos e estrelados pelos Trapalhões?
Preconceitos com filmes populares.

Como classifica o cinema feito pelos Trapalhões?
De alto nível.

Para finalizar, gostaria que contasse alguma curiosidade desse filme.
Dormíamos às 21 horas e acordávamos às quatro da manhã. E também o papo que eu tive com o Renato Aragão sobre o meu avô, Oscarito. O Renato chegou a chorar, declarando que o meu avô era o verdadeiro culpado de ele ter seguido a carreira de ator, depois que assistiu ao meu avô no teatro.

Os Trapalhões: Tom Cavalcante


Tom Cavalcante
Humorista


“O Renato Aragão, quando assumiu na TV Tupi os Legionários e posteriormente Os Trapalhões na TV Globo, transformou os domingos à noite. E eu, agora com o Sai de Baixo, junto com este elenco maravilhoso, faço o mesmo, a história se repete”.
Tom Cavalcante no programa Roda Viva, da TV Cultura, em 01/07/1996.