Carlos
Loffler
Ator
Os
Trapalhões e a Árvore da Juventude é um filme
de 1991, criado e feito especialmente para comemorar os vinte e cinco anos dos Trapalhões.
Como recebeu o convite para atuar nesse filme?
Recebi com
muita alegria e prazer, pois sempre fui fã desse quarteto maravilhoso!!! Muita responsabilidade participar de uma produção impecável e de um elenco
primoroso... Adorei !!!!
No
filme você representa o Didi na infância. Quais as lembranças que possui dessa
filmagem? Como foi o seu contato com Os Trapalhões?
Muitas
lembranças boas.... Representar o Didi com vinte e cinco anos foi, para mim, um
presentão e um desafio muito grande, pois tive que rever todos os filmes para
poder homenagear esse grande artista, Renato Aragão... Meu contato com eles foi
de muito respeito e admiração. Tudo saiu perfeitamente. Fiquei feliz de
participar.
Você
era um garoto na época das filmagens. Recebia conselhos deles?
Deles não,
porque quando eles filmavam a gente só ficava de olho. A gente não
contracenava. Só numa cena tive a oportunidade de contracenar com o Dedé e o
Mussum. Fui muito dirigido pelo José Alvarenga Júnior., que não deixava a
peteca cair. Agradeço muito a direção do Alvarenga.
Eles
eram seus ídolos? Você assistia ao programa deles?
Assistia
direto. Eu me amarrava olhar para aquele quarteto incrível fazendo aquele humor
ingênuo, bem circense... principalmente o hilário Zacarias.
Em
toda a filmografia de Renato há uma preocupação com o meio ambiente. Nesse
filme isso é ainda mais explícito. Ele mencionava essa preocupação para vocês?
Em todos
os filmes tinha essa preocupação... A defesa do meio ambiente... Ele falava
sempre da preservação do meio ambiente.. principalmente nesse filme.
Onde
essa produção foi filmada?
Foi
filmada no Rio de Janeiro e em Manaus.
Os
filmes dos Trapalhões eram bem recebidos pelo público, mas pouco foram
premiados. Nesse caso, em particular, vocês foram premiados no III Festival
de Cine Infantil de Ciudad Guayana (Venezuela), em 1993. Qual foi a
repercussão entre vocês desta premiação?
Como
sempre, a crítica não via com bons olhos os filmes dos Trapalhões.
Achavam uma besteira, sem valor. Qualquer semelhança com as chanchadas da Atlântida
não era mera coincidência. Não davam o valor merecido!! Ficamos felizes com a
premiação...
Este
foi o último filme dos Trapalhões com o trio remanescente, após a morte
de Zacarias. Foi também o último filme de Mussum, falecido em 1994. Gostaria de
saber se havia, nas filmagens, uma tristeza entre os integrantes (Renato, Dedé
e Mussum) com a ainda recente morte de Zacarias.
Havia,
sim... Tipo... Está faltando um... Eles eram quatro, com características bem
diferentes... O sucesso estava aí.
Quais
as lembranças que você possui do Mussum?
Mussum???
Alegria, prazer, humor. Era um cara muito simpático e gozador... Adorei!!!
Que
representou para você trabalhar no filme em que foi usado pela última vez o
termo Trapalhões no título?
Fiquei
muito comovido de ser escolhido para fazer o filme. Presentão!!!
Renato
Aragão, Dedé e Mussum tinham como característica a irreverência. Até nos
bastidores das filmagens, eles brincavam muito. Isso procede? As filmagens eram
descontraídas? Havia muita improvisação?
Muita improvisação,
brincadeira; um sacaneando o outro. Tudo no maior respeito.
Quais
as lembranças da direção do cineasta José Alvarenga Júnior, nessa produção?
Agradeço
ao Alvarenga, que me dirigiu muito bem, não deixando que, em momento algum, eu
me esquecesse que eu era o Didi... Um maestro... Foram bem legais os toques
dele.
Por
que, na sua visão, os críticos e a Academia rejeitam os filmes produzidos e
estrelados pelos Trapalhões?
Preconceitos
com filmes populares.
Como
classifica o cinema feito pelos Trapalhões?
De alto
nível.
Para
finalizar, gostaria que contasse alguma curiosidade desse filme.
Dormíamos
às 21 horas e acordávamos às quatro da manhã. E também o papo que eu tive com o
Renato Aragão sobre o meu avô, Oscarito. O Renato chegou a chorar, declarando
que o meu avô era o verdadeiro culpado de ele ter seguido a carreira de ator,
depois que assistiu ao meu avô no teatro.