sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Juliana Rosenthal

Juliana é formada pela Escola Superior de Propaganda e Marketing de São Paulo, é atriz, estudou dramaturgia, Short Stories e Sitcom na Universidade da Califórnia (UCLA) e também com nomes como Márcio Araújo, Sérgio de Carvalho, Maria Carmem Barbosa, Samir Yazbek e Ana Miranda.

Qual é a importância histórica que o curta-metragem tem no cinema brasileiro?
Acho que o curta é a chance que os cineastas iniciantes possuem de ter seu trabalho realizado e que os cineastas mais experientes têm de experimentar. Um longa requer muito tempo e bastante investimento, tanto para sua escritura quando para sua produção. Já com o curta é possível fazer cinema, ganhar fôlego e experiência para, se for o caso, partir para produções mais complexas.

Por que os curtas não têm espaço em críticas de jornais e atenção da mídia em geral?
Talvez por falta de hábito. Mas muitos curtas se tornam referência, como o Ilha das Flores do Jorge Furtado, que é espetacular. Ou então porque os Estados Unidos também não dão tanta atenção para essa prática, talvez se esse movimento começasse lá daríamos seguimento por aqui. 
Na sua opinião, como deveria ser a exibição dos curtas para atingir mais público?
Acho que ao invés de termos tanta propaganda e trailers de filmes antes da exibição de longas nos cinemas poderiam ser exibidos curtas. Além disso, eles poderiam ter mais espaço na TV aberta,  não somente no Canal Brasil.

É possível ser um cineasta só de curta-metragem? Vemos que o curta é sempre um trampolim para fazer um longa...
Sim, da mesma forma como é possível ser um escritor somente de crônicas ou contos, e não publicar romances. O curta é sim um conhecido trampolim para a realização de longas, até porque o longa é normalmente o sonho de quem se aventura a fazer cinema. 
O curta-metragem é marginalizado entre os próprios cineastas?
Não acredito. Um curta bem sucedido é tratado com muito respeito e admiração. Uma boa história será sempre uma boa história, independente do formato.

Pensa em dirigir um curta futuramente?
Não penso em dirigir, mas em escrever. Apesar de ter muito mais experiência com teatro, tenho grande fascínio pelo cinema e pretendo sim me envolver cada vez mais com as diferentes possibilidades da escrita.

quarta-feira, 29 de agosto de 2012

BISTURI - Rejane K. Arruda


Incompletude em Charles Chaplin

O pequeno homem diante dos gigantes. Numa coreografia de luta, a alusão ao boneco: dois para lá e dois para cá: uma relação matemática que não o humaniza. E ainda assim, a marca pela diferença. Carlitos faz tudo errado. Ele é o fracote e tal, não se encaixa bem ali. Ele não se encaixa em lugar nenhum.

Em Sunnyside, trabalha como faz tudo num hotel de quinta. Precisa limpar o chão, preparar a refeição. De pronto, quebra a lógica das coisas: traz a vaca para dentro de casa, a galinha para cima do fogão. Põe o ovo.

Ele faz tudo diferente. Muito açúcar no café. Engrossa e come no pires. Depois passa no pão. Quando ordenha, é claro. Com aquele jeitinho esquizito. Agora sonha com musas. Sai a bailar pelo pasto, imitando os trejeitos. É claro que parece um bonequinho de corda. E isto dura.

Não se trata do instante, mas de uma série de variações. O filme é uma sucessão de situações relativamente autônomas. Ele sentado com a garota, o irmão ao lado. Como expulsá-lo? E isto dura.

A venda para brincar de cabra-cega. Então ficam a sós. Ela toca. Ele canta. Depois trocam de lugar. Mas tem a sujeira na partitura. Ele estranha o bemol: um carneirinho. Uma cabra.

Novamente no hotel, o patrão furioso. Chega o circo na cidade.

Parece que o filme é um laboratório de Chaplin para experimentar a plasticidade das coisas. Um desfile. Chega uma moça e ele se derrete.  Elas sempre tão lindas. Com seus olhinhos e mãozinhas. E o coitadinho do faxineiro.

Enroscado no fio do sapato que desfia. Tenta tocá-la, ela tira a mão. O outro novamente lá. Só lhe resta o trilho do trem. Imagina os chutes e ele ali, enfrentando o rival, o abraço da amada. O trem passa por cima da sua bunda.

É como se a perna fosse autônoma. Keaton ainda arruma as folhas no piano. Isto leva um tempo.

Chaplin cozinha o sapato. Coloca no prato. Capricha no molho, afia a faca. Até esqueço que é um sapato.

Bocadinho por bocadinho. Em desacordo com algum tipo de autoridade. O garçom não quer que ele sente com o chapéu. É o suficiente para uma série de variações. O ritmo como o material por excelência. Sair ou não sair: uma questão sustentada por um longo tempo.

Em Easy Street, um homem discursa. Uma mulher chega com o bebê. Pede pra ele segurar. Será que fez xixi?

O garçom mal humorado joga a comida na mesa. Quando não encontra o dinheiro no bolso, o corpo murcha.

Treina os socos se preparando pro pior. Mas a sorte lhe sorri: uma moeda no chão. Finge cair. Isso acontece. Até que consegue. Mas chega a conta. A coisa vai longe.

Novamente a plasticidade se perpetua no jogo entre o sim e o não. A plasticidade de um fundo, evocado com a palavra: The Immigrant.

O jogo é duplo. A graça do indivíduo na situação. Sob o fundo, amontoados. A justaposição de duas plasticidades.

Carlitos é personagem a deriva. O jogo de cartas é mais uma situação-pretexto. De tudo ele tira ritmo: um barco, os soluços do homem ao lado.

O encontro com a mulher. Sempre a luz do sorriso. O esfusiamento dos afetos.


Rejane Kasting Arruda. Para a BISTURI. Agosto de 2012.

terça-feira, 28 de agosto de 2012

Monica Palazzo

Graduada em Imagem e Som pela Universidade Federal de São Carlos e Mestre em Poéticas Visuais pela Universidade de São Paulo. É Sócia-fundadora da Filmes de Abril, atua como Designer de Produção e Diretora de Criação.
 
O que te faz aceitar participar de trabalhos em curta-metragem?
Tudo depende da história a ser contada, do universo abordado. Direção de arte, para mim, é a construção de uma realidade imaginada, se os personagens me instigam, seja pelo desafio do projeto, pelo contraste do mundo a ser criado, ou que me toca em função da identificação. Claro que também depende das agendas, nem sempre elas são compatíveis...
 
Por que os curtas não têm espaço em críticas de jornais e atenção da mídia em geral?
Acho que isso tem mudado, haja vista a quantidade de blogs que fazem uma divulgação alternativa. Muitos festivais têm surgido, e os mais antigos têm se tornado cada vez maiores e com mais repercussão. Além disso, alguns canais de TV têm em sua programação espaço para o formato. 
 
Na sua opinião, como deveria ser a exibição dos curtas para atingir mais público?
Essa profusão de sites como o youtube, vimeo (isso pra citar os mais conhecidos) e portais de divulgação fez com que o acesso mudasse bastante de alguns anos para cá. Além da exibição que exige a presença física do espectador, a internet trouxe o acesso a qualquer hora, de qualquer lugar.  Para citar um exemplo muito próximo, meu primeiro curta como diretora, o "Páginas de Menina", de 2008, chegou a ficar em cartaz no programa "Curta Petrobrás as 6", fazendo circuito de cinemas em algumas capitais, e durante um tempo em comum, fez festivais, fez TV e internet. Isso é um privilégio, e naturalmente tem como consequência, público. Atualmente ele faz parte da grade do Canal Brasil, e está disponível no site www.logoonline.com, além de ter sido colocado no youtube por algum fã, rs.
 
A questão também é saber como as pessoas que "não são do meio cinematográfico" encaram o curta. E isso eu sempre coloco em pauta com os conhecidos que trabalham com outras áreas. O que percebo é que as pessoas que se conectam com as artes, colocam o curta como uma delas. E mesmo não tendo tempo de ir a festivais, consomem o formato na TV e na internet.
 
É possível ser um cineasta só de curta-metragem? Vemos que o curta é sempre um trampolim para fazer um longa...
Tudo é possível, depende de como cada profissional desenha sua carreira. O que acontece muitas vezes é que nem todas as histórias "cabem" em 18min. Eu mesma senti isso com o meu primeiro curta, e algumas pessoas vinham me dizer que sentiam falta de saber mais sobre tudo aquilo que eu estava falando.. Muitos diretores fazem seus curtas para experimentar mesmo, afinal, você não sai da faculdade um diretor. Tem que ralar, tem que se dedicar, estudar, pesquisar e filmar! Acho difícil uma pessoa começar direto com um longa, nem acho isso saudável, do mesmo jeito, tem histórias que não cabem num curta, eu mesma tenho uma esboçada que não pode ser contada em poucos minutos. Depende muito do que você quer falar.
 
O curta-metragem é marginalizado entre os próprios cineastas?
Nossa, eu não sinto isso, pelo menos não senti até hoje. 
 
Pensa em dirigir um curta futuramente?
Dirigi um curta, o "Páginas de Menina", lançado em 2008, e que teve uma boa repercussão. Ele fez mais de 50 festivais, está disponível na internet, na íntegra, em um site que comprou os direitos de exibição por 2 anos. O curta também faz parte da programação do Canal Brasil, além de ter ficado em cartaz 1 ano e meio pelo "Curta as 6" da Petrobrás. Atualmente fizemos uma nova tiragem para distribuição em DVD. Em 2009 dirigi uma trilogia, junto com a Joana Galvão, parte da coleção "Fucking Different São Paulo", organizada e produzida pelo cineasta alemão Kristian Petersen. O filme e composto por 12 curtas, e foi exibido em alguns festivais mundo afora, incluindo o Festival de Cinema de Berlin do ano passado. Essa é uma visibilidade muito bacana pro trabalho.
 
Estou envolvida em um curta, uma comédia romântica, que entre outras coisas, fala sobre acessibilidade do cinema para cegos e surdos. E como já comentei anteriormente, tem essa história em mente que não caberá em um curta... o formato tem que ser consequência do que você quer falar, e hoje vejo que, cada vez mais, temos espaço para muitas obras diferentes.
 
O link direto para o curta "Páginas de Menina" é http://www.logotv.com/video/misc/377618/pages-of-a-girl.jhtml?id=1611222

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Giulio Lopes

Giulio é ator. ‘Meu Nome Não É Johnny’, ‘Verônica’, ‘Os Doze Trabalhos’, foram algum dos trabalhos que realizou dentro do cinema.
 
O que te faz aceitar participar de trabalhos em curta-metragem?
Sobretudo, me interessa o exercício e o prazer de atuar. A maioria dos curtas que faço, é trabalho de jovens estudantes que estão prestes a entrar no mercado. De certa forma, representam as futuras gerações de cineastas. No geral, seus projetos , e a própria produção da obra, são arrojados, inovadores, corajosos. O que, na maioria das vezes, proporciona ao ator uma experiência bastante intensa e prazerosa. Além do que, me interessa muito saber o que pensam (e como realizam) esses "representantes" das futuras gerações.
 
Por que os curtas não têm espaço em críticas de jornais e atenção da mídia em geral?
Acho que o formato ainda não foi assimilado pela população. Na verdade o "curta-metragem" ainda não foi apresentado, adequadamente, a uma massa significativa da população. Não pode haver interesse ou demanda, sobre um tema pouco difundido. Acho que o caminho é inverso, ou seja, é preciso gerar, no público, o interesse pelo curta-metragem.
 
Na sua opinião, como deveria ser a exibição dos curtas para atingir mais público?
Se houvesse a compreensão, por parte dos grandes exibidores e distribuidores, de que vale a pena investir nesse "produto" e o engajamento deles numa grande campanha de difusão do formato, tudo seria mais fácil. Imagine uma sessão numa grande sala, exibindo "blocos" de quatro, cinco ou seis curtas. A parte as grandes salas e distribuidoras, resta-nos lutar pela criação e manutenção dos espaços já duramente conquistados nos festivais e mostras especiais. Em resumo: é preciso "pensar" o curta-metragem, como um produto viável, também, comercialmente. O que não se pode cogitar é a "adaptação" do curta as regras estabelecidas pelo interesse "puramente" econômico. A obra tem que chegar ao público apresentando todo aquele arrojo, inovação e coragem, a que me referi há pouco. Acho que são, exatamente, essas características que podem atrair e "formar" um grande público.
 
É possível ser um cineasta só de curta-metragem? Vemos que o curta é sempre um trampolim para fazer um longa...
Se pensarmos em cinema como atividade profissional e lavarmos em conta essa falta de "espaço" e mercado específico para o formato, entendemos o porque dessa idéia de que o curta-metragem, será sempre um trampolim para um longa. Nesse sentido, seria difícil "sobreviver" produzindo só curta-metragem. Do ponto de vista da criação, contudo, acredito que a grande maioria dos cineastas pretende circular pelos vários formatos e possibilidades, sem se ater ou limitar a esse ou aquele formato.
 
O curta-metragem é marginalizado entre os próprios cineastas?
Não acredito que seja marginalizado. O que há é uma percepção e uma consciência das dificuldades em se produzir e sobretudo exibir um curta-metragem. Se, para o cineasta, houver a possibilidade de produzir uma obra (longa-metragem), com maiores possibilidades de retornos de toda espécie, (inclusive bilheteria) ele, certamente, não deixará de fazê-lo. Contudo, o que minha experiência mostra é que há, apesar de todas as dificuldades, um grande trabalho sendo feito, pelos jovens e também pelos mais experientes. O curta metragem, seja ele entendido como "trampolim" para um longa ou como uma obra em si, é, em ultima análise: Cinema. Ele tem, teve e sempre terá uma importância enorme, não só para o desenvolvimento do processo criativo (e técnico) dentro dessa arte, mas para a própria história do cinema.
 
Pensa em dirigir um curta futuramente?
Não é uma má idéia. Talvez dirija um dia. Mas quero, mesmo, é atuar em muitos outros.

quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Os Curtos Filmes no Festival Internacional de Curtas de SP


Olá!
 
Recebi o convite para ser júri do prêmio revelação do 23º Festival Internacional de Curtas Metragens de São Paulo, que começa amanhã.
 
O júri avaliará os filmes realizados em cursos de graduação de cinema e audiovisual.  O Cinema em Curso é uma mostra que retornou este ano ao festival com um novo perfil. Nela participarão apenas as universidades do estado de São Paulo, os filmes que compõem essa mostra foram indicados pelos próprias universidades e durante o festival teremos um debate com representantes de cada instituição para expor os perfis, desafios e propostas de cada curso.
 
Os filmes que concorrem ao prêmio e estão na Mostra Brasil e Panorama Paulista foram selecionados pela comissão de seleção do festival.
 
O júri este ano é composto por Marcelo Miranda, Rafael Spaca e Tatiana Monassa.
 
Acompanhem o Festival e confiram a programação completa em: http://www.kinoforum.org.br/curtas/2012/
 
Nos vemos lá!
 
Rafael Spaca.


terça-feira, 21 de agosto de 2012

4 ANOS HOJE!


Na data de hoje o blog ‘Os Curtos Filmes’ completa 4 anos!

Esta é uma postagem de gratidão a todo o público que prestigia este espaço com sua audiência e divulgação. Os índices e o prestigio do blog aumentam a cada dia: homenagens em festivais e convites para compor júri estão aparecendo.

Alguns amigos do blog escreveram mensagens que compartilho com vocês

Um abraço agradecido!

“Vida longa ao Blog Os Curtos Filmes! É louvável a importância de veículos como este para discutir e difundir a cultura do curta-metragem e, principalmente, dar visibilidade aos filmes e aos profissionais que acreditam nesse formato. Muitas vezes são filmes feitos sem grandes pretensões - a maior seria a participação em festivais -, mas realizados com muita ideologia de se construir histórias em grandes filmes curtos”.
Kátia Klock

“Acho a iniciativa de fazer este blog sobre cinema muito legal. Parabéns pelo aniversário desse espaço lindo e desejo vida longa e significativa”.
Carla Ribas

"Parabéns ao Rafael Spaca, que com seu amor e interesse pelos curtas, não deixa passar despercebido nenhum realizador ou personagem deste universo maravilhoso que é o cinema de curta-metragem!"
Martha Novill

"Parabenizo a iniciativa da criação de um blog tão completo sobre curtas-metragens, muitas vezes menosprezados em relação aos longas, e que na real são tão importantes como ,e até podem valorizar ainda mais o trabalho do ator, do roteirista, de toda equipe, exatamente por ter menos tempo para conseguirem a façanha de encantar, envolver e deixar marca, em relação a um longa-metragem. O blog além de desmistificar isso mais e mais a cada nova postagem, é importante pra envolver a classe artística e apreciadora, tocando em pontos que quase não vemos em outros blogs de cinema em geral. É com certeza um dos melhores blogs que li e acompanho semanalmente sem falhas! "
Maísa Magalhães

sábado, 18 de agosto de 2012

Marcia Kaplun

Márcia é atriz. Atuou em ‘Prova de Amor’, na Rede Record. Na Rede Bandeirantes, atuou em ‘Uma Escolinha Muito Louca’, onde interpretou Krika Telé, uma operadora e vendedora de telemarketing. No SBT, esteve na telenovela ‘Uma Rosa com Amor’.

O que te faz aceitar participar de trabalhos em curta-metragem?
No meu caso, além de ser um ótimo exercício para atores, eu como atriz com veia humorística, me deu a chance de experimentar pela primeira vez dois papeis dramáticos. 

Por que os curtas não têm espaço em críticas de jornais e atenção da mídia em geral?
Olha, vou responder com o meu senso, sem bases. Acho que o público brasileiro em geral não leva muito a sério os curtas por uma questão de mentalidade. A mídia por outro lado até consegue dar notas quando há atores famosos ou curtas premiados, mas não passam de notas.

Na sua opinião, como deveria ser a exibição dos curtas para atingir mais público?
Já houve a muitos anos atrás, uma lei que obrigava os cinemas a passarem curtas antes dos longas. Isso tornava os curtas mais comerciais. Agora o curta tem um público cult em festivais e só! Seria muito bom que essa lei voltasse para popularizar os curtas!

É possível ser um cineasta só de curta-metragem? Vemos que o curta é sempre um trampolim para fazer um longa...
Verdade... a pouco tempo conheci um diretor de curtas que está fazendo seu primeiro longa. É como para o ator, o Diretor experimenta no curta sem maiores cobranças e verbas.

O curta-metragem é marginalizado entre os próprios cineastas?
Não creio. Nunca ouvi um cineasta se opor aos curtas. E vou mais além, muitos curtas são protagonizados por atores famosos que somente pelo prazer, trabalham sem cachê! Eu apoio totalmente isso! mas se o curta for captado, claro que merecemos um cachê se essa captação for suficiente não só para abranger os custos para técnica e produção.

Pensa em dirigir um curta futuramente?
Eu nunca pensei em dirigir... nem teatro! Mas como vivo me desafiando, e já tive que dirigir peças teatrais, nunca direi não! Isso não existe para mim! Contudo, estou aberta a participar como atriz com o maior prazer, dentro das minhas possibilidades de tempo! O curta é bom neste caso, justamente porque é curto! rsrs

quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Raul Barretto

Raul é palhaço, ator e produtor brasileiro. No Circo Escola Picadeiro se especializou em palhaço, malabares, monociclo e arremesso de facas. Lá conheceu os parceiros que o convidariam, em 1992, a ingressar no grupo Parlapatões, Patifes e Paspalhões. Com a companhia, recebe o Grande Prêmio da Crítica APCA (Associação Paulista dos Críticos de Arte) pelo projeto “Vamos Comer o Piolin”, em 1998. Em 2006, a partir da parceria dos grupos teatrais Parlapatões e Pia Fraus, cria o Circo Roda. Neste mesmo ano, inaugura o teatro Espaço Parlapatões, localizado na Praça Roosevelt, em São Paulo.

O que te faz aceitar participar de trabalhos em curta-metragem?
Em primeiro lugar se o personagem tem a ver comigo, se representa um desafio. Muito importante  a qualidade do roteiro e a competência da equipe envolvida.

Por que os curtas não têm espaço em críticas de jornais e atenção da mídia em geral?
Pela mediocridade, incompetência e preguiça dos responsáveis pelas editorias culturais destes veículos que poucas vezes conseguem enxergar além de seus próprios narizes. Talvez a categoria também precise de uma união maior para poder ter mais força na luta contra este império.

Na sua opinião, como deveria ser a exibição dos curtas para atingir mais público?
Gostava do formato de ter um ou dois curtas antes de cada longa, muito melhor do que ter de aturar comerciais mal feitos passando num vídeo de péssima qualidade. A TV também devia abrir espaços para curtas. Agora esta programação deve ser criteriosa, pois muitos curtas só merecem ser vistos nas telas dos celulares de seus realizadores.

É possível ser um cineasta só de curta-metragem? Vemos que o curta é sempre um trampolim para fazer um longa...
Acho totalmente possível o cineasta fazer apenas curtas, como um escritor pode ser apenas poeta, ou contista. Claro que ao fazer um curta ele estará habilitado a realizar um longa.

O curta-metragem é marginalizado entre os próprios cineastas?
Tem quem marginaliza e quem valoriza.

Pensa em dirigir um curta futuramente?
Não.

terça-feira, 14 de agosto de 2012

Narjara Turetta

Narjara é atriz. Atuou em dois curtas ‘O Futuro a Deus Pertence’ e ‘Disse Não Disse’. Trabalhou em diversas novelas como ‘Morde e Assopra’, ‘Páginas da Vida’ e ‘Baila Comigo’.

O que te faz aceitar participar de trabalhos em curta-metragem?
O primeiro que eu fiz era muito bom  e veio através de um convite especial do Eduardo Nassife. O texto era bom demais  e eu nunca fiz cinema então achei bacana começar por um curta! O segundo foi uma pessoa da mesma equipe desse primeiro que me convidou para fazer um curta baseado em um conto do João Emanuel Carneiro!

Por que os curtas não têm espaço em críticas de jornais e atenção da mídia em geral?
Melhor você perguntar para a "mídia em geral", o porquê disso, né? Rsss,  deve ser porque eles acham que as pessoas não tem interesse em saber de curtas,só de longas!

Na sua opinião, como deveria ser a exibição dos curtas para atingir mais público?
Como era antigamente, antes da exibição dos longas!

É possível ser um cineasta só de curta-metragem? Vemos que o curta é sempre um trampolim para fazer um longa...
Acho que é esse o interesse dos futuros cineastas, começar por um curta para chegar a um longa.

O curta-metragem é marginalizado entre os próprios cineastas?
Pergunte isso para os cineastas, não? Rsss Não convivo com eles para saber essa resposta, desculpe.

Pensa em dirigir um curta futuramente?
Não penso não! Acho muito difícil dirigir, já dirigi uma peça no colégio  e deu muita dor de cabeça! Por isso não tenho essa pretensão, não!

domingo, 12 de agosto de 2012

Felipe Folgosi

Felipe é ator e apresentador. Atuou, na TV Record, em novelas como ‘Os Mutantes’ e ‘Prova de Amor’ e na Rede Globo, em telenovelas como ‘Olho no Olho’, ‘Explode Coração’ e ‘Corpo Dourado’.

O que te faz aceitar participar de trabalhos em curta-metragem?
Principalmente um bom roteiro.

Por que os curtas não têm espaço em críticas de jornais e atenção da mídia em geral
Acho que hoje em dia melhorou bastante, alguns anos atrás só o Festival do Minuto tinha cobertura, hoje existem vários festivais inclusive de animação que recebem uma maior atenção. Infelizmente o curta ainda e desconhecido do publico geral, ficando mais para cinéfilos, estudantes de cinema ou gente da área. 

Na sua opinião, como deveria ser a exibição dos curtas para atingir mais público?
Apesar de que quando se fala de obrigatoriedade todo mundo fica de cabelo em pe, creio que a Ancine deveria fazer com que todo longa exibido no circuito comercial fosse precedido por um curta, de preferencia com um "tom" próximo ao do longa sendo exibido, assim ninguém corre o risco que desagradar o publico que foi ver o filme de um determinado gênero. Acho que e uma iniciativa positiva, não lembro de ninguém reclamar de assistir os curtas da Pixar que antecedem os longas por exemplo, pelo contrario, já ouvi comentários de pessoas que gostaram mais do curta.

É possível ser um cineasta só de curta-metragem? Vemos que o curta é sempre um trampolim para fazer um longa...
Creio que sim, mas o problema e que ao mesmo tempo que o curta oferece uma serie de possibilidades como menor custo e tempo de produção, justamente a pouca exibição, retorno financeiro limitado a editais e captação mais restrita faz com que seja mais difícil um cineasta que faca apenas curtas. 

O curta-metragem é marginalizado entre os próprios cineastas?
Acho que não, a grande maioria começou com curtas, videoclipes ou ate mesmo na publicidade, experimentando e ganhando "cancha" ate poderem encarar um longa. E um curta bem feito não e nada fácil de se fazer.

Pensa em dirigir um curta futuramente?
Sim, fiz alguns quando cursei cinema na Faap e na UCLA. Infelizmente acabo tendo que me dedicar mais ao trabalho como ator, afinal tenho que pagar as contas (rs) mas tenho dois projetos de curta no momento, um como co-diretor e o outro como ator.

sábado, 11 de agosto de 2012

Ana Tavares

Ana é atriz, produtora e cineasta. Lançou recentemente o curta-metragem ‘Alma’.

O que te faz aceitar participar de uma produção em curta-metragem?
Boas ideias, desde que sejam originais, pois trazem bons roteiros, e daí em diante pessoas criativas e talentosas que vão executar o projeto.

Você sente alguma diferença de satisfação profissional entre fazer cinema, teatro e TV?
Eu me sinto satisfeita em todas as áreas. Atuar no teatro sempre dá aquele frio na barriga antes de pisar no palco, pois, é você e o público, cara a cara, se errar, esquecer o texto tem que improvisar, por isso você tem semanas e meses de ensaio. Já no cinema, se você erra pode refazer a cena, mas não tem o peso do teatro em relação à entonação da voz que tem que chegar as últimas cadeiras de uma plateia de 200 ou 300 pessoas. E na televisão você está se relacionando com milhares de pessoas. Tudo isso é maravilhoso.

Por que os curtas não tem espaço em críticas de jornais e atenção da mídia em geral?
Hoje vivemos num mundo de muitas informações e tudo é muito rápido, além da grande competitividade em todos os campos e se tratando de mídia é ainda maior na TV, no teatro, na música, no cinema, artes plásticas... Todos brigando por espaço, por divulgação. Os curtas tem mais espaço nos festivais, mas por outro lado vejo que estão expandindo no mercado de comunicação como na internet que abre dezenas de possibilidades de exibições em sites, blogs, Youtube! etc.

Como deveria ser a exibição de curtas para atrair mais público?
Deveria ser exibidos nos cinemas antes de um longa metragem. Em escolas públicas até mesmo nas faculdades levando informações e conhecimento aos alunos em pouco tempo. Já existe na TV aberta, mas não é de grande conhecimento popular.

Considera o curta-metragem um trampolim para fazer um longa?
Sim, depois da exibição do meu curta “Alma” deu vontade de encarar o desafio de dirigir um longa ou mesmo um médio. Recebi o convite de escrever e dirigir mais um curta. Mas se surgir um longa por que não? A vida é feita de desafios e estou pronta. E hoje não dá pra viver só do cinema, o artista tem que ser mil e uma utilidades, no meu caso dirijo, atuo, escrevo, faço direção de fotografia, direção geral de exposição e coordenadora editorial de livro. E estou sempre aberta ao novo e ao aprendizado.

Dá para o cinema nacional sobreviver sem subsídios?
É muito difícil sobreviver e fazer cinema nacional sem subsídios, porque este é o modelo vigente e também muito injusto a distribuição dos mesmos. Mas vejo que novos caminhos e novas formulas tem que ser criadas para sair da limitação dos modelos atuais.

Pensa em dirigir outro curta futuramente?
Sou apaixonada pela sétima arte, não tenho dúvida em relação a isso, penso sim e vou continuar mergulhando nesse universo da direção, venho do teatro, formada em Arte Cênica pela CAL (Casa de Artes de Laranjeiras) depois dediquei quatro anos a graduação de Jornalismo pela UniverCidade, mas nunca deixei de lado a carreira artística. Estou totalmente seduzida pelo cinema e pretendo continuar dirigindo, atuando, escrevendo roteiros...

O que é necessário para vencer no cinema?
O vencer no cinema pra mim é você conseguir levar o seu filme ao conhecimento do publico é mostrar o seu trabalho, independente dele a vir a ser um campeão de bilheteria ou não, claro, que todo mundo quer fazer sucesso, alcançar os números de bilheterias que os filmes “Tropa de Elite II”, “Dona Flor e os seus dois maridos” e “O Dama da Lotação” alcançaram ou até mesmos supera-los é um sonho. Mas para isso é necessário muito AMOR ao cinema, determinação, perseverança e coragem. Se conseguir mostrar o seu filme já é maravilhoso, porque não é fácil se dedicar dias, meses e anos para realizar um trabalho que muitas vezes não tem retorno financeiro e depois de pronto não ter espaço para apresentar e infelizmente ter que engaveta-lo. Não podemos desistir no primeiro fracasso, por isso ser persistente é fundamental.

Qual é o seu próximo projeto?
No momento estou com vários projetos em andamento através da minha produtora “Luminata Cultural”. Ensaiando a peça “Trava língua” de minha autoria, tendo no elenco: eu, Alexandre David, Flavia Veiga, com direção do cineasta Neville D´almeida. Escrevi o roteiro e estou dirigindo o clipe da música “Dou a cara pra bater” da cantora e lutadora de MMA Érica Paes com cobertura da TV GNT, com direção de fotografia de Alessandro Cardoso. Em breve no youtube. Elaborando o documentário “Mau-dito- Bem aventurado” sobre a trajetória do cineasta e artista plástico Neville D´almeida. Estou no elenco da peça “Antes que Seja Tarde” de Diogo Eli,  apresentamos no Sesc Horto em Campo Grande – MS, com a atriz Anita Amizo e o ator Aldo Perrotta.