sábado, 11 de agosto de 2012

Ana Tavares

Ana é atriz, produtora e cineasta. Lançou recentemente o curta-metragem ‘Alma’.

O que te faz aceitar participar de uma produção em curta-metragem?
Boas ideias, desde que sejam originais, pois trazem bons roteiros, e daí em diante pessoas criativas e talentosas que vão executar o projeto.

Você sente alguma diferença de satisfação profissional entre fazer cinema, teatro e TV?
Eu me sinto satisfeita em todas as áreas. Atuar no teatro sempre dá aquele frio na barriga antes de pisar no palco, pois, é você e o público, cara a cara, se errar, esquecer o texto tem que improvisar, por isso você tem semanas e meses de ensaio. Já no cinema, se você erra pode refazer a cena, mas não tem o peso do teatro em relação à entonação da voz que tem que chegar as últimas cadeiras de uma plateia de 200 ou 300 pessoas. E na televisão você está se relacionando com milhares de pessoas. Tudo isso é maravilhoso.

Por que os curtas não tem espaço em críticas de jornais e atenção da mídia em geral?
Hoje vivemos num mundo de muitas informações e tudo é muito rápido, além da grande competitividade em todos os campos e se tratando de mídia é ainda maior na TV, no teatro, na música, no cinema, artes plásticas... Todos brigando por espaço, por divulgação. Os curtas tem mais espaço nos festivais, mas por outro lado vejo que estão expandindo no mercado de comunicação como na internet que abre dezenas de possibilidades de exibições em sites, blogs, Youtube! etc.

Como deveria ser a exibição de curtas para atrair mais público?
Deveria ser exibidos nos cinemas antes de um longa metragem. Em escolas públicas até mesmo nas faculdades levando informações e conhecimento aos alunos em pouco tempo. Já existe na TV aberta, mas não é de grande conhecimento popular.

Considera o curta-metragem um trampolim para fazer um longa?
Sim, depois da exibição do meu curta “Alma” deu vontade de encarar o desafio de dirigir um longa ou mesmo um médio. Recebi o convite de escrever e dirigir mais um curta. Mas se surgir um longa por que não? A vida é feita de desafios e estou pronta. E hoje não dá pra viver só do cinema, o artista tem que ser mil e uma utilidades, no meu caso dirijo, atuo, escrevo, faço direção de fotografia, direção geral de exposição e coordenadora editorial de livro. E estou sempre aberta ao novo e ao aprendizado.

Dá para o cinema nacional sobreviver sem subsídios?
É muito difícil sobreviver e fazer cinema nacional sem subsídios, porque este é o modelo vigente e também muito injusto a distribuição dos mesmos. Mas vejo que novos caminhos e novas formulas tem que ser criadas para sair da limitação dos modelos atuais.

Pensa em dirigir outro curta futuramente?
Sou apaixonada pela sétima arte, não tenho dúvida em relação a isso, penso sim e vou continuar mergulhando nesse universo da direção, venho do teatro, formada em Arte Cênica pela CAL (Casa de Artes de Laranjeiras) depois dediquei quatro anos a graduação de Jornalismo pela UniverCidade, mas nunca deixei de lado a carreira artística. Estou totalmente seduzida pelo cinema e pretendo continuar dirigindo, atuando, escrevendo roteiros...

O que é necessário para vencer no cinema?
O vencer no cinema pra mim é você conseguir levar o seu filme ao conhecimento do publico é mostrar o seu trabalho, independente dele a vir a ser um campeão de bilheteria ou não, claro, que todo mundo quer fazer sucesso, alcançar os números de bilheterias que os filmes “Tropa de Elite II”, “Dona Flor e os seus dois maridos” e “O Dama da Lotação” alcançaram ou até mesmos supera-los é um sonho. Mas para isso é necessário muito AMOR ao cinema, determinação, perseverança e coragem. Se conseguir mostrar o seu filme já é maravilhoso, porque não é fácil se dedicar dias, meses e anos para realizar um trabalho que muitas vezes não tem retorno financeiro e depois de pronto não ter espaço para apresentar e infelizmente ter que engaveta-lo. Não podemos desistir no primeiro fracasso, por isso ser persistente é fundamental.

Qual é o seu próximo projeto?
No momento estou com vários projetos em andamento através da minha produtora “Luminata Cultural”. Ensaiando a peça “Trava língua” de minha autoria, tendo no elenco: eu, Alexandre David, Flavia Veiga, com direção do cineasta Neville D´almeida. Escrevi o roteiro e estou dirigindo o clipe da música “Dou a cara pra bater” da cantora e lutadora de MMA Érica Paes com cobertura da TV GNT, com direção de fotografia de Alessandro Cardoso. Em breve no youtube. Elaborando o documentário “Mau-dito- Bem aventurado” sobre a trajetória do cineasta e artista plástico Neville D´almeida. Estou no elenco da peça “Antes que Seja Tarde” de Diogo Eli,  apresentamos no Sesc Horto em Campo Grande – MS, com a atriz Anita Amizo e o ator Aldo Perrotta.