quarta-feira, 1 de junho de 2011

Gilda Nomacce



Gilda é formada em Artes Cênicas pela Faculdade de Belas Artes de São Paulo. Em 2003, fundou a Companhia da Mentira.No cinema, atuou em vários curtas como: “Um Ramo”, direção de Marco Dutra e Juliana Rojas, premiado na Semana da Crítica do Festival de Cannes em 2007, “Um Sem um Segundo”, direção de Sabrina Greve, “Bosta de Vaca”, direção de Rafael Primo, além do vídeo “Como Manter um Nível Saudável de Insanidade”, que fez grande sucesso no YouTube, sob direção de Rafael Gomes e Mariana Bastos.

O que te faz aceitar participar de trabalhos em curta-metragem?
Trabalhar em curta é sempre muito instigante, a maior parte do tempo são filmes de diretores em construção, e os processos de construção são sempre interessantes e podem desencadear obras primas! Os diretores de curta estão numa urgência que leva a criação para um lado muito intenso.

Comecei a receber convites quando fiz a peça “O Que Você Foi Quando Era Criança?” do Lourenço Mutarelli, montagem da “Companhia da Mentira”, o primeiro trabalho “Um Ramo” de Juliana Rojas e Marco Dutra, me levou a Cannes, adoro os festivais, este ano fui com o curta “Depois do Almoço” para o festival de Berlim, trabalhei com pessoas que hoje são fundamentais pra minha vida e carreira, me apaixonei violentamente pelo cinema, me viciei em set de filmagem, um mundo paralelo, descolado da linha do tempo, imagem capturada e o filme não precisa mais de mim, o que não é possível no teatro, e tem a história paralela ao filme…é tudo muito fascinante para uma atriz em construção no cinema.

Por que os curtas não têm espaço em críticas de jornais e atenção da mídia em geral?
Pela mesma razão pela qual gosto dos curtas, porque são considerados ainda processos, parte de uma obra por vir, porque a mídia brasileira se empenha em noticiar apenas a cultura de massa. Não vejo a hora de mais diretores de longas voltarem a fazer curtas, eu considero o curta uma obra em si, e não apenas um rascunho, e gostaria de poder assisti-los de forma mais fácil.

Na sua opinião, como deveria ser a exibição dos curtas para atingir mais público?
Deveria ser obrigatório todo filme longa metragem ter um curta no inicio da sessão, seria muito legal poder ver um curta a cada vez que vou ao cinema no lugar de propaganda!!!.

O curta-metragem é marginalizado entre os próprios cineastas?
Acho que não! É só freqüentar as mostras de curtas pra ver que não! O curta metragem é marginalizado pela sociedade de consumo que prega a quantidade e não a qualidade, a necessidade de competitividade faz com que todos queiram fazer seu longa.

Pensa em dirigir um curta futuramente?
Penso em escrever roteiros, tenho muitas idéias…

Qual é o seu próximo projeto?
Conseguir transformar as muitas horas gravadas da vida de Dona Sebastiana em um filme, um documentário, tenha ele a metragem que for.