quinta-feira, 1 de março de 2018

Os Trapalhões: Nonato Estrela


Nonato Estrela
Diretor de fotografia


Você trabalhou com Os Trapalhões em cinco filmes. Como e por quem recebeu o convite para trabalhar nesses filmes? Como foi a experiência?
Recebi o convite do diretor de fotografia Jorge Monclar. Eu era assistente de fotografía

Que representava, naquele período, trabalhar em um filme com Os Trapalhões, que eram certeza de sucesso de bilheteria?
Um bom mercado de trabalho se apresentava. Além de ser muito divertido trabalhar com eles.

Como foi o seu contato com o quarteto (Didi, Dedé, Mussum e Zacarias)?
Eles me receberam muito bem, sempre com brincadeiras. O ambiente era ótimo. Afinal, eles faziam humor. Então, não tinha lugar para bode!

Como surgiram os outros convites para trabalhar com o quarteto?
A amizade foi se fortalecendo... e junto a confiança. Os convites foram se apresentando.

Quais as suas recordações desses trabalhos?
As melhores recordações possíveis. Eles eram meus heróis de infância. Muito agradável.

Em cinco produções com Os Trapalhões, você trabalhou com três diretores diferentes. Fato raro, não?
Acho que não. Como Os Trapalhões já me conheciam, ficou tudo mais fácil!

Em Os Fantasmas Trapalhões, o quarteto reeditou uma parceria de sucesso com o cineasta J. B.Tanko. Quais as lembranças de trabalho com esse diretor?
As melhores possíveis.

Esse filme foi o último de Tanko com Os Trapalhões. Como era a sintonia do quarteto com o diretor? Eles eram antes de tudo amigos?
Você perguntou e já respondeu: eles eram super amigos... Eu só assisti o que está consumado: amizade, amizade e amizade.

Os Fantasmas Trapalhões marcou certas rupturas na produção cinematográfica do quarteto. Em primeiro lugar, as filmagens passaram a ser feitas, em sua maioria, em um universo fechado, ou seja, em estúdio. Cenários e figurinos pré-fabricados se tornaram mais presentes, facilitando a produção. Isso foi proposital?
O Renato estava ficando cansado de tantas viagens. Afinal, eles faziam televisão também. Estúdio era mais confortável e perto de casa.

Os Trapalhões tinham também outra proposta: inserir diversas atrações midiáticas do momento, com a intenção de atrair para as salas de cinema o maior número possível de espectadores dos mais diferentes gostos e faixas etárias. Por esse motivo, tornou-se frequente a presença de personalidades da televisão, como, por exemplo, o grupo Dominó e Gugu Liberato. Isso era o melhor a fazer, pensando na visão de um exigente e diversificado público infanto-juvenil?
Eles queriam pegar outros públicos, e Gugu e tudo mais era uma nova chance de aumentar o público.

Quem era o maior comediante do grupo?
O melhor comediante do grupo dependia da piada. Todos eram bons.

Renato Aragão tem fama de ser perfeccionista. Isso procede? Ele acompanha tudo?
Renato é perfeccionista em tudo. Nos filmes também!

A Princesa Xuxa e Os Trapalhões teve inspiração em Star Wars?
Claro que sim. Todo filme tinha algum conceito ...

Por que, na sua visão, os críticos e a Academia rejeitam os filmes produzidos e estrelados pelos Trapalhões?
Críticos rejeitavam porque eram filmes comerciais, críticos não gostam de bilheteria.

Como classifica o cinema feito pelos Trapalhões?
Classifico os filmes deles como uma boa diversão e acabaram sendo considerados cult... Eles eram ótimos, inventaram personagens genuinamente brasileiros.

Gostaria que contasse alguma curiosidade ou fato que tenha presenciado como testemunha ocular.
Renato proibiu Mussum de beber no set. Então, Mussum botava sempre alguma coisa na coca-cola, com a cooperação do camareiro. E bebia feliz, e ninguém se chateava...