Julio Villani é artista plástico e usa recursos de vídeo para as suas instalações.
Você é um artista plástico, que gosta de trabalhar com vídeo. Conta um pouco dessa sua relação com o vídeo.
Olha, minha relação com o vídeo começa no ano 2000, mais ou menos, quando eu ganhei uma câmera Mini-DV, e eu começo na verdade a ter uma necessidade, que é uma necessidade que existe já algum tempo, de tentar registrar, ou fotograficamente, ou através de vídeo, algumas cenas que aconteciam no meu cotidiano de pintura e escultura no A.T.D., então a minha relação com o vídeo começa basicamente dessa forma.
E qual é a sua relação com o curta-metragem, já produziu algum ou assiste?
Não, eu não produzi nenhum, eu gosto muito de ver o programa que só apresenta curtas-metragens, mas eu não acho que os meus filmes são curtas-metragens, porque não tem história, tem só uma idéia que eu exploro essa idéia, nunca mais de 5 minutos ou 10 minutos. Então não dá pra chamar isso de curta-metragem, essa é minha relação, mas eu gosto muito de ver e vou freqüentemente ver curta-metragem. Mas como eu não me lembro nomes, eu teria dificuldade para falar nomes.
O artista plástico tem que ter um grande poder de síntese, porque ele tem que fazer uma obra que é pequena ou grande, mas que está ali, e ela não é muito extensa. E o curta-metragem tem um grande poder de síntese, o que você acha dessa analogia, você acha que poderia, com essa sua categoria em fazer trabalhos de arte enveredar para área de cinema?
Olha, eu não sei o que vai dar essa minha história com o vídeo, eu concordo com você que o artista plástico sobre tudo, e um poeta ele tem mais capacidade de síntese, porque finalmente é com a síntese que a gente trabalha a pintura e a poesia, agora o vídeo por enquanto ele me satisfaz bastante nesse sentido, a mim por enquanto essa síntese das idéia, não me interessa narrar, me interessa só explorar uma idéia e mostrar essa exploração, essa reflexão, ponto. Fazer curta, fazer filmes, já entra nesse processo de narrativa, eu não sei se cabe a mim fazer, mas como a gente nunca pode dizer nunca, quem sabe.