domingo, 1 de julho de 2018

Os Trapalhões: Toninho Muricy


Toninho Muricy
Estagiário de finalização, técnico de som direto


Você foi estagiário na área de finalização do filme Atrapalhando a Suate. Como e em que circunstância recebeu essa oportunidade?
Eu estava estagiando na Rob Filmes (hoje, Rob Digital), e Os Trapalhões foram finalizar o filme lá.

Atrapalhando a Suate foi o seu primeiro trabalho em cinema?
Meu primeiro trabalho em cinema foi um estágio como segundo assistente de câmera no longa Menino do Rio, dirigido por Antônio Calmon e produzido pela L. C. Barreto.

Que faz um estagiário de finalização?
Ajuda nos processos relativos à finalização de um filme – montagem (no caso era película 35mm, na moviola Steenbeck), dublagem, edição de som, mixagem.

Atrapalhando a Suate é o único filme que não consta oficialmente da filmografia dos Trapalhões. Quais as suas principais recordações dos bastidores desse filme?
Confesso que não lembro muita coisa. Faz muito tempo. E ele era mais um dos filmes sendo finalizados na Rob Filmes. Lembro-me do Mussum, muito engraçado – aliás, todos eles –, que sempre fugia pra tomar um goró no Bracarense. Lembro-me de estar ali tão perto deles, meus ídolos!

Como foi a experiência de trabalhar em uma produção envolta de tantas polêmicas, como a separação do quarteto? Eles comentavam algo com você?
Não comentavam, não. Sempre foram muito discretos sobre isso, o que eles queriam era fazer o melhor filme possível.

Havia uma disposição de Dedé, Mussum e Zacarias de mostrar ao Renato que eles também sabiam produzir um filme?
Certamente, tanto que fizeram o filme. Mas nunca falaram disso comigo.

A DeMuZa Produções foi criada com o intuito de apenas gerir os negócios dos três humoristas (Dedé, Zacarias e Mussum). Você foi registrado por ela?
Não. Eu era estagiário da Rob Filmes.

O trio acreditava que poderia ser bem-sucedido sem o Renato Aragão?
Acho que sim, tanto é que tentaram!

Havia, nos bastidores, um clima de tristeza pela separação ou de competição, já que Renato Aragão estava filmando O Trapalhão na Arca de Noé?
Nunca falaram comigo disso.

Que representou para você trabalhar em Atrapalhando a Suate?
Foi um bom aprendizado. E foi muito legal conviver um pouco com os três, de quem sempre fui fã!

Depois de um longo hiato, sua trajetória profissional voltou a encontrar um integrante dos Trapalhões, Renato Aragão, em dois filmes: Simão, O Fantasma Trapalhão e O Trapalhão e a Luz Azul. Nessas duas produções você foi técnico de som direto, não é?
Isso. Em Simão, fiquei duas semanas substituindo meu cunhado, José Louzeiro, também técnico de som direto. No Luz Azul, captei o filme inteiro.

Como foi trabalhar com Renato Aragão nessas duas produções?
O Renato é gente boa, sempre brincalhão e muito profissional.

Você nunca trabalhou com os quatro integrantes juntos, mas trabalhou com todos eles. Quem era o maior comediante do grupo?
Os quatro eram muito bons, cada um do seu jeito. Eu gostava de todos

Por que, na sua visão, os críticos e a Academia rejeitam os filmes produzidos e estrelados pelos Trapalhões?
Existem aspectos mais precários, tecnicamente falando, em termos de roteiro, direção etc. Mas o cinema deles sempre foi muito popular e engraçado. Faziam dois longas por ano, nos bons tempos!

Como classifica o cinema feito pelos Trapalhões?
Muito legal. E atendia a um público infantil carente de filmes nacionais específicos para eles, as crianças e adolescentes.