segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Mauricio Arruda



Mauricio dirige o programa "Altas Horas", da Rede Globo e escreveu o roteiro do filme ‘Soberano’, sobre os seis títulos brasileiros do São Paulo Futebol Clube.

Fez história ao ser indicado ao Oscar 2001 como melhor curta-metragem de ficção.

Qual é a importância histórica que o curta-metragem tem no cinema brasileiro?
O curta-metragem não é só coadjuvante, mas personagem principal do cinema brasileiro. Basta citar duas obras-primas do gênero: “Ilha das Flores”, do Jorge Furtado e “Garota das Telas”, do Cao Hambúrguer

Por que os curtas não tem espaço em críticas de jornais e atenção da mídia em geral?
Porque raramente entram em cartaz nos cinemas e tem poucos locais de exibição.

É possível ser um cineasta só de curta-metragem? Vemos que o curta é sempre um trampolim para fazer um longa...
Imagino que todo curta-metragista tenha vontade de fazer um longa. O desafio é maior. Mas todo diretor de longa deveria começar com curtas.

O curta-metragem é marginalizado entre os próprios cineastas?
Não creio que seja marginalizado. Mas os longas têm mais repercussão e recursos.

Você disputou o Oscar de 2001 com o roteiro do curta-metragem “Uma História de Futebol”. Qual foi o mérito do roteiro para chegar a essa disputa?
É impossível um bom diretor salvar um roteiro ruim. E considero “Uma História de Futebol” um bom filme. Então acho que eu e o José Roberto Torero, que fizemos o roteiro, temos méritos.

Depois desse projeto citado acima, você não trabalhou mais com curta-metragem? Por que?
Eu escrevi durante quase dez anos o quadro “Retrato Falado”, do Fantástico, com a Denise Fraga. Foram dezenas de histórias de, no máximo, doze minutos. De certa forma são curtas-metragem, com diferentes histórias, conflitos e atores. No cinema não recebi convites para escrever curtas, mas gostaria de fazer outros.

Na sua opinião, qual a diferença em trabalhar em longas e em curtas?
Principalmente o tempo! Meu último roteiro de longa levou mais de dois anos para ser feito!

Pensa em dirigir um curta futuramente?
Hoje não penso nisso. Quem sabe no futuro distante...

Qual é o seu próximo projeto?
Eu fui roteirista dos filmes “Contador de Histórias”, do Luiz Villaça, que vai ser lançado em agosto de 2009 e o “Amanhã Nunca Mais”, do Tadeu Jungle, que está sendo filmado. Também dirijo o Altas Horas, da TV Globo, e estou escrevendo e vou dirigir com o Carlos Nader o filme “Soberano”, sobre os seis títulos brasileiros do São Paulo Futebol Clube.