Quando mostrei os peitos na avenida (Dercy foi tema da
Viradouro em 1991, com o enredo “Bravíssimo – Dercy, O Retrato de um Povo”),
mostrei o que tinha de melhor. Não tive nenhuma intenção de debochar nem de
agredir a moral ou a estética da família brasileira.
Mostrar os seios é uma coisa divina, porque não há parte do
corpo da mulher que seja mais bonita, que tenha mais sentido de feminilidade e
de continuidade da vida, porque existe para alimentar novas vidas. A coisa mais
linda é uma criança mamando, seio tem a ver com criação, não tem nada de pornográfico.
Pornográfico é mostrar a xereca, porque, se está no meio das pernas, é para
ficar ali mesmo escondida. Nunca tive problema em mostrar os seios porque meus
seios sempre foram muito bonitos. Certa vez, no programa Os Trapalhões, fiz menção de mostrar, mas eles não deixaram,
dizendo que os telespectadores iam achar uma imoralidade.
Dercy Gonçalves, atriz.
Trecho extraído do livro “Dercy de Cabo a Rabo”, escrito
por Maria Adelaide Amaral, págs. 238 e 239.