AFONSO NIGRO
Ator, músico do grupo Dominó
Como surgiu o convite para o grupo Dominó trabalhar com Os Trapalhões?
O Renato Aragão nos convidou, através da gravadora Sony Music, devido ao grande sucesso do grupo.
Antes de iniciar essa parceria profissional com Os Trapalhões, vocês já acompanhavam os filmes deles?
Claro! Éramos fãs e já havíamos cantado no programa deles.
Quais as suas principais recordações dos bastidores de filmagem com Os Trapalhões?
Muita brincadeira, sem perder o profissionalismo.
Renato Aragão, Dedé, Mussum e Zacarias tinham como característica a irreverência, até mesmo nos bastidores das filmagens. Eles brincavam muito. As filmagens eram descontraídas. Isso procede?
Ríamos o tempo todo, era uma grande família.
Como era o seu contato com o quarteto (Didi, Dedé, Mussum e Zacarias)?
De admiração e amizade, quando estávamos juntos ou visitávamos a casa, principalmente do Renato Aragão, éramos muito bem tratados!
Que representava, naquele período, trabalhar num filme dos Trapalhões?
Era a certeza de que o grupo era um grande sucesso.
Em Os Fantasmas Trapalhões, o quarteto reedita uma parceria de sucesso com o cineasta J. B.Tanko. Quais suas lembranças de trabalho com esse diretor?
Um diretor muito competente e paciente conosco, que éramos novatos.
Esse filme foi o último de Tanko com Os Trapalhões. Como era a sintonia do quarteto com o diretor?
Sintonia total, eles formavam uma equipe perfeita.
Os Fantasmas Trapalhões marca certas rupturas na produção cinematográfica do quarteto. As filmagens passam a ser feitas, em sua maioria, em um universo fechado, ou seja, em estúdio. Cenários e figurinos pré-fabricados se tornam mais presentes, facilitando a produção. Isso foi proposital?
Sim, os estúdios R.A. Produções eram do Renato Aragão; e, além disso, davam mais agilidade às gravações.
Como Flávio Migliaccio conduziu todo o processo fílmico de Os Trapalhões na Terra dos Monstros, seu segundo filme com o grupo? Como era a sintonia dele com a equipe?
Uma coisa que o quarteto sempre soube fazer foi escolher seus diretores, todos muito competentes.
Quem era o maior comediante do grupo?
Talento, Didi. Naturalmente engraçado, Mussum.
Renato Aragão tem fama de ser perfeccionista. Isso é verdade? Ele acompanha tudo?
Muiito!!! Perfeccionista, compenetrado, profissional etc...
Por que, na sua visão, os críticos e a Academia rejeitam os filmes produzidos e estrelados pelos Trapalhões?
Acho que porque a preocupação era de ter grande sucesso e bilheteria.
Como classifica o cinema feito pelos Trapalhões?
O mais divertido, leve, bem-humorado do cinema nacional.
Os Trapalhões sempre “brincaram” em parodiar filmes e clássicos estrangeiros de sucesso. Que pensa a respeito dessa linha que eles seguiram?
Esse tipo de “paródia” sempre foi muito comum no cinema e na tevê brasileira.
Gostaria que contasse alguma curiosidade ou fato desconhecido do público que tenha presenciado como testemunha ocular.
Os quatro tinham personalidades muito diferentes: Mussum, sempre brincalhão e engraçado; Dedé, o galã, gente boa; Zacarias, compenetrado e talentoso; Didi, artista e empresário.