AMÉRICO
PICANÇO
Ator
O
senhor foi o primeiro parceiro de trabalho do Renato Aragão. Isso aconteceu na
TV Ceará. Como surgiu o convite para trabalhar com o Renato Aragão?
Fui
o primeiro parceiro do Renato na TV Ceará. O programa Vídeo Alegre era às
quartas-feiras. O Renato tinha um quadro; e eu, outro. Eu fazia um garoto meio
retardado e meio bichinha, que tinha medo da namorada. Um dia, Renato me
convidou para fazer a dupla Didi e Frederico. Começou assim.
Logo
depois, o Renato foi para a TV Tupi e o senhor ficou. Como aconteceu essa
mudança?
Quando
Renato foi para o Rio, eu não fui. Fiquei por aqui mesmo. E ele começou lá na
TV Tupi com o programa Os Legionários,
que fazíamos aqui na TV Ceará também.
Como
foi para o senhor sair do Ceará e ir para o Rio de Janeiro?
Só
fui para o Rio depois de alguns anos. Foi quando encontrei o Renato,
casualmente; e voltamos a fazer dupla. Depois de algum tempo, formamos um trio:
Renato, Mario Alimari e eu, já na TV Excelsior, Canal 2, do Rio.
Trabalhar
na televisão era um objetivo que o senhor tinha?
Nunca
foi meu objetivo trabalhar na televisão. Começou como um entretenimento; e,
depois, passei seis anos por lá.
Por
que o senhor não integrou definitivamente a equipe de Os Trapalhões?
Eu
fui fixo nos Adoráveis Trapalhões durante
três anos. Eu fazia o bandido que batia no Renato, Ivon Cury e Wanderley
Cardoso; e, no final do programa, sempre tinha uma luta entre mim e o Ted Boy
Marino, meu grande amigo.
Após
a sua saída desse trabalho, manteve ou mantém contato com Renato Aragão?
Depois
que saí, mantive contato não só com Renato como com os outros três Trapalhões: Dedé,
Mussum e Zacarias. Quem levou o Mussum para a tevê fui eu.
Na
sua opinião, quem era o maior comediante do grupo?
O
maior comediante sempre foi o Renato, os outros eram “escada”. O segundo, na minha opinião,
era o Mussum.
Por
que, na sua visão, os críticos e a Academia rejeitam os filmes produzidos e estrelados
pelos Trapalhões?
Opiniões
de críticos sempre divergem de todos. Os filmes eram para crianças, que gostam
do estilo pastelão.
Como
classifica o cinema feito pelos Trapalhões?
Os
filmes feitos pelos Trapalhões foram
uma mina de dinheiro.
O
senhor chegou a ser convidado para trabalhar em algum filme dos Trapalhões?
Fiz
uma ponta em um dos filmes, Na Onda do Iê-Iê-Iê,
pela falta de um ator. Foi coisa pequena.
Após
o trabalho com Renato Aragão, como foi a sua trajetória?
Depois
dos Trapalhões,
fiz um programa na Tupi de São Paulo: Bonzinhos
Até Certo Ponto, com a Vanusa, Débora Duarte, Wanderley
Cardoso e Jerry Adriani. Durou
pouco tempo, acho que seis meses. Legado histórico como entretenimento infantil.