sábado, 1 de abril de 2017

Os Trapalhões: Andréa Faria


ANDRÉA FARIA
Atriz, paquita da Xuxa


Você trabalhou com Os Trapalhões no filme Os Trapalhões e a Árvore da Juventude. Como e por quem recebeu o convite para trabalhar com eles? Como foi a experiência?
Já trabalhava com eles na televisão. Foi meio que automático o Renato me convidar. Na realidade, teria sido o segundo filme, pois tinha sido convidada também para fazer Os Trapalhões na Terra dos Monstros. Então, ainda era paquita; e por alguns outros motivos não fiz.

Que representava, naquele período, trabalhar em um filme com Os Trapalhões, que eram certeza de sucesso de bilheteria?
Realizei um sonho, sem dúvida. O sucesso era uma consequência do histórico programa dos Trapalhões.

No filme, Os Trapalhões são guardas ambientais que tentam preservar a floresta amazônica da devastação. Em toda a filmografia de Renato há essa preocupação com o meio ambiente. Nesse filme, ela é ainda mais explícita. Ele mencionava essa preocupação para vocês?
Era e é uma realidade, sim; ele mencionava e muito.

Onde essa produção foi filmada?
Foi no estúdio da Cinédia, na Floresta da Tijuca e em Manaus.

Os filmes dos Trapalhões eram bem recebidos pelo público, mas poucos foram premiados. Nesse caso, em particular, vocês foram premiados no III Festival de Cine Infantil de Ciudad Guayana (Venezuela), em 1993. Qual foi a repercussão entre vocês dessa premiação?
Rapaz, nem sabia!! Estou sabendo por você!!! Que bom!

Esse foi o último filme dos Trapalhões com o trio remanescente, após a morte de Zacarias. Foi também o último filme de Mussum, falecido em 1994. Gostaria de saber se havia, nas filmagens, uma tristeza entre os integrantes (Renato, Dedé e Mussum) com a ainda recente morte de Zacarias.
Na realidade, no programa de televisão a morte dele foi sentida mais, porque o Zacarias se foi e o programa continuou, até que entrou Jorge Lafond, Tião Macalé e Conrado como personagens fixos e eu fazendo várias participações. Gravava- se toda semana. E Conrado, que participou do último filme do Zacarias, diz que já sentia ele debilitado...

Que representou para você trabalhar no filme em que foi usado pela última vez o termo Trapalhões no título?
Com certeza, é um grande orgulho ter esse trabalho no meu currículo.

Renato Aragão, Dedé e Mussum tinham como característica a irreverência. Até nos bastidores das filmagens, eles brincavam muito. Isso procede? As filmagens eram descontraídas?
Procede. Era tudo muito divertido... Mussum era sem igual, e Renato Aragão sempre foi o “armador” de todas as brincadeiras!! Era muito bom!!

Havia muita improvisação?
Nós decorávamos o texto por obrigação; mas tinha que ficar ligado, porque havia mais improvisação do que o próprio texto... se você não estivesse na mesma sintonia, dançava.

Quais as recordações que possui do filme?
Uma das coisas interessantes do filme é que ficávamos em trailers, era bem que um acampamento mesmo. Tinha bastante ensaio, para não errar, pois película é cara. Tínhamos de acertar de primeira. Em dois meses estava tudo filmado.

Quais as lembranças da direção do cineasta José Alvarenga Júnior, nessa produção?
Alvarenga é um grande diretor. Amei poder trabalhar com ele e fico orgulhosa de ter ganho muitos elogios...

Tião Macalé era considerado o quinto Trapalhão. Quais as lembranças dele?
Tião era muito simples, sempre muito carinhoso comigo. Tive boas cenas com ele... e não podia comentar do Flamengo, que ele ficava xingando todo mundo.

Por que, na sua visão, os críticos e a Academia rejeitam os filmes produzidos e estrelados pelos Trapalhões?
Normalmente, humor e infantil brasileiros geram preconceito... Mas quem comanda mesmo é o público; e, para mim, isso é o que vale.

Como classifica o cinema feito pelos Trapalhões?
Olhar, gestos, atitudes totalmente infantis. O clássico besteirol dos Três Patetas!

Gostaria que contasse alguma curiosidade ou fato que tenha presenciado como testemunha ocular.
Tudo para mim era encantador... Estava fazendo meu primeiro filme, com Os Trapalhões e com meu futuro marido junto. Já conhecia a Cristiana Oliveira (Krika) há tempo e também tive o prazer de conhecer a Glenda Kozlowski. Afinal, tenho isso no meu currículo!!!