ANDRÉA
FARIA
Atriz, paquita da Xuxa
Você
trabalhou com Os Trapalhões no filme Os
Trapalhões e a Árvore da Juventude. Como
e por quem recebeu o convite para trabalhar com eles? Como foi a experiência?
Já
trabalhava com eles na televisão. Foi meio que automático o Renato me convidar.
Na realidade, teria sido o segundo filme, pois tinha sido convidada também para
fazer Os Trapalhões na Terra dos Monstros.
Então, ainda era paquita; e por alguns outros motivos não fiz.
Que
representava, naquele período, trabalhar em um filme com Os Trapalhões, que
eram certeza de sucesso de bilheteria?
Realizei
um sonho, sem dúvida. O sucesso era uma consequência do histórico programa dos Trapalhões.
No
filme, Os Trapalhões são
guardas ambientais que tentam preservar a floresta amazônica da devastação. Em
toda a filmografia de Renato há essa preocupação com o meio ambiente. Nesse
filme, ela é ainda mais explícita. Ele mencionava essa preocupação para vocês?
Era
e é uma realidade, sim; ele mencionava e muito.
Onde
essa produção foi filmada?
Foi
no estúdio da Cinédia, na Floresta da Tijuca e em Manaus.
Os
filmes dos Trapalhões eram
bem recebidos pelo público, mas poucos foram premiados. Nesse caso, em
particular, vocês foram premiados no III
Festival de Cine
Infantil de Ciudad Guayana (Venezuela), em 1993.
Qual foi a repercussão entre vocês dessa premiação?
Rapaz,
nem sabia!! Estou sabendo por você!!! Que bom!
Esse
foi o último filme dos Trapalhões
com o trio remanescente, após a morte de
Zacarias. Foi também o último filme de Mussum, falecido em 1994. Gostaria de
saber se havia, nas filmagens, uma tristeza entre os integrantes (Renato, Dedé
e Mussum) com a ainda recente morte de Zacarias.
Na
realidade, no programa de televisão a morte dele foi sentida mais, porque o Zacarias
se foi e o programa continuou, até que entrou Jorge Lafond, Tião Macalé e
Conrado como personagens fixos e eu fazendo várias participações. Gravava- se
toda semana. E Conrado, que participou do último filme do Zacarias, diz que já
sentia ele debilitado...
Que
representou para você trabalhar no filme em que foi usado pela última vez o
termo Trapalhões no
título?
Com
certeza, é um grande orgulho ter esse trabalho no meu currículo.
Renato
Aragão, Dedé e Mussum tinham como característica a irreverência. Até nos
bastidores das filmagens, eles brincavam muito. Isso procede? As filmagens eram
descontraídas?
Procede.
Era tudo muito divertido... Mussum era sem igual, e Renato Aragão sempre foi o “armador” de todas as
brincadeiras!! Era muito bom!!
Havia
muita improvisação?
Nós
decorávamos o texto por obrigação; mas tinha que ficar ligado, porque havia
mais improvisação do que o próprio texto... se você não estivesse na mesma
sintonia, dançava.
Quais
as recordações que possui do filme?
Uma
das coisas interessantes do filme é que ficávamos em trailers, era bem que um
acampamento mesmo. Tinha bastante ensaio, para não errar, pois película é cara.
Tínhamos de acertar de primeira. Em dois meses estava tudo filmado.
Quais
as lembranças da direção do cineasta José Alvarenga Júnior, nessa produção?
Alvarenga
é um grande diretor. Amei poder trabalhar com ele e fico orgulhosa de ter ganho
muitos elogios...
Tião
Macalé era considerado o quinto Trapalhão.
Quais as lembranças dele?
Tião
era muito simples, sempre muito carinhoso comigo. Tive boas cenas com ele... e
não podia comentar do Flamengo, que ele ficava xingando todo mundo.
Por
que, na sua visão, os críticos e a Academia rejeitam os filmes produzidos e estrelados
pelos Trapalhões?
Normalmente,
humor e infantil brasileiros geram preconceito... Mas quem comanda mesmo é o
público; e, para mim, isso é o que vale.
Como
classifica o cinema feito pelos Trapalhões?
Olhar,
gestos, atitudes totalmente infantis. O clássico besteirol dos Três Patetas!
Gostaria
que contasse alguma curiosidade ou fato que tenha presenciado como testemunha
ocular.
Tudo
para mim era encantador... Estava fazendo meu primeiro filme, com Os Trapalhões e com meu
futuro marido junto. Já conhecia a Cristiana Oliveira (Krika) há tempo e também tive o prazer de conhecer a Glenda
Kozlowski. Afinal, tenho isso no meu currículo!!!