terça-feira, 11 de março de 2014

Hélio Cicero

 
Atuou em espetáculos teatrais junto a Antunes Filho e Ulysses Cruz, como ‘Paraíso Zona Norte’, ‘Nova Velha História’, ‘Vereda da Salvação’, ‘Velhos Marinheiros’, ‘Rei Lear’, ‘Hamlet’, recebendo os prêmios Mambembe, Apetesp e Inacen como melhor ator. Trabalhou nos longas-metragens ‘Tapete Vermelho’, ‘Boleiros Dois’, ‘Doce de Coco’, ‘Cara ou Coroa’ e ‘Anita e Garibaldi’. Em 2007 fundou a Companhia Teatral ‘Arnesto nos Convidou’ com Samir Yazbek.
 
O que te faz aceitar participar de produções a em curta-metragem?
Sempre esta ligado ao assunto, ao roteiro! Mesmo quando os amigos convidam quero antes de mais nada saber do que se trata.
 
Conte sobre sua experiência em trabalhar em curta-metragem.
O curta-metragem na maioria das vezes é feito por estudantes de cinema, que tem pouca experiência em lidar com o ator. Dos que participei foram raras as vezes em que fui dirigido. O lado positivo, é que podemos arriscar mais, e aprender muito com isso. Outra coisa que chega a ser irritante, é que quando o diretor realiza um longa com orçamento e poderia te pagar um cache, te esquecem!
 
Por que os curtas não tem espaço em críticas de jornais e atenção da mídia em geral?
Por que são visto como experimentos, de quem esta iniciando, não como produto artístico ou comercial. O curta será lembrado quando o diretor começa a fazer sucesso com longas, como indicio de que já era bom no principio da carreira quando dirigia curtas. Eu gostava muito quando ia ao cinema e sempre antes da sessão passava um curta, e não esta quantidade abusiva de comerciais! Talvez agora com esta nova lei das TVs, melhore o interesse pelos curtas.
 
O que mais gosto nos curtas, é o exercício de síntese! Esta capacidade de contar uma história, expor uma ideia em tão pouco tempo. Num mundo cada vez mais  tecnológico e rápido, nossa paciência é menor para assistir uma  obra. Acho que ai o curta tem sua vez.
 
Na sua opinião, como deveria ser a exibição dos curtas para atingir mais público?
Deveriam ser lançados em conjunto, num evento. Vários curtas teriam públicos diferentes, e uma força maior diante da mídia, e o custo sairia bem menor para as produções.
 
O curta-metragem para um profissional (seja ele da atuação, direção ou produção) é o grande campo de liberdade para a experimentação?
Sim! Sem dúvida. É só olhar o histórico da maioria dos profissionais de cinema para constatar que suas ideias tiveram raízes nos curtas.
 
O curta-metragem é um trampolim para fazer um longa?
Não necessariamente! Mas acredito que é uma maneira de se preparar melhor, conhecer e dominar todas as fazes do processo.
 
Qual é a receita para vencer no audiovisual brasileiro?
Se preparar muito bem. Entender todas as áreas da criação. Trabalhar muito e não desistir nunca. Temos ótimos exemplos de profissionais que estão ganhando o mundo e competindo de igual para igual com os estrangeiros.
 
Pensa em dirigir um curta futuramente?
Não!!! Minha praia é a interpretação. O Teatro minha religião. Quando é possível me envolvo em projetos de cinema e vídeo, como o telefilme "A Cidade Imaginaria" , que estou fazendo agora com o Ugo Giorgette para a TV Cultura.