quarta-feira, 30 de julho de 2014

Felipe Scaldini

 
Ator e cineasta. Dirigiu o curta ‘Bomba’ (2012).
 
Qual a importância histórica que o curta-metragem tem na filmografia brasileira?
Acho que principalmente os que retratam a realidade social-econômica brasileira, como "Ilha das flores".
 
O que te faz aceitar participar de produções em curta-metragem?
Acho que o prazer de se realizar algo e contar uma história é o mesmo do de se fazer um longa-metragem. E também a oportunidade de trabalhar com equipes diferentes.
 
Por que os curtas não têm espaço em críticas de jornais e atenção da mídia em geral?
É realmente difícil achar um lugar na mídia com um curta-metragem. Mas acho que isso se dá um pouco pelo conteúdo colocado nos curtas em geral, que acabam se tornando pílulas audiovisuais ou experimentações técnicas. Pelo fato de não se aprofundarem o suficiente em um tema, acabam se tornando irrelevantes para o público. Mas isso no geral, claro que temos curtas-metragens muito bem elaborados, e acho que esses mesmo com as dificuldades acabam sim achando seu lugar na mídia, como o "Os Filmes que não fiz", que se tornou até um programa de TV.
 
Na sua opinião, como deveria ser a exibição dos curtas para atingir mais público?
Eu acho que na internet, com certeza. E, além disso, acho que uma boa possibilidade de comercialização seria a produção de DVDs dos curtas selecionados em festivais de cinema. Por exemplo, um DVD com todos os curtas do festival de Paulínia, por exemplo.
 
É possível ser um cineasta só de curta-metragem? Vemos que o curta é sempre um trampolim para fazer um longa...
Acho difícil financeiramente, mas a principal dificuldade pra mim seria a própria ambição individual, não conhece nenhum cineasta que já produziu um curta não ter ambição de produzir um longa.
 
O curta-metragem é marginalizado entre os próprios cineastas?
Pela minha percepção, não. Acho que qualidade de linguagem pode se perceber em qualquer produto, longas, curtas, ficção, doc. Sendo assim, um cineasta com um bom curta-metragem há de ter reconhecimento da comunidade cinematográfica.
 
Pensa em dirigir um curta futuramente?
Com certeza! Já tenho alguns projetos em mente e pretendo executa-los assim que possível.