domingo, 1 de abril de 2018

Os Trapalhões: Rita Erthal


Rita Erthal
Continuísta


Como surgiu o convite para trabalhar com Os Trapalhões?
O primeiro que fiz foi o Cangaceiro Trapalhão, o Daniel me chamou. No Bar Esperança, eu recebi o convite. O Daniel era ator do filme. Ele chamou mais pessoas dessa produção: o Edgar Moura, o pessoal do som. O Cangaceiro foi muito bom fazer, eles eram carinhosos comigo. O Renato não gostava muito de ensaiar, humor não dá para ensaiar. E, durante as filmagens, ele jogava farinha na equipe.

Antes de iniciar essa parceria profissional com Os Trapalhões, você já acompanhava os seus filmes?
Não, eu já era adulta.

Como é trabalhar como continuísta em filmes dos Trapalhões?
As filmagens eram feitas sempre com duas câmeras: uma sempre no Renato e a outra no restante, já que ninguém sabia o que ele ia aprontar diante das câmeras.

Quais as suas principais recordações dos bastidores desse filme?
Ele apagava a claquete ou escrevia outras coisas nela, o Renato sempre foi muito brincalhão.

Renato Aragão, Dedé, Mussum e Zacarias tinham como característica a irreverência. Até nos bastidores das filmagens, eles brincavam muito. Isso procede? As filmagens eram descontraídas?
Eles sempre tiveram uma certa rixa entre eles, nos bastidores eles eram ótimos. Mas nunca deixaram transparecer essa rixa.

Que representava, naquele período, trabalhar num filme dos Trapalhões, que eram certeza de sucesso de bilheteria?
Pra mim, não fazia muita diferença. Em matéria de grana e prestígio, eu já tinha antes. Eles pagavam bem, ficávamos em hotéis ótimos. Os Trapalhões pagavam melhor que o mercado da época.

Quem era o maior comediante do grupo?
O mais sem graça é o Dedé.

Renato Aragão tem fama de ser perfeccionista. Isso procede? Ele acompanha tudo?
Ele acompanhava tudo, a grana era dele. Nos filmes ele teve muito cuidado. Ele sempre gostou muito de cinema.

Gostaria que contasse alguma curiosidade ou fato desconhecido do público que tenha presenciado como testemunha ocular.
Durante as filmagens de O Trapalhão na Arca de Noé, o Renato Aragão sabia que o filme dos três, Atrapalhando a Suate, não ia dar certo.