Diretor formado na prática, na Boca do Lixo, em São Paulo, onde foi assistente de direção de diversos filmes de cineastas como Ody Fraga, David Cardoso e Luiz Castellini.
Em 1995 dirigiu o curta-metragem "Glaura".
Em 1995 dirigiu o curta-metragem "Glaura".
Tendo atuado no cinema, tanto em longa quanto em curta-metragem, qual é o paralelo que você localiza nestas duas frentes?
A principal vantagem do curta-metragem é a liberdade que se tem para experimentar e criar. Devia existir muito mais financiamento à fundo perdido para experimentação e criação em curta-metragem. O curta-metragem devia ser a ponta de lança dos filmes de risco.
Você acha que dá para contar uma história em tão pouco tempo de metragem?
Dizem que a única diferença entre um curta e um longa é que num curta você tem que vencer por nocaute e num longa você pode vencer por pontos.
É possível ser um cineasta só de curta-metragem? Vemos que o curta é sempre um trampolim para fazer um longa...
Existem cineastas apenas de curta, mas são exceções. Não existem fontes de financiamento para um cineasta se manter como curta-metragista a vida toda, pelo menos no Brasil. Acho importante o curta como um dos possíveis trampolins para os longas.
Conte como foi filmar "GLAURA", seu processo de criação, produção e direção.
Glaura nasceu como episódio de um longa e acho que foi um dos meus filmes mais fáceis de fazer e criar. Tive imenso prazer em fazer este filme e foi um de meus maiores sucessos. Tive a idéia e escrevi o roteiro em menos de 10 horas e filmei num fim de semana com um elenco e uma equipe feita apenas de amigos. Acho que nunca quis fazer outro curta porque acho difícil conseguir repetir uma experiência tão feliz.
Pensa em fazer novamente um curta-metragem?
Não vejo sentido e voltar a fazer curtas, a não ser como parte de um projeto maior.
Por que os curtas não tem espaço em críticas de jornais e atenção da mídia em geral?
O espaço para artes em geral diminuiu ou se dividiu muito na mídia de jornal. Não acho que isso seja importante para o curta. O curta tem que ser de vanguarda e não existe espaço para cinema de vanguarda na mídia tradicional. A internet acredito que tem sido um novo veículo de vanguarda que precisa ser melhor explorado.
Qual é a importância histórica que o curta-metragem tem no cinema brasileiro?
O curta foi e é importante em vários momentos cruciais da história do cinema brasileiro. No início do Cinema Novo, na renovação dos anos 80 e agora que enfrentamos o desafio de criar um cinema brasileiro para o século XXI, com a influencia de novas linguagens como o vídeo game e a internet.