quinta-feira, 21 de agosto de 2008

Helena Ignês

Entrevista feita pessoalmente com Helena Ignês no dia 26 de Fevereiro de 2007. Foi a primeira sonora deste projeto.

A atriz é um ícone do Cinema Marginal tão importante quanto os demais pioneiros do movimento. Helena Ignez criou um estilo de atuar, com força e grande presença na tela.

Tendo atuado no cinema, tanto em longa quanto em curta-metragem, qual é o paralelo que você localiza nestas duas frentes?
A diferença de linguagem que é induzida pela própria metragem e... essa é a diferença fundamental, a qualidade deverá ser a mesma tanto no curta quanto no longa e acredito que para o ‘cinema-indústria’ deve existir uma diferença abismal... que não é a minha... porque o curta-metragem tem poucos lugares de exibição, ele é pouco visto, pouco difundido... então ele é injustamente relegado dentro deste aspecto no cinema.

Você acha que dá para contar uma história em tão pouco tempo de metragem?
Em trinta minutos? Acredito que sim... agora mesmo no caso do Joel Pizzini que fez o ‘Helena Zero’, que ele fez dentro de um tempo de programa de televisão, que é de vinte e sete, trinta minutos... e o filme é completo, maravilhoso... só que em curta-metragem.

Quais os curtas do Rogério Sganzerla que a senhora mais preza?
Tem inúmeros, tem um extraordinário chamado ‘Petróleo jorrou na Bahia’ que é um ponto fundamental no nosso trabalho de restauração do filmes de Rogério foi feito nos anos oitenta, tem oito minutos e é um documento histórico extraordinário, retrata a população de Salvador nesse período, as transformações que aconteceu o petróleo na Bahia e gosto muito também do ‘Brasil’, um filme fantástico, tem também ‘América, o grande acerto de Vespúcio’, com finalização feita por mim para o Festival de Torino e também inédito e ele é um curta porque o projeto de longa-metragem sobre o Vespúcio não aconteceu então esse curta é fantástico, absolutamente maravilhoso... como outros... eu acho que os filmes do Rogério, os curtas ou longas tem qualidade do inventor de cinema, de um gênio, de um caso absolutamente ímpar e invulgar dentro do cinema internacional.

E os curtas que a senhora atuou, qual a senhora pode destacar?
De curtas como atriz esse do Cactos Intactos é bem interessante ‘Helena dos Sonhos’ e além desse do Joel Pizzini ‘Helena Zero’ e tem os meus que eu fiz, eu gosto muito deles também que é o ‘Bastidores da Belair’, ‘A Miss e o Dinossauro’ e ‘Redenção da Rua’ são três curtas, um feito aqui em São Paulo e Nova York que é o ‘Redenção da Rua’ com a montagem do Rogério e ‘A Miss e o Dinossauro’ que também é um material dos anos setenta, um material histórico na verdade um making-off do filme da ‘Belair’ e que eu editei e finalizei em 2006.