Torero é escritor, cineasta, roteirista, jornalista e colunista de esportes. Dirigiu diversos curtas, como ‘A Inútil Morte de S. Lira’ e ‘A Alma do Negócio’.
Qual é a importância histórica que o curta-metragem tem no cinema brasileiro?
Em vários momentos da história do cinema brasileiro o curta foi um espaço importante, e não só de aprendizado, mas também de exercício e espaço de invenção para diretores consagrados, como Humberto Mauro, Joaquim Pedro de Andrade e André Klotzel. Porém, lembro mais do fim dos anos 80 e do começo dos 90, quando quase não tínhamos longas e os curtas passaram a ser a coisa mais interessante do nosso cinema.
Como é o processo de elaboração de um roteiro para curta-metragem? Como é trabalhar com a síntese?
Acho que não é exatamente uma questão de síntese. A idéia já nasce curta. O bom curta nem sempre, ou quase nunca, segue a curva de uma história normal. É um campo mais livre, sem tantas placas de trânsito que digam vire ali, corte aqui, ponha um plot point acolá.
Nos curtas é possível inovar na escrita? Vemos que os longas sempre tem a mesma amarração. É isso?
Os longas nem sempre têm a mesma amarração, mas na maioria das vezes segue a curva tradicional de uma história longa. Já o curta pode ter curvas mais fechadas ou apenas retas.
Na sua opinião, como deveria ser a exibição dos curtas para atingir mais público?
Em algumas partes da Europa há um esquema interessante: Se o longa vai começar às 11h15, há um curta às 11h00. E, se você quiser assisti-lo, é só chegar um pouco antes e pagar um pouco mais.
Pensa em dirigir um curta futuramente?
Não. Cinema dá muitos cabelos brancos.