Autor de "O Grilo Feliz", uma das poucas experiências brasileiras recentes no gênero do longa-metragem de animação.
Qual é a sua relação com o curta-metragem?
Praticamente nenhuma. Acredito que o curta metragem seja o primeiro passo para um idealista experimentar e ainda gastar pouco. No meu caso, eu fiz poucos curtas sem expressão, e um media metragem. Minha vida toda foi fazer comerciais para TV.
Você acha que dá para contar uma história em tão pouco tempo de metragem?
Claro, mas ela tem que ser bem enxuta.
É possível ser um cineasta só de curta-metragem? Vemos que o curta é sempre um trampolim para fazer um longa...
Acho que sim. A minha vida de animador ou cineasta de animação, foi toda influenciada pelos curtas metragens que vinham do leste europeu, República Sérvia (Iugoslávia), República Checa (Tchecoeslovaca), Polônia e Canadá. Toda esta influência despertou em mim a vocação para fazer a animação de vanguarda e de conteúdo. Uma pena é ter nascido no Brasil. Como sempre fui um animador criativo voltado para as animações experimentais, logo fui pescado pelo mercado publicitário, e foi assim que comecei a ganhar prêmios internacionais, começando com a barata Rodhox em Veneza etc...
Qual é a importância histórica que o curta-metragem tem no cinema brasileiro?
Eu acho que tem toda a importância, pelo menos em se tratando de filmes com gente. Humberto Mauro, Glauber Rocha, Nelson Pereira dos Santos, etc... Porem em animação!
O curta-metragem é marginalizado entre os próprios cineastas?
Eu acho que não, porque todos sabem das dificuldades de se iniciar a carreira, e é somente assim que se começa arriscando menos.
Pensa em dirigir um curta futuramente?
Eu adoraria fazer curtas, e tenho como meta ainda fazer em animação tradicional, não computação gráfica. Mas por enquanto como ainda tenho muita lenha pra queimar, vou continuar no longa. Uma das razões que não segui fazendo curtas, é que o universo que você abrange com ele apesar de muitos festivais, ainda é pequeno, e com o longa se torna mais fácil ir pro mundo, digo fazer negócios. No caso do ‘Grilo 1’, hoje ele já fala vários idiomas, Português, Espanhol, Inglês, Russo e Chinês. E esperamos que com o novo longa do ‘Grilo em 3D’ que lançaremos em breve, possamos chegar mais longe. Este novo longa eu dividi a direção com o meu filho Rafael, é a nova geração que precisa de apoio e seguir em frente...