Gregório é cineasta e criador do programa ‘Provocações’, da TV Cultura.
Qual é a importância histórica que o curta-metragem tem no cinema brasileiro?
Praticamente nenhuma.
Por que os curtas não têm espaço em críticas de jornais e atenção da mídia em geral?
Os curtas vivem hoje de festivais, que, como sabemos, são espaços quase que exclusivos dos realizadores. Não têm espaço de exibição nos cinemas; logo, não são objeto das críticas de jornais e da mídia em geral.
Na sua opinião, como deveria ser a exibição dos curtas para atingir mais público?
Consolidar espaços na internet, conquistar espaço nas salas de cinema e na televisão e garantir maior espaço na televisão pública..
É possível ser um cineasta só de curta-metragem? Vemos que o curta é sempre um trampolim para fazer um longa...
No quadro atual, não é recomendável ficar só no curta.
O curta-metragem é marginalizado entre os próprios cineastas?
Marginalizado, propriamente, não. É visto como um esforço para... não se chegar ao público, apesar de alguns (poucos) tão bons, que mereceriam uma sorte melhor.
Você trabalhou no 'Globo Repórter' na época que o programa era considerado um documentário de verdade. Ali surgiram inclusive, muitos cineastas que estão na ativa hoje em dia. Conte sua trajetória no programa, onde o senhor produziu muitos documentários.
Criei e dirigi naquela ocasião o documentário "Retrato de Classe" e propus alguns outros que, devido à mudança de característica do programa (voltou a ser reportagem) não foram realizados.
Qual é a contribuição que o cinema pode dar a TV? Acha que os cineastas são pouco aproveitados?
A televisão, sobretudo a pública, poderia aumentar o espaço destinado aos bons filmes que não passam nas emissoras comerciais, valorizando a produção cultural e toda a sua diversidade.
Pensa em dirigir um filme futuramente?
Depende das contingências. Fazer um filme é algo que exige muito tempo e dinheiro.
Qual é o seu próximo projeto?
Realizar um documentário (brasileiro!) no leste europeu. Estou vendo como viabilizar a produção.