Mutarelli é escritor, ator, dramaturgo e autor de histórias em quadrinhos. Várias das suas obras foram adaptadas para o cinema.
Você é um dos autores mais requisitados para adaptações cinematográficas no cinema nacional. Há que se deve esse fato?
É um modismo, porquê teve o ‘Cheiro do Ralo’ e a partir daí começaram a conhecer meu trabalho... foi a partir disso. É modismo, logo surge outro autor.
Eventualmente você participa dos próprios filmes que são adaptados da sua obra. Como foi para você transpor essa fronteira?
Nunca pensei em ser ator e com a minha primeira atuação em um curta, eu achei insólito o convite, e eu gostei disso. Não opino nas adaptações, gosto de ver as adaptações no olhar do próprio adaptador. O ‘Cheiro do Ralo’ foi brincadeira (minha atuação). Não quero mais participar como ator de trabalho meu, não quero virar personagem da minha própria obra.
Você já participou de diversos curtas, como ‘Antonio Pode’, ‘Eu sou como o Polvo’ e ‘Cidade do Tesouro’. O que te faz aceitar esses convites?
Para experimentar a brincadeira de atuar, agora eu tenho recusado convites. Eu quis vivenciar, mas já me satisfez.
Já recebeu algum convite para adaptar texto no formato curta-metragem?
Só para longa, o roteiro é muito técnico, não consigo escrever.
Acredita que, por seus textos terem como característica as frases curtas, o curta-metragem seja a linguagem, o meio, mais apropriado para adaptar uma obra sua?
O curta eu não sei, a gente precisa rever o conceito do média-metragem, o curta não aprofunda e o longa é desgastante, o média é o caminho mais interessante, esse formato de 40, 60 minutos precisa ser melhor explorado.
Você escreve e atua, pensa em dirigir um filme algum dia? Talvez um curta?
Tive uma proposta, mas tenho vontade de dirigir só em teatro.
Qual é o seu próximo projeto?
Lanço livro agora, chamado ‘Nada me faltará’.