quarta-feira, 13 de março de 2013

Anselmo Vasconcelos

O ator já participou de mais de cinquenta filmes, entre os quais se destacam: ‘Se segura, malandro!’ de 1978 e ‘Bar Esperança, o último que fecha’, de 1983, ambos de Hugo Carvana; ‘A república dos assassinos’, de 1979, de Miguel Faria Jr. e Brasília 18%, de 2006, de Nelson Pereira dos Santos, entre outros. Na televisão, participou do humorístico Bronco, exibido pela TV Bandeirantes.

O que te faz aceitar participar de produções em curta-metragem? 
O cinema em sua origem tem o formato do short-movie. Desde os tempos das feiras, é preciso sempre recordar que o cinema era exibido em feiras, o tempo conciso é precioso para uma narrativa cinematográfica. Chaplin, Buster Keaton, Gordo e Magro . Mark Senett... têm fantásticas performances  e produções neste formato. Depois da Segunda Guerra veio a necessidade de entreter e segurar as pessoas por mais tempo numa sala de exibição e o cinema ganhou a metragem do longa. Faço sempre que me convidam os curtas. Já fiz muitos curtas. Narrar uma estória, compor um personagem no tempo curto é muito atraente e viável.

Por que os curtas não têm espaço em críticas de jornais e atenção da mídia em geral? 
Mídia deforma e deforma-se pela atitude da venda.

Na sua opinião, como deveria ser a exibição dos curtas para atingir mais público? 
Há muitos festivais, cineclubes, mostras e organizações alternativas que dão sequencia a vida de um curta metragem. Quem se interessar por curtas não fica perdido nem sem acesso. O advento Youtube! trouxe possibilidades que ainda estão em curso e transformando tudo isso.

É possível ser um cineasta só de curta-metragem? Vemos que o curta é sempre um trampolim para fazer um longa... 
Esta afirmação do trampolim soa uma época. Não é mais assim. Hoje você faz um curta com celular. Eu faço muito isso e publico nos sites de relacionamentos em que estou plugado. O equipamento está cada vez mais fácil e tende a se viabilizar em preços e custos. O cinema como o conhecíamos, película, laboratórios, moviolas etc., é relíquia. Estamos no umbral do sonho, ao meu  modestíssimo ver.

O curta-metragem é marginalizado entre os próprios cineastas? 
De jeito nenhum. Cineasta por definição não rejeitaria a história e o valor incalculável deste formato.

Pensa em dirigir um curta futuramente? 
Sinto que tudo é possível em cinema, dependendo da produção e dos meios de realização ou simplesmente da ideia. Tenho um roteiro. Quase todo dia ele entra em pré-produção, quando vou dormir.