quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

Silvia Mendes

 
Atriz e apresentadora. Nos Trabalhos realizados em cinema tem um curta-metragem (Heitor - O Caipira) e dois longas-metragens (Rio Corrente e Procura-se), um seriado (Os Instigados), na televisão atuou nas novelas (Carrossel e Amor e Revolução), ambas do SBT.
 
O que te faz aceitar participar de produções em curta-metragem.
Primeiramente pelo contato com cinema, os curtas são produções mais "fáceis" do ator participar. Os casting para essas produções são mais divulgados em grupos e nas redes sociais, do que os longas que já requer uma estrutura maior, envolvendo produtoras. Em segundo, a esperança de que algum diretor valorize o meu trabalho artístico e me de oportunidade para participar de um longa. E em terceiro lugar pelo material "portfólio artístico", principalmente se estiver de boa qualidade.
 
Conte sobre a sua experiência em trabalhar em produções em curta-metragem.
Até o momento, só tive uma pequena oportunidade em curta, pois a grande maioria que temos acesso, são produções independentes sem verbas para nada. Aceitei participar de uma delas para ter uma visão deste mercado, mas por ter sido um curta  produzido por alunos de escola técnica que estavam iniciando o curso, infelizmente não ficou com a qualidade boa, depois deste resolvi esperar uma oportunidade melhor.
 
Por que os curtas não têm espaço em críticas de jornais e atenção da mídia em geral?
Na minha opinião, é porque muitas produções, como eu mencionei acima, são independentes e não tem verba como os longas para se mostrarem no mercado. A população digamos, mais instruída, consegue ter acesso via Youtube! e por informações de amigos, porem isso não chega a grande massa da população, e o que não atinge essa massa não dá lucro e o que não dá lucro, não é vantajoso.
 
Na sua opinião, como deveria ser a exibição dos curtas para atingir mais público?
Acho que, tendo mais apoio e incentivo a este tipo de produção por parte dos órgãos competentes, geraria interesse financeiro da mídia em expor estes curtas em rede nacional de televisão, que é o meio mais fácil e é onde a grande massa da população tem acesso. Ou até mesmo deixando exibirem estes curtas em grande salas de cinema. Por exemplo, quando você comprasse o ingresso do cinema para assistir um longa, antes da sala exibir aquela porção de comerciais, esta sala teria obrigação de exibir um curta-metragem de qualidade. Seria a forma para popularizar os curtas. 
 
O curta-metragem para um profissional (seja ele da atuação, direção ou produção) é o grande campo de liberdade para experimentação?
Sim, sem dúvida. O profissional pode colocar sua cara, sua marca e se esta for de qualidade, pode avançar para novos projetos.
 
O curta-metragem é um trampolim para fazer um longa? 
Com certeza, a experiência vale muito para dar passos maiores. Ou seja, se um profissional faz um curta e este consegue ter qualidade e reconhecimento no seu meio, além da experiência que ele já adquiriu ele terá espaço e oportunidade da alçar voos maiores...vale a pena avançar. 
 
Qual é a receita para vencer no audiovisual brasileiro?
Não sei se existe uma receita pré-moldada, tudo é uma luta neste país, principalmente se tratando da cultura brasileira. Talvez nossos governantes deveriam valorizar mais a criatividade do seu povo. Mas uma certeza eu tenho, existem muitos profissionais e futuros profissionais, loucos para ter seu lugar ao sol, ter seu trabalho reconhecido e conhecido pelo seu povo. Competência, determinação e estudo árduo, são características visíveis em muitos deles.
 
Pensa em dirigir um curta futuramente?
Nunca pensei, nisso...Mas prefiro atuar, cada macaco no seu galho!