segunda-feira, 9 de junho de 2014

Karine Teles

 
Atriz. Atuou no filme ‘Riscado’, que lhe rendeu o prêmio de melhor atriz no Festival do Rio.
 
O que te faz aceitar participar de produções em curta-metragem?
O mesmo que me faz aceitar participar de qualquer trabalho. Tenho que me interessar por ele de alguma forma. Ser desafiada ou então encontrar ali alguma afinidade com algo que eu esteja pesquisando. Pode ser o trabalho do diretor, de um outro ator que esteja envolvido, o tema abordado etc. Acho que o formato é o menos importante. Para mim, ter algo do que se falar conta muito mais.
 
Por que os curtas não têm espaço em críticas de jornais e atenção da mídia em geral?
Pra mim, o interesse da crítica e da mídia em geral sempre foi um mistério. Não encontro uma razão que possa ser aplicada a todos os casos. Talvez por conta do circuito de exibição ser mais restrito. Se você lê algo sobre um bom curta, como você faz para assisti-lo fora dos festivais ou de esparsas exibições em canais de TV a cabo? É raro achar curtas em uma locadora, por exemplo. O Cavi (Borges, da Cavideo aqui no Rio) até tem um projeto em que disponibiliza DVD’s de curtas-metragens para locação. E eu sei de algumas coletâneas mas, de uma forma geral, é difícil. Quem sabe com o crescimento das tecnologias de exibição digital, essa realidade mude. 
 
Na sua opinião, como deveria ser a exibição dos curtas para atingir mais público?
Talvez um grande portal na internet, com um catálogo vasto e internacional, onde curtas estivessem disponíveis em alta resolução, aliado a uma extensa divulgação. A volta da exibição de um curta antes dos filmes no circuito comercial também poderia contribuir.
 
É possível ser um cineasta só de curta-metragem? Vemos que o curta é sempre um trampolim para fazer um longa... O curta-metragem é marginalizado entre os próprios cineastas? Pensa em dirigir um curta futuramente?
Acho possível, sim, um cineasta que só faça curtas, embora eu ache que se prender a qualquer formato seja limitador. Acho o curta um formato extremamente desafiador e instigante e bons curta-metragistas, pelo menos aos meus olhos, são dignos de admiração. Tenho dois roteiros de curtas escritos que pretendo filmar um dia, não sei se dirigir, porque acho que outras pessoas fariam isso melhor do que eu. Mas quem sabe um dia... Eu nunca digo ‘nunca’.