domingo, 10 de julho de 2011

Nilson Primitivo


A   Q   U  E   M   I   N   T   E   R   E   S   S   A   A   P   A   Z  ?

Não sou jornalista nem crítico, muito menos intelectual. Mas também Não sou omisso. Creio que sou, até muitas vezes, demasiado. Por esse rol quero apenas mostrar as a história, impossíveis de serem contadas pela história tradicional apenas documental e que não sabe procurar a razão das coisas senão pelo critério ideológico das inferências. Aqui não. O caminho mais seguro para se chegar ao verdadeiro futuro (pois existem os falsos futuros) é ir na direção do próprio medo. "Foice".

Objetivamente falando, quase tudo que escrevi aqui foi ‘ripado’ dos textos de outros autores sobre outros assuntos, que aqui adaptados, me serviram. Usei esse recurso como forma de dizer o que eu precisava e não me arrependo (ainda). Isso confere ora ou outra ao texto momentos de beleza e profundidade que não são obras minhas. DO resto do texto, uma confusão tremenda que tentei ordenar, vale como tentativa de acumular informações atribuindo a elas algum sentido.

Mas nesse caso, a apropriação é justificável: serve para compensar e exprimir com a grandeza e a seriedade necessárias as questões, procurando fazer jus a excelência das matérias. Também não costumo me opor só por diversão, como muitos, e se em algum momento radicalizei foi talvez pela falta de recurso pessoal para me expressar melhor. O fato é que Sady Baby e o cinema que introduzo o assunto daqui por diante, são de extrema importância pra quem quer pensar em levar a sério tanto o cinema nacional quanto a própria sociedade brasileira que fazemos parte. Em campos variados, tanto na literatura ‘erudita' quanto na indústria cultural, o assunto interessa a meu ver tanto a artistas de inclinações românticas quanto a pensadores agressivamente pragmáticos. Tanto que nos sonhos e nas fantasias dos modernos, em suas criações artísticas, percebe-se a presença de um vazio, uma razão fixa, ou seja, um sentido moral para uma certa ´beleza.

Escrevo sem rodeio nem eufemismos, o que às vezes parece imperativo, mas o fato é que não sou mal intencionado nem ignorante e nem vou desistir. Procurei realizar um trabalho de prospecção que merece ser mais minuciosamente aprofundado futuramente por alguém mais habilitado. Foi aliás minha primeira tentativa, mas como ninguém se dispôs, eu mesmo fui adiante. E muito sinceramente, vale a pena qualquer preço pelo prazer de falar sobre o cinema e as surpreendentes personagens que iremos descobrindo e que motivaram esse esforço. Estou seguro a respeito dos instantes iluminados em suas obras e no fato de serem praticamente desconhecidas. Posso dizer que “guiado pela minha paixão, não, guiado por outros que apaixonadamente tudo viram através do ódio, me intrometi em todas as coisas que poderiam me dar tr abalho, e que sucedeu? Queria eu pudesse sair dessa Guiana e pensar que minha correspondência comoveria alguém..”

Nilson Primitivo é cineasta e colunista do blog Os Curtos Filmes.