quinta-feira, 21 de junho de 2012

Otto Guerra

Nome forte da animação seu primeiro curta é ‘O natal do burrinho’, depois vieram filmes como ‘Treiler – uma última tentativa’, ‘O reino azul, o longa Rocky & Hudson, baseado nas tirinhas do cartunista Adão Iturrusgarai e Wood & Stock: sexo, orégano e rock’n’roll, baseado nos personagens dos quadrinhos criados por Angeli.

Qual é a importância histórica que o curta-metragem tem no cinema brasileiro?
O curta é uma maneira acessível de fazer cinema sob todos os aspectos. Uma narrativa curta é mais fácil de executar.

Por que os curtas não têm espaço em críticas de jornais e atenção da mídia em geral?
Existe espaço na mídia sim, para curtas que se destacam. Os primeiros filmes que produzi e que tiveram repercussão foram todos curtas.

Na sua opinião, como deveria ser a exibição dos curtas para atingir mais público?
Eles deveriam ser exibidos antes de longas nos cinemas, mas esse assunto é polêmico. O Canal Brasil faz um trabalho ótimo nesse aspecto, com curtas brasileiros. Acredito muito na internet como forma do curta atingir um grande público. No Brasil existem vários portais que abrigam esse tipo de trabalho, por exemplo: Petrobrás Porta Curtas. Todos os curtas que produzi estão disponíveis ali.

É possível ser um cineasta só de curta-metragem? Vemos que o curta é sempre um trampolim para fazer um longa...
Acredito que existam malucos que passam suas vidas fazendo curtas-metragem. Para mim de fato funcionou como uma espécie de aprendizado ou aquecimento para realizar longas-metragens. Mas tem espaço cada vez mais para curta. O fenômeno mídia digital gosta de coisas rápidas e tem imensa demanda de material.

O curta-metragem é marginalizado entre os próprios cineastas?
Não creio. Hoje mesmo assisti dois curtas do Rodrigo John, diretor e roteirista que trabalhou conosco em diversos roteiros, inclusive de longas, e é muito arrebatador esse formato de cinema.

Você dirigiu curtas, todos premiados. O que te levou a trabalhar com esses projetos
Eu fazia quadrinhos e depois na animação me vi obrigado a fazer filmes para propaganda. O curta me trouxe de volta à ficção.

O que te fascina trabalhar com animação em curta-metragem? Quais os maiores desafios? 
Contar histórias é uma coisa que sempre me fascinou. Fazer filmes em 35mm era de fato um desafio, graças que tudo isso mudou e o maravilhoso mundo digital veio pra ficar. Hoje em dia fazer um filme ficou bem mais factível.

Pensa em dirigir um curta futuramente?
Fizemos um curta em 2006, o ‘Nave Mãe’. Pretendo seguir fazendo, gosto muito do formato.