terça-feira, 27 de maio de 2014

Mariana Boccara

 
Atriz. Acumula vários trabalhos no teatro, dentro e fora do país. Na televisão, destaca-se a atuação na segunda temporada da série ‘Morando Sozinho’, do Canal Multishow. Atualmente pode ser vista no seriado Psi, da HBO. Participou do filme 'A Estrada do Diabo', previsto para ser lançado no próximo ano.
 
O que te faz aceitar participar de produções em curta-metragem?
Como atriz brasileira não posso deixar de comentar o fato de que no Brasil são muito restritas as oportunidades para o campo cinematográfico especialmente para quem esta no início da carreira. Desta forma, participar de curtas é uma grande oportunidade. Sendo muito importante também que o ator se encante pelo roteiro, vendo nele uma oportunidade de expressar ideias que acredita.
 
Conte sobre a sua experiência em trabalhar em produções em curta-metragem.
Foram experiências interessantes em que pude vivenciar um pouco do mundo do cinema, o qual me encanta muito. É muito gratificante poder interpretar diferentes personagens e histórias e dentro deles poder levar um pouquinho da gente e com isso poder atingir diferentes pessoas. Além de atriz também sou graduada em audiovisual pela FAAP, o que me permitiu desenvolver muito projetos não apenas atuando, mas também vivenciando as outras facetas de uma produção cinematográfica como direção, produção, direção de arte entre outros.
 
Por que os curtas não têm espaço em críticas de jornais e atenção da mídia em geral?
Acredito que essa é uma questão cultural especialmente no Brasil, que só será mudada a medida que se produza cada vez mais curtas metragens e se criem mais espaços para a sua divulgação e com isso chamem mais atenção da mídia.
 
Na sua opinião, como deveria ser a exibição dos curtas para atingir mais público?
Uma forma de atingir um público maior e criar um hábito seria diminuir os trailers e a publicidade antes dos filmes para exibição de pelo menos um curta metragem. Os curtas também poderiam ser exibidos nas Universidades em cursos de diversas áreas do conhecimento, não só nas faculdades de comunicação social. E porque não ocasionalmente a TV brasileira abrir um espaço para a exibição dos curtas? Acredito que seria uma forma de mudar a concepção do público em geral sobre os curtas-metragens.
 
O curta-metragem para um profissional (seja ele da atuação, direção ou produção) é o grande campo de liberdade para experimentação?
Com certeza, é uma oportunidade excelente para o aprendizado, na qual é possível colocar em prática o conhecimento adquirido na área, mas especialmente é uma possibilidade de se expressar ideias, sonhos, conceitos, e valores, assim contribuindo para que o outro, espectador, possa compartilhar desse universo.
 
O curta-metragem é um trampolim para fazer um longa?
Pode ser, mas isso não é uma regra. Com certeza caracteriza-se numa boa oportunidade para mostrar o trabalho dos profissionais envolvidos e isso pode levar a conquista de novos espaços.
 
Qual é a receita para vencer no audiovisual brasileiro?
A escolha do tema do filme é extremamente importante, depois a seleção dos profissionais envolvidos, o cuidado na sua produção e finalmente o empenho para sua divulgação. O envio do filme para a participação de diversos festivais nacionais e internacionais é extremamente interessante, pois possibilita além da ampla divulgação uma oportunidade de ser visto por grandes profissionais da área cinematográfica.
 
Pensa em dirigir um curta futuramente?
Tenho interesse, tenho vários projetos na gaveta, mas tenho um em especial que estou no momento desenvolvendo o roteiro.