sexta-feira, 16 de março de 2012

Alex Sernambi


Alex é diretor de fotografia. O curta-metragem "Isaura" tem seu nome na ficha-técnica.


Qual é a importância histórica que o curta-metragem tem no cinema brasileiro?
O momento histórico mais importante do curta foi no governo Colllor, quando aquele cachorro interrompeu a produção de longas acabando com editais, créditos e financiamentos. Foi no curta que surgiram, no fim dos anos 80, Jorge Furtado, Fernando Meireles, Carla Camurati entre outros realizadores que fizeram a retomada do cinema brasileiro e reaproximaram o publico e acabando com preconceitos de que o cinema nacional era só sacanagem.

Por que os curtas não têm espaço em críticas de jornais e atenção da mídia em geral?
O curta é um produto experimental. O fim não é o lucro e se alguém tiver isso em mente é um péssimo empreendedor. Você precisa ter uma carteira com muitos títulos para fazer algum dinheiro com curtas. Basicamente só se dá importância para o curta em festivais exclusivo para eles. A Mostra de São Paulo, Clermont-Ferran, Oberhousen e mesmo assim o assunto é o evento a não tanto os filmes.

Na sua opinião, como deveria ser a exibição dos curtas para atingir mais público?

“Quem sou eu primo?” Sou apenas um diretor de fotografia, não um produtor ou distribuidor. O que sei é que fracassaram as obrigatoriedades de exibição antes de longas. Quem sabe a internet sirva pra isso?

É possível ser um cineasta só de curta-metragem? Vemos que o curta é sempre um trampolim para fazer um longa...

Cineasta é uma pessoa com sólidos conhecimentos da técnica e da estética cinematográfica, então parece ser contraditório usar esse termo para alguém que esta experimentando, o que é o caso dos curtametragistas. Claro que sempre poderá haver um prodígio que já no primeiro curta arrebente e deixe-nos boquiabertos, mas não lembro de ter testemunhado isso. E quanto a ser um trampolim... pode ser.

O curta-metragem é marginalizado entre os próprios cineastas?

Não sei ao certo, talvez por uns cineastas egocêntricos, mas cada um, cada um.

Pensa em dirigir um curta futuramente?

Já realizei um em 2001, o “Isaura”, e agora só penso. Tenho um roteiro pronto, mas não tenho saco de produzir e não tenho parceiros produtores, então, por enquanto só penso.