segunda-feira, 26 de março de 2012

Gabriela Portieri

Gabriela Portieri é atriz. Atuou na novela "Amor e Revolução" (SBT), de Tiago Santiago e atualmente faz produção e atua na cia 'Loucos do Tarô' tendo um espetáculo infantil para estrear: "A Menina que Brilha", em maio, no Teatro Augusta


O que te faz aceitar participar de uma produção em curta-metragem?
O curta-metragem vem ganhando cada vez mais espaço no cinema. Existem muitos festivais de curtas onde as pessoas trocam experiências, onde há o devido reconhecimento e para o ator além de enriquecer o portfólio ajuda também na divulgação de seu trabalho.

Você sente alguma diferença de satisfação profissional entre fazer cinema, teatro e TV?
A satisfação vem da crença na obra, do convívio harmonioso e prazeroso com seus colegas de trabalho, da sua evolução como pessoa e profissional dentro desses tipos de trabalho e do reconhecimento financeiro, que irá te dar possibilidade de viver do seu oficio. Comecei fazendo teatro e muitas pessoas diziam que fazer teatro era muito melhor que fazer novela pois era muito mais artístico e que trazia muito mais crescimento. Quando fiz finalmente minha primeira novela cheguei a conclusão que não importa qual o seguimento que você faz dentro da atuação, quando se é ator se pode ser tudo, o que faz a diferença é a convivência, crença e alegria que esse oficio tão maravilhoso proporciona. Seja na rua, na telinha, no teatro ou para os amigos, se você esta feliz, esta aprendendo, desfrutando dessa experiência e vivendo disso, é o que importa.

Por que os curtas não tem espaço em críticas de jornais e atenção da mídia em geral?
Tenho a impressão que o mercado ainda tem resquícios de uma visão de que o curta é uma alternativa para falta de fomento. Mas existem curtas muito bons que foram feitos para o formato de curta. O curta é um seguimento dentro do cinema, ele já é reconhecido como tal em algumas mídias como no canal Brasil e seu caminho é cada vez ganhar mais reconhecimento.

Como deveria ser a exibição de curtas para atrair mais público?
Os festivais deveriam ser mais divulgados. Deveriam existir mais Festivais. Mais projetos fomentados pela iniciativa privada que levassem o público a conhecer esse seguimento do cinema.

Considera o curta-metragem um trampolim para fazer um longa?
Sim. E também é uma via de mão dupla. Fazer um curta é uma forma de entrar no mundo do cinema, de começar a enxergar como esse mundo funciona, te traz material, experiência, aprendizado. E quem sabe os realmente apaixonados por curtas muitas vezes gostariam mesmo de só fazer curtas?

Dá para o cinema nacional sobreviver sem subsídios?
Não. As dificuldades encontradas pela falta de fomento trazem uma tristeza enorme. Essa tristeza pode ser desmotivadora. É claro que quando se tem mais dinheiro se tem mais recursos e consegue-se atingir uma qualidade melhor. Querendo ou não cinema não é só material humano, é tecnologia também, e tecnologia é cara. As pessoas trocam favores, fazem por amor, não cobram nada as vezes para poder trabalhar em uma obra que acredita, mas o material, é coisa mais difícil, a locação, entre outros mil itens, sem dinheiro, sem apoio, fica impossível fazer cinema de verdade, fica impossível fazer o cinema que é esperado. Mesmo assim vemos milagres acontecerem no cinema nacional, a criatividade e persistência do brasileiro são fora do comum.

O que é necessário para vencer no cinema?
Qualidade. Boa obra, bons contatos, muita informação, uma boa produtora, bons atores e muitos outros itens a serem listados que tenham qualidade. E é claro, fomento.

Qual é o seu próximo projeto?
Estou desenvolvendo um monologo sobre as contradições da natureza feminina com a condição social e psicológica da mulher. Pretendo terminar de produzir até o final do ano e estrear. Nesse caso quero somente assinar a peça como autora.