sábado, 13 de junho de 2015

Bianca Byington


Atriz. Atuou em “Eu Não Faço a Menor Ideia do Que Eu Tô Fazendo Com a Minha Vida”; “Viúva Rica Solteira Não Fica”; “A Dona da História”; “Trair e Coçar É só Começar”; entre outros.

O que te faz aceitar participar de produções em curta-metragem?
Normalmente o que me atrai são as pessoas envolvidas no projeto. Às vezes um roteiro fraco pode se desenvolver e se tornar um trabalho muito rico e interessante. E o contrário também, ou seja, você lê o roteiro, acha bacana e depois o trabalho se mostra chato de realizar ou o resultado final é ruim… enfim, é sempre um risco que temos que estar dispostos a correr! Um filme depende de muitos elementos pra ser bom.

Conte sobre a sua experiência em trabalhar em produções em curta-metragem.
Fiz três curtas nos anos 80. “Acre-Doce” de Juarez Precioso, “Amar” de Carlos Gregório e “A Mulher Fatal Encontra o Homem Ideal” de Carla Camurati. Três filminhos muito legais na minha opinião. “Amar” é na realidade quase um média-metragem, se não me engano tem uns 20 minutos...

Por que os curtas não têm espaço em críticas de jornais e atenção da mídia em geral?
Pouco posso falar sobre os desígnios da mídia em geral, mas suponho que como em toda parte, seja uma questão financeira. Não vende. Hoje em dia, mais do que nunca, só interessa o que vende. O que dá lucro. Muito infelizmente.

Na sua opinião, como deveria ser a exibição dos curtas para atingir mais público?
Talvez se houvesse sessões de curtas exibidos juntos, como nas sessões normais de um longa-metragem. Juntos por assunto, por exemplo, ou qualquer outro critério mais criativo, não sei. A pessoa pagaria para assistir um conjunto de curtas como num espetáculo de esquetes… por que não?

O curta-metragem para um profissional (seja ele da atuação, direção ou produção) é o grande campo de liberdade para experimentação?
Naturalmente por ser mais viável financeiramente, pode parecer mais fácil começar com um curta Ao mesmo tempo, acredito que a linguagem do curta seja específica, e às vezes pode ser mais difícil apresentar uma narrativa sintética do que outra mais extensa…são linguagens distintas, eu acho. No entanto, o descompromisso com o lucro e com o mercado, ajuda muito na hora de criar o que quer que seja.

O curta-metragem é um trampolim para fazer um longa?
Não necessariamente. Pode perfeitamente ser um fim em si, trata-se uma linguagem particular. O sujeito pode querer fazer curtas até o fim dos tempos!

Qual é a receita para vencer no audiovisual brasileiro
Ah, uma receita para a vida dar certo… se alguém tiver, gostaria de saber.

Pensa em dirigir um curta futuramente?
Comecei a dirigir no teatro recentemente, junto com meu trabalho de atriz e produtora. O cinema é um meio muito caro, e acho isso exasperante. Talvez gostasse muito de ajudar na preparação dos atores junto com algum diretor, algo assim. Mas acho a profissão do diretor no cinema, de um modo geral, muito sobrecarregada pela própria estrutura de produção. Prefiro o teatro onde as coisas são mais artesanais e o material humano, por assim dizer, ainda é o principal.