segunda-feira, 1 de junho de 2015

Nica Bomfim


Atriz. No cinema atuou em “Romance da Empregada”; “Luar Sobre Parador”; “Faca de Dois Gumes”; entre outros.

O que te faz aceitar participar de produções em curta-metragem?
Até hoje aceitei fazer todos para os quais me convidaram. Quase todos eram curtas universitários e aceitei por acreditar na rapaziada e fazer questão de colaborar e participar do projeto deles. Sei como é difícil essa fase de formação e início de carreira, e o entusiasmo e dedicação deles me contagia! O estudante de hoje é o cineasta de amanhã!

Conte sobre a sua experiência em trabalhar em produções em curta-metragem.
No início, fiquei bem admirada com a postura profissionalíssima da moçada, apesar da pouca experiência. Mas logo vi que eles são assim: cheios de gás e caprichando muito para aplicar o que aprenderam e fazer um trabalho o mais profissional e perfeito possível! Eles prestam atenção em todos os detalhes, querem obter o melhor resultado; estão atentos, concentrados, responsáveis. Sem falar na energia boa da juventude!

Por que os curtas não têm espaço em críticas de jornais e atenção da mídia em geral?
Acredito que seja por não serem produtos comerciais, respaldados por distribuidoras. É a velha lei do mercado que rege o mundo capitalista. A arte, na maioria das vezes, é refém dessa equação, o que é uma pena!

Na sua opinião, como deveria ser a exibição dos curtas para atingir mais público?
Hoje em dia existem vários festivais de curta metragens, o que ajuda muito na divulgação desses filmes. Antigamente, havia a obrigação de exibição de curtas, antes dos longas, nos cinemas. Muita gente detestava, mas vamos convir que a qualidade dos curtas não era mesmo muito boa. Acho que poderíamos voltar a ter esse espaço, já que estamos produzindo tanta coisa legal! E espaço na tevê também. Tudo que puder ser feito para incentivar, acho muito válido!

O curta-metragem para um profissional (seja ele da atuação, direção ou produção) é o grande campo de liberdade para experimentação?
Sem dúvida! Até pelo fato de não ser tão atrelado à coisa comercial, os curtas propiciam a criatividade. E o resultado merece ser visto por todos!

O curta-metragem é um trampolim para fazer um longa?
Pode ser, mas não necessariamente. Por ser de mais fácil produção, o curta permite que o profissional aperfeiçoe seu trabalho, adquira experiência, o tornando apto para voos maiores. Mas o artista pode se identificar com a linguagem mais livre do curta metragem e preferir manter-se nesse formato, com qualidade tão boa ou até melhor que de um longa.

Qual é a receita para vencer no audiovisual brasileiro?
Quem sou eu para dar uma receita?!... Mas em tudo nessa vida, em especial na carreira artística (que para quem está de fora parece um mar de rosas, cheio de glamour, mas nós, que a praticamos, sabemos como pode ser dura, difícil e instável) a receita é sempre uma: determinação, trabalho e não desistir nunca dos nossos sonhos!

Pensa em dirigir um curta futuramente?
Em todos esses anos de carreira, nunca me senti segura suficiente para dirigir, seja teatro ou cinema. Mas, quem sabe?... Mas uma coisa é certa: quero atuar em muitos curtas, tantos quantos quiserem me convidar. Estou à disposição, meninada!!!