sábado, 13 de junho de 2015

Marco Antônio Pamio


Ator, diretor e professor de teatro. No momento não integra uma companhia fixa, mas desde 1986 tem uma produtora chamada “Anjos de Todas as Cores”, que produziu alguns de seus projetos pessoais, entre eles: “Laranja Mecânica” (1992), “Pobre Super Homem” (2000), “Um Número” (2004), “Edmond” (2006) e “Mediano” (2009).

O que te faz aceitar participar de produções em curta-metragem?
Basicamente uma boa história, contada de maneira eficiente e criativa dentro da linguagem do curta-metragem.

Conte sobre a sua experiência em trabalhar em produções em curta-metragem.
Minha experiência é muito pequena. Fiz um em Curitiba em 1989, "A Loira Fantasma", dirigido pela Fernanda Morini, e mais recentemente, em 2009, "Eulália", dirigido pelo Felipe Adami. Este inclusive ganhou o prêmio de melhor curta no 3º Brazilian Film Festival em Los Angeles. E é só, infelizmente. Acho pouco para um universo tão vasto e diversificado.

Por que os curtas não têm espaço em críticas de jornais e atenção da mídia em geral?
Talvez pela ideia preconceituosa de que o curta-metragem seja uma obra menor do que o longa, o que é um grande equívoco. Já vi grandes trabalhos nesse formato, protagonizado por grandes atores em grandes interpretações. 

Na sua opinião, como deveria ser a exibição dos curtas para atingir mais público?
Não sei exatamente, mas me lembro de que, anos atrás, era exibido sempre um curta antes do filme principal, independente da sessão, horário ou sala de exibição. Era uma lei. E, como tal, era uma faca de dois gumes, já que a obrigatoriedade gerava muita coisa de qualidade bem duvidosa. Acho que hoje em dia os canais a cabo poderiam se interessar mais, criar uma programação atraente, já que são um mercado em franca expansão.

O curta-metragem para um profissional (seja ele da atuação, direção ou produção) é o grande campo de liberdade para experimentação?
Com certeza. Talvez o curta seja para o cinema o que o conto é para a literatura ou a peça em um ato é para o teatro. Acho um verdadeiro desafio para qualquer profissional da dramaturgia contar uma história de maneira sintética e concisa.

O curta-metragem é um trampolim para fazer um longa?
Também é arriscado responder esta questão. Podem existir profissionais que se sintam realizados no gênero e não queiram alçar outros voos, por mais óbvios que eles possam parecer a olhos de fora.

Qual é a receita para vencer no audiovisual brasileiro?
Não faço a menor ideia. Aliás, acho muito improvável existir receita para vencer em qualquer campo, principalmente o das artes cênicas. O dia em que alguém disser que achou a fórmula do bolo, vou duvidar bastante.

Pensa em dirigir um curta futuramente?
Nunca pensei para falar a verdade, mas nunca se sabe. O cinema é um mundo que me fascina bastante.