sábado, 27 de junho de 2015

Isley Clare


Atriz formada pela CAL e tablado, atualmente faz parte da Companhia Fodidos Privilegiados, tendo atuado em mais de 20 peças, destacando O Casamento” e “Escravas do Amor”.

O que te faz aceitar participar de produções em curta-metragem?
Como atriz, adoro estar trabalhando, desde que se tenha um bom personagem e uma boa história a ser contada. Os curtas são mais fáceis de serem produzidos, tendo um bom roteiro e um equipamento, dá para se divertir bastante. É um ótimo exercício para o ator!

Conte sobre a sua experiência em trabalhar em produções em curta-metragem.
Na verdade fiz poucos curtas e todos de forma amadora, com estudantes de cinema, que estavam experimentando. Tudo era um pouco improvisado, não tínhamos verba, as locações eram na casa de amigos, os figurinos, nós mesmos levávamos. O que havia era a vontade de fazer bem feito, o sonho de ir para festivais e na hora do "ação", tudo era levado muito a sério!

Por que os curtas não têm espaço em críticas de jornais e atenção da mídia em geral?
Acredito que tenha pouco mercado para os curtas. Antigamente antes de um longa-metragem, era exibido um curta-metragem, hoje esse espaço é preenchido com propagandas... não vejo interesse em investir em curtas. Falta um espaço direcionado para eles, também não há uma formação de plateia para curtas e os jornais consequentemente não se interessam, não criam espaço.

Na sua opinião, como deveria ser a exibição dos curtas para atingir mais público?
O que poderia se tentar fazer é criar algumas estratégias de marketing, algo que chamasse a atenção da mídia para os curtas e estimulasse o público a ir a uma sessão só de curtas. Alguns nos atrás foi feito no Odeon uma mostra de curtas, onde era oferecido ao público a quantia de 1 real que dava direito a assistir a uma sessão e em cada eram exibidos uns seis curtas. Pesquisas nesse sentido e de incentivo a investidores talvez surtisse algum efeito e a partir daí poderiam até surgir salas de só exibição de curtas, etc.

O curta-metragem para um profissional (seja ele da atuação, direção ou produção) é o grande campo de liberdade para experimentação?
Acredito que sim, por serem mais fáceis de serem produzidos, pode se experimentar mais. Criar muitos roteiros e sair filmando. Teve uma época da minha vida que ia a praia com um amigo que hoje é cineasta e ficávamos horas inventando, criando roteiros de curtas. Imaginávamos várias histórias e era divertidíssimo! Por ser publicitária, além de atriz e filha de escritora, sempre tive muita facilidade nos diálogos, em criar as cenas, era muito bom, mas nunca chegamos a por em prática... uma pena!

O curta-metragem é um trampolim para fazer um longa?
Talvez... começa-se com uma pequena história, vai experimentando, até que, um dia, ousa-se mais. Pode também ser uma boa vitrine. Mas a palavra trampolim remete a algo que se faz para alcançar outro e não acredito muito em estratégias nesse sentido e sim em trabalho bem feito. Tudo que se faz com vontade, com garra, pode gerar um trampolim automaticamente.

Qual é a receita para vencer no audiovisual brasileiro?
Ter uma boa ideia, um bom roteiro e se aliar a profissionais competentes ajuda bastante. Conseguir investidores também. Mas, na arte ou na vida, o mais importante é ter perseverança e não desistir de seus sonhos nunca!

Pensa em dirigir um curta futuramente?
Primeiro sempre penso em atuar, mas, como também adoro escrever, e, no ano passado, escrevi um curta que me emocionou bastante, me passou essa ideia na cabeça... quem sabe?! (risos)