sexta-feira, 8 de maio de 2015

Priscila Harder


Atriz e diretora teatral. Fundadora da Cia. Conto em Cantos, foi indicada em 2010 como Melhor Atriz ao Prêmio Coca-Cola/Femsa de Teatro, com o espetáculo “Amazônia Adentro”.

O que te faz aceitar participar de produções em curta-metragem?
Não tenho muita experiência em interpretação pra câmera, trabalho mais em teatro. Assim quando aceito participar de uma produção em curta-metragem é por querer dominar e aprender mais essa linguagem de interpretação.

Conte sobre a sua experiência em trabalhar em produções em curta-metragem.
Os trabalhos que fiz em curta-metragem foram trabalhos de faculdade ou produções independentes. Geralmente foram trabalhos em que como atriz não recebi cache, por exemplo. Mas proporcionaram me proporcionaram uma experiência legal com a câmera.

Por que os curtas não têm espaço em críticas de jornais e atenção da mídia em geral?
Os jornais e a mídia dão cada vez menos espaço para crítica em arte de uma maneira geral. Muitos críticos foram despedidos de grandes jornais como O Estado de São Paulo, por exemplo. Agora grande parte deles, trabalha como "free-lancer" ao enviar uma crítica. O papel da crítica parece-me que aos olhos da mídia tem se tornado dispensável, empobrecendo um diálogo tão importante entre os artistas e um olhar "de fora", do crítico. Acho que não há interesse dos jornais e mídias em dar espaço aos curtas, que são produções mais baratas e tem pouco investimento de patrocinadores.

Na sua opinião, como deveria ser a exibição dos curtas para atingir mais público?
Acho que uma forma interessante é a exibição nos cinemas antes de um longa-metragem. A internet também tem se mostrado uma importante ferramenta. Tenho assistido muitas produções boas que estão circulando através das redes sociais.

O curta-metragem para um profissional (seja ele da atuação, direção ou produção) é o grande campo de liberdade para experimentação?
Acredito que sim. Justamente porque a produção de um curta-metragem não exige muitos recursos financeiros, a liberdade artística é maior.

O curta-metragem é um trampolim para fazer um longa? 
Pode ser. Mas não necessariamente. O curta-metragem tem suas próprias características. É preciso contar uma história em pouco tempo e isso exige habilidade de toda a equipe de criação. Apreender o espectador em 1, 10, 15 minutos. O roteiro tem que ser impactante. Já o longa exige outra maneira de elaborar a narrativa. Mas é claro que muitos começam pelo curta e depois partem para o longa-metragem.

Qual é a receita para vencer no audiovisual brasileiro?
Não sei a receita. Mas acredito que muita vocação, que envolve determinação, vontade e querer, e talento são a receita para vencer em arte no Brasil. O país investe muito pouco nos artistas e na arte de uma forma geral.

Pensa em dirigir um curta futuramente?
Não, prefiro continuar na atuação!