Cineasta. Integrante do CAP - Escola de TV e
Cinema.
O
que te faz aceitar participar de produções em curta-metragem?
No meu caso começou quando sétimos a necessidade de
produzir nossos próprios trabalhos como resultado dos cursos que eram
ministrados na Cap Escola de TV e Cinema da Bahia sob a direção da minha então
mulher Rada Rezedá. Daí pra frente tomei gosto pela coisa e resolvi que faria
algo digamos...experimental. Isso sem contar com o gosto de estar no set de filmagem
junto com uma equipe de produção e atores. O que além de desafiador é
magnífico.
Conte sobre a sua experiência em
trabalhar em produções em curta-metragem.
Nós temos uma cooperativa a COOPERCINE – BAHIA que apesar
de nova vem desenvolvendo um trabalho junto aos produtores de áudio visual na Bahia
no sentido de subsidiar um ao outro nas suas necessidades , e isso tem rendido
um bom resultado, embora falte muita coisa.
Por que os curtas não têm espaço em críticas
de jornais e atenção da mídia em geral?
Eu penso que há um apelo comercial muito grande em pró
dos longas-metragens em relação aos
curtas, na verdade é uma série de fatores, além da própria cultura que foi se desenvolvendo
no País. O que é uma grande bobagem, pois um bom roteiro desenvolvido num curta
muitas vezes são melhores que muitos longas.
Na sua opinião, como deveria ser a exibição
dos curtas para atingir mais público?
Em função da existência da Lei do Curta, buscou-se uma definição de curta-metragem
que fosse compatível com a sua exibição antes do longa metragem, nas sessões
comerciais de cinema. Por isso, em 1992 a Lei 8.401 já definia o curta-metragem
como o filme "cuja duração é igual ou inferior a 15 minutos". Este
conceito, com a mesma redação, foi mantido pela Medida Provisória 2.228, de
2001, e, portanto permanece em vigor. Só que não é uma coisa respeitada,
inúmeros exibidores burlam essa lei pelo Brasil a fora.
O curta-metragem para um profissional (seja
ele da atuação, direção ou produção) é o grande campo de liberdade para
experimentação?
Sim, Sem duvidas! É uma verdadeira escola...
O curta-metragem é um trampolim para
fazer um longa?
Eu especificamente acho que sim! Pois não deixa de ser um exercício, um
aprendizado que nos traz muita experiência que sem sombra de duvidas iremos
precisar para dirigir um longa-metragem.
Qual é a receita para vencer no
audiovisual brasileiro?
Olha! Acho que se você tem um bom roteiro e uma equipe empenhada, além de
parceiros que te proporcione suporte técnico e trabalhe num sistema de
cooperativismo você pode realizar alguma coisa sem precisar necessariamente de
participar de editais de leis de incentivo a cultura. O que não anula os editais!
Que nós também participamos esporadicamente.
Conte sobre o filme 'Dois de Julho'.
O 'Dois de julho' é um
Projeto do diretor Lázaro Faria, um dileto amigo e parceiro que juntamente com
o Zelito Viana da MAPA FILMES. Que produzirá esse longa-metragem importantíssimo
para resgatar a verdadeira História do Brasil.Como estão os trabalhos na Escola de TV e Cinema da Bahia?
A Cap Escola de TV e Cinema da Bahia é uma escola de formação de atores e uma produtora que é dirigida por Rada Rezedá, minha ex-mulher e amiga que tem um trabalho pioneiro na Bahia a mais de 16 anos. Continuo ligado a essa instituição através de parcerias, no passado fizemos muitas coisas juntos.
Fale sobre a sua parceria com a Casa de Cinema da Bahia.
A Casa de Cinema da Bahia é uma Oscip presidida por meu amigo Lázaro Faria diretor premiado com vários curtas e ex - publicitário, que irá dirigir o longa metragem “Dois de Julho a verdadeira História da Independência do Brasil!” nós somos parceiros em vários projetos e estamos trabalhando num filme internacional chamado “ A Roda do Mundo” que é um trabalho feito em vários Países sobre a capoeira que saiu da Bahia, rodou o mundo e está em todo canto do planeta! Começamos com “Mandinga em Manhattan”, depois veio Mandinga em Colômbia...etc...etc... e por ai vai! Estamos na captação de recursos para fazer mais de 10 Países.
Pensa em dirigir um curta futuramente?
Recentemente escrevi um roteiro para um curta: “Eu não presto, mas eu te amo!” que começaria a gravar agora em Março, mas foi adiado para Abril por causa da produção de elenco que estamos fazendo para um seriado Israelense que será gravado no Brasil exatamente na época programada.