Atriz. Atuou nas telenovelas ‘Além do Horizonte’ e ‘Fina Estampa’. Atuou na curta-metragem ‘A Mão que Afaga’, de
2012, onde ganhou o prêmio Candango de melhor atriz.
O
que te faz aceitar participar de produções em curta-metragem?
Os motivos mudam de um filme para o outro: a historia, a personagem, os atores
com quem vou contracenar, a equipe, o diretor...
Conte sobre a sua experiência em
trabalhar em produções em curta-metragem.
Sou formada pela EAD (Escola de Arte Dramática) e desde então venho fazendo
curtas. Fiz curtas com gente de todas as escolas de cinema eu acho (risos). No
inicio tudo o que eu queria era a experiência e acho que ainda estou atrás de experiência,
porque no final das contas, cada projeto é único. Não é porque eu fiz um curta
aqui, que estarei pronta para fazer o próximo, (com outra temática, outro
diretor, outra equipe). É tudo diferente. O que sei é que o tempo passa, e os
diretores desses filmes também vão seguindo suas vidas profissionais, e se a
parceria foi boa e produtiva, outros projetos surgem. Cada vez mais sinto que
os projetos para os quais sou convidada, estão cada vez mais próximos de como
eu vejo o mundo. Como é o caso de "A Mão Que Afaga" de Gabriel
Almeida Amaral.
Por que os curtas não têm espaço em
críticas de jornais e atenção da mídia em geral?
Eu nunca entendi porque os curtas não tem espaço de mídia ou veiculação. Acho
que é um formato que ainda não foi muito descoberto. A maioria das pessoas não
tem costume de assistir curtas. Eu adoro, porque quando o curta é ruim, acaba
logo e quando é bom você não acredita que acabou. E quase mágico uma historia
ser contada em tão pouco tempo. Acho um desperdício as pessoas não assistirem. Um festival de curtas, por
exemplo, é muito dinâmico, a mudança das temáticas dos universos, e muito rico.
Não sei se as pessoas associam curtas a um experimentalismo exagerado.... eu não
consigo entender.
Na sua opinião, como deveria ser a
exibição dos curtas para atingir mais público?
Bom, acho que os festivais são sempre um bom caminho. Mas que a melhor forma
seria fazer com que os curtas pudessem sair do gueto de curtas. Serem inseridos
na programação dos cinemas de maneira mais estável. Não digo no lugar dos
trailers que isso custa, mas outras formas sei lá, um curta bônus ao fim de uma
sessão de cinema normal. Aqui no Brasil fazemos pouco o "cinema na praça"
essa coisa de passar cinema ao ar livre. Acho que funciona.
Talvez fazer uma formação de público desse formato, fazer uma curadoria de curtas
para jovens. Acho que esse é um formato que funciona muito bem com esse público.
O curta-metragem para um profissional
(seja ele da atuação, direção ou produção) é o grande campo de liberdade para
experimentação?
Sim. Acho que esse formato cria a necessidade de um poder de síntese incrível.
Para o diretor e também para o ator. Muitas ideias que nasceram em curtas, se
transformaram em series e longas. Não que o curta seja "menor" mas é
uma prova de fogo. Como atriz acho o trabalho de criação o mesmo, é só como se
menos cenas fossem mostradas.
O curta-metragem é um trampolim para
fazer um longa?
Como atriz, você diz? Não sei. Acho que tudo depende da historia e dos
personagens que serão necessários para contá-la. Mas acho que não funciona
assim: "Bom ja fiz 3 curtas, agora vem o longa"
Qual é a receita para vencer no
audiovisual brasileiro?
Não sei isso gente! Se souber me passa.
Pensa em dirigir um curta futuramente?
Olha, estou tentando escrever um roteiro de uma serie para TV. Por enquanto só
isso, produzir um curta é de uma articulação com tantas outras áreas, que eu
ainda não me sinto capaz.