Atriz. Trabalhou com importantes diretores, como José Celso Martinez Corrêa, Renato Borghi, Marco Antonio Rodrigues, Zé Henrique de Paula, Antonio Abujamra, entrou
outros. Também atua na televisão e no cinema, como no clássico "Alma
Corsária", de Carlos Reichenbach.
O que te
faz aceitar participar de produções em curta-metragem?
Primeiramente
o roteiro, a estória que vai ser contada. Se o roteiro é bem desenvolvido, a
tendência é que toda a equipe tenha a mesma compreensão e entendimento da
direção, de como essa estória deve ser contada. Depois o personagem, que nem
sempre deve ser avaliado pelo tamanho de sua participação. Depois equipe: gente
interessada, criativa.
Conte
sobre a sua experiência em trabalhar em produções em curta-metragem.
Já
trabalhei com pessoas muito objetivas, que sabiam exatamente o que queriam.
Isso imprimia um ritmo muito ágil às filmagens. Também com pessoas jovens,
saindo da faculdade de cinema, que por não terem muitos recursos, não podiam
filmar repetidamente, então as cenas eram muito ensaiadas, discutidas,
experimentadas, antes da filmagem. Nenhum trabalho é igual a outro, mas o que
eu posso dizer é que sempre é muito bom perceber in loco o ritmo próprio de cada
produção.
Por que
os curtas não têm espaço em críticas de jornais e atenção da mídia em geral?
Acho
natural grandes produções terem maior visibilidade. Mas com a maior
participação de curtas brasileiros em festivais internacionais, alguns deles
com grande destaque, a tendência é que o interesse por eles também aumente,
tanto da crítica quanto do público.
Na sua
opinião, como deveria ser a exibição dos curtas para atingir mais público?
Nunca
pensei nisso, mas acredito muito em festivais, debates e encontros abertos ao
público interessado.
O
curta-metragem para um profissional (seja ele da atuação, direção ou produção)
é o grande campo de liberdade para experimentação?
Talvez, se experimentação não for sinônimo de falta de preparo, se
liberdade não for sinônimo de falta de rigor num trabalho que leve a pelo menos
um vislumbre de um resultado criativo positivo.
O
curta-metragem é um trampolim para fazer um longa?
Não
acredito que o curta-metragem se limite a um exercício de aprimoramento. Acho
que é uma forma de linguagem. Mas claro que por ser uma estória condensada e de
menor custo, é um belo aprendizado.
Qual é a
receita para vencer no audiovisual brasileiro?
Acredito
que antes de tudo deveria haver uma indústria de audiovisual no país. Que se
mantivesse produzindo continuamente, e assim, consequentemente, fosse
aprimorando-se, em todos os segmentos.
Pensa em
dirigir um curta futuramente?
Dirigir é administrar todas as frentes. É preciso ter uma percepção
muito abrangente. Como atriz, acho que tenho o olhar mais interiorizado.
Digamos que meus olhos não têm uma grande angular que os olhos de todo diretor
de cinema devem ter. Prefiro atuar. (Risos).