Ator e produtor, graduado
em Artes Cênicas pela UFMG.
O que te faz aceitar participar de produções em curta-metragem?
Há uma força
que é impossível de conter: a necessidade de atuar. Nestes 15
anos atuando, sua maioria no Teatro, o cinema é um percurso ainda misterioso
para mim. Das poucas
produções que participei, fui convidado diretamente pelos diretores, depois de
me assistirem no teatro. Talvez neste
momento, o que me faz aceitar participar das produções é um "namoro"
com a direção, é a fome com a qual os diretores descrevem seus filmes.
Conte sobre a sua experiência em trabalhar em produções em
curta-metragem.
Para situar
quem for ler esta entrevista, é preciso dizer que nestes 15 anos atuando, meu
principal veículo é o Teatro. Foi na arte teatral que desenvolvi minhas
principais criações.
Fiz três curtas
dentro do universo acadêmico que circularam por festivais, neles trabalhei com
jovens artistas, dispostos e entregues ao risco, porém há algo que ainda me soa
estrangeiro no universo do cinema, a linha de produção que enquadra atores em
elenco, distanciando-me assim do que mais o Teatro me proporciona, a totalidade
da minha criação, me envolvendo em todas instâncias criativas, como luz,
cenário, texto, figurino, etc.
Por que os curtas não têm espaço em críticas de jornais e
atenção da mídia em geral?
Não sei, mas
sendo um pouco leviano e indo pro achismo das coisas, pois me falta estudo pra
responder esta pergunta, acredito que, por não se tratar de uma vedete das
artes visuais e da indústria cinematográfica, os curtas, são como primos
pobres, perdidos nas urgências dos veículos de comunicação.
Também,
acredito, que há uma nova forma surgindo, como é o caso do seu blog.
Alternativas do front.
Na sua opinião, como deveria ser a exibição dos curtas para
atingir mais público?
Acredito que
a TV aberta seja um dos caminhos.
O curta-metragem para um profissional (seja ele da atuação,
direção ou produção) é o grande campo de liberdade para experimentação?
Acho que cada
profissional tem seu modo de criar, algumas parcerias proporcionam uma criação
mais aberta, outras já chegam idealizadas por uma "direção".
Divido aqui uma frase de Liv Ullmann (um das esposas de Bergman)
"Não existe mais aquele investimento no instante pleno que a
câmera flagrava, na busca por um take perfeito, em que a a gente dava o melhor de
si."
O curta-metragem é um trampolim para fazer um longa?
Para o ator
acredito que não, mas para a direção talvez seja.
Qual é a receita para vencer no audiovisual brasileiro?
Não sei,
minha preocupação ainda se resumi na realização. Não tenho
estudo para esta pergunta.
Pensa em dirigir um curta futuramente?
Não penso,
mas é excitante a ideia. Atualmente me
concentro em 2 longas com produção independente.
"Indefinido",
com direção de Cleber Amorim, que começou como um curta e agora tomou
proporções de um longa, e "Amor Líquido" com direção de Vítor
Steinberg.
http://produzindoindefinido.blogspot.com.br/ (Indefinido)
http://fogueira.wix.com/oculto (Amor Líquido)