domingo, 1 de fevereiro de 2015

Felipe Storino


Compositor, músico, produtor e diretor musical. No cinema, atuou na montagem do filme "Tia Eulália - O Império do Divino", de Rodrigo Ponichi, Alexandre Contador e Enrique Cineastra, e do curta-metragem "Filhos da Mãe, de Fernando Simões.

O que te faz aceitar participar de produções em curta-metragem?
Um bom roteiro, ter afinidades artísticas com a direção e com as pessoas envolvidas no projeto, se te estimula a buscar novos caminhos pro seu trabalho, se te toca em algum lugar, se ele te paga decentemente ou se te impulsiona a inventar outros motivos.

Conte sobre a sua experiência em trabalhar em produções em curta-metragem.
Trabalho a mais de dez anos na produção de música para teatro, filmes, propaganda e TV. Fiz três curtas com o diretor Dannon Lacerda (Omoide, Dialogo e Indícios I) e estou finalizando um curta-metragem musical com o diretor Gustavo de Moraes.

Por que os curtas não têm espaço em críticas de jornais e atenção da mídia em geral?
Talvez dê pouco retorno.

Na sua opinião, como deveria ser a exibição dos curtas para atingir mais público?
Queria saber como fazer o público ter mais interesse pelos curtas. Talvez ter mais blogs sobre o assunto, mais festivais, mais atividade nas redes sociais... me ajuda!

O curta-metragem para um profissional (seja ele da atuação, direção ou produção) é o grande campo de liberdade para experimentação?
O curta-metragem é um campo de liberdade e um campo de limite pois você tem um tempo curto para desenvolver a sua ideia no filme. Todas as formas têm a sua liberdade e seu limite. Como uma pergunta já nos dá um campo de limite, a resposta já nasce imaginada e o trabalho do criador é quebrar com esse limite em si e no outro e/ou se aproveitar dele. Isso é a sua liberdade.

O curta-metragem é um trampolim para fazer um longa?
Tem artistas que talvez queiram desenvolver sua linguagem só em contos curtos, outros que prefiram experimentar de varias formas como curtas, médias e longa-metragem. Eu particularmente gosto de criar em diferentes meios, cada projeto tem seu desafio. O curta pode ser um meio de produção mais barata e acessível financeiramente para narrar uma ideia, não necessariamente pois não podemos determinar um valor para uma ideia nem as dificuldades que nela podem caber. Mas de um trampolim nem sempre a gente sabe onde vai cair.

Qual é a receita para vencer no audiovisual brasileiro?
Eu só sei receitas de comida, a receita de vencer não existe em nenhum campo, até a comida pode queimar. Mas, como em tudo, você tem que jogar, confiar no seu trabalho e trabalhar com pessoas que confiam em você, ter tesão naquilo que faz ou não ter saída e isso ser realmente o que te faz viver.

Pensa em dirigir um curta futuramente?
No momento não penso em dirigir um curta. Estou desenvolvendo outros projetos musicais que me alimentam artisticamente. Mas no futuro, quem sabe eu não queira experimentar uma outra função.