Ator. No cinema já são 7 longas. Entre eles “Sem Controle”, “Chico
Xavier - o filme” e “Tropa
de Elite 2”.
O que te faz aceitar participar de produções em
curta-metragem?
Meus critérios pra aceitar fazer
um trabalho são muito subjetivos. Não sigo um padrão. Vai desde trabalhar com
pessoas que gosto, confio e admiro a um bom personagem (independente do tamanho
dele na tela), uma boa história e até mesmo conseguir encaixar o tempo de
preparação e filmagens à minha agenda. Certa vez um dos fortes motivos para
aceitar um trabalho foi a oportunidade de fazer o pai de uma criança.
Conte sobre a sua experiência em trabalhar em
produções em curta-metragem.
Fiz poucos curtas na minha carreira. Acho que
uns 5 até hoje. Não me lembro de nenhum com experiência ruim. Independente do
resultado sempre me senti muito a vontade neles. Muitas vezes até mais a
vontade do que num set de uma grande produção. No curta a equipe é menor, temos
mais chance de arriscar. Todos têm mais chance de arriscar. Isso dá uma certa
liberdade.
Por que os curtas não têm espaço em críticas de
jornais e atenção da mídia em geral?
Uma coisa leva a outra. Os curtas não têm
espaço na imprensa talvez porque não são vistos pelo grande público. Não são
vistos pelo grande público porque não têm espaço de exibição. Não têm espaço de
exibição porque não formamos uma plateia interessada em assistir aos curtas.
Atento para o fato que estou me referindo ao “grande público”. Nós artistas,
produtores, estudantes de cinema e artes em geral, formadores de opinião, etc...
somos o público dos curtas. O curta-metragem acaba se restringindo aos
festivais, exibições esporádicas e alguns pouquíssimos programas de TV. Mas com
a nova lei do audiovisual isso pode mudar.
Na sua opinião, como deveria ser a exibição dos
curtas para atingir mais público?
Estou muito otimista com a nova Lei do audiovisual.
Há duas semanas, zapeando na TV a cabo, passei por dois canais estrangeiros. Em
pleno horário nobre cada um exibia um filme nacional. A cota para produções
nacionais está trazendo uma demanda por material produzido no país fomentando a
nossa indústria. Quem sabe daqui a algum tempo quando for normal assistir
filmes brasileiros (seja longa ou curta) na TV a cabo e aberta em horário
nobre, formaremos uma nova massa de espectadores para o cinema nacional?!
O curta-metragem para um profissional (seja
ele da atuação, direção ou produção) é o grande campo de liberdade
para experimentação?
Sem dúvida. Não acredito que o curta-curtametragista, em
sua maioria, esteja preocupado em somente agradar ao mercado (quase não há
mercado). Isso faz com que ele tenha mais liberdade em contar a sua história da
maneira como deseja e necessita contar. Mais ousadia, mais
tentativa-e-erro-e-acerto, mais alma e menos mercado.
O curta-metragem é um trampolim para fazer um longa?
Não sei. Sei que se aprende muito fazendo curtas. Em todas
as áreas da produção. Mas as pessoas que conheço, e que sempre fizeram curtas,
almejam sim estar em um longa-metragem. Acho um desejo natural.