Ator e diretor. Na universidade, dirigiu, fotografou e
montou alguns curtas-metragens. Em parceria com Dida
Andrade, fundou a produtora Filmes da Lata e dirigiu os
premiados curtas-metragens: “Para que não me
ames” (2011); “O capitão chamava Carlos” (2010) e; “A triste história de Kid-Punhetinha” (2012).
Em 2013, a dupla estreou o longa-metragem “A bruta flor do
querer” (2013)
no 41º Festival de Gramado, onde receberam os prêmios de melhor direção e
melhor fotografia (Gallo Rivas).
O que te faz
aceitar participar de produções em curta-metragem?
Quando não é um projeto
meu (de direção minha) acho que duas coisas são relevantes: a qualidade do
roteiro e do que se quer dizer com esse roteiro e quem é o realizador. Se o
realizador é um jovem que tem gana de estudar e se doar pelo cinema e fazer as
coisas bem feitas, eu sinto muita vontade de ajudar.
Na
sua opinião, como deveria ser a exibição dos curtas para atingir mais público?
Além dos modelos padrões
de festivais eles deveriam saber explorar mais a internet. Porque um festival acaba sendo para um número pequeno de pessoas e
acredito que os festivais deveriam fazer umas exibições, via internet ou TV
durante o festival para que outras pessoal também assistissem e votassem.
O curta-metragem
para um profissional (seja ele da atuação, direção ou produção) é o grande
campo de liberdade para experimentação?
Acho que sim.
O curta-metragem é
um trampolim para fazer um longa?
Não necessariamente um
trampolim, pois você pode fazer bons curtas, mas ainda não conseguir apoio para
realizar um longa-metragem. Acredito que é mais uma fase de se exercitar e
aprimorar o domínio da linguagem cinematográfica para depois conseguir realizar
um bom longa. Hoje tem muitos diretores
que não fazem curtas e vão direto pro longa. Diretores que fazem publicidade e
acreditam que a publicidade pode ser uma boa escola. Mas apesar de serem bons
na publicidade (e isso eu admiro) acho que eles vão pro cinema com muitas
deficiências. Acredito que publicidade pode ser uma boa escola pra se fazer
publicidade, mas nunca para o cinema.
Qual
é a receita para vencer no audiovisual brasileiro?
Se soubesse venderia caro.
(risos).
Mas eu vejo dois
caminhos: o primeiro e mais explorado caminho é a "politica" e contatos.
Pois o cinema brasileiro é um nicho bem fechado e é bem difícil entrar e ter
aceso ao "mingal". Mas quando se tem os contatos, as amizades ou o
parentesco com gente importante, você já tem um bom caminho andado, mas isso
não garante ninguém como bom cineasta. O outro caminho é
simplesmente o trabalho intenso, estudo sério e muita fibra e força de vontade.
Isso não te garante o sucesso, mas vai te deixar solidamente bem preparado e é
só assim que se torna um bom profissional. E assim acredito que pode demorar,
mas uma hora o cara chega lá!
Em suma acho que o
segundo caminho é o mais importante e o qual mais se deva investir. Mas ao
mesmo tempo o cara tem que saber jogar com o primeiro caminho.
Pensa em dirigir um
curta futuramente?
No momento penso mais em fazer um segundo longa ou
trabalhar em algo na TV como uma minissérie. Mas sem dúvida ainda farei outros
curtas-metragens.