terça-feira, 22 de setembro de 2015

Andradina Azevedo


Ator e diretor. Na universidade, dirigiu, fotografou e montou alguns curtas-metragens. Em parceria com Dida Andrade, fundou a produtora Filmes da Lata e dirigiu os premiados curtas-metragens:Para que não me ames” (2011); “O capitão chamava Carlos” (2010) e; “A triste história de Kid-Punhetinha” (2012). Em 2013, a dupla estreou o longa-metragem “A bruta flor do querer” (2013) no 41º Festival de Gramado, onde receberam os prêmios de melhor direção e melhor fotografia (Gallo Rivas).

O que te faz aceitar participar de produções em curta-metragem?
Quando não é um projeto meu (de direção minha) acho que duas coisas são relevantes: a qualidade do roteiro e do que se quer dizer com esse roteiro e quem é o realizador. Se o realizador é um jovem que tem gana de estudar e se doar pelo cinema e fazer as coisas bem feitas, eu sinto muita vontade de ajudar.

Na sua opinião, como deveria ser a exibição dos curtas para atingir mais público?
Além dos modelos padrões de festivais eles deveriam saber explorar mais a internet. Porque um festival acaba sendo para um número pequeno de pessoas e acredito que os festivais deveriam fazer umas exibições, via internet ou TV durante o festival para que outras pessoal também assistissem e votassem.

O curta-metragem para um profissional (seja ele da atuação, direção ou produção) é o grande campo de liberdade para experimentação?
Acho que sim.

O curta-metragem é um trampolim para fazer um longa?
Não necessariamente um trampolim, pois você pode fazer bons curtas, mas ainda não conseguir apoio para realizar um longa-metragem. Acredito que é mais uma fase de se exercitar e aprimorar o domínio da linguagem cinematográfica para depois conseguir realizar um bom longa. Hoje tem muitos diretores que não fazem curtas e vão direto pro longa. Diretores que fazem publicidade e acreditam que a publicidade pode ser uma boa escola. Mas apesar de serem bons na publicidade (e isso eu admiro) acho que eles vão pro cinema com muitas deficiências. Acredito que publicidade pode ser uma boa escola pra se fazer publicidade, mas nunca para o cinema.

Qual é a receita para vencer no audiovisual brasileiro?
Se soubesse venderia caro. (risos).

Mas eu vejo dois caminhos: o primeiro e mais explorado caminho é a "politica" e contatos. Pois o cinema brasileiro é um nicho bem fechado e é bem difícil entrar e ter aceso ao "mingal". Mas quando se tem os contatos, as amizades ou o parentesco com gente importante, você já tem um bom caminho andado, mas isso não garante ninguém como bom cineasta. O outro caminho é simplesmente o trabalho intenso, estudo sério e muita fibra e força de vontade. Isso não te garante o sucesso, mas vai te deixar solidamente bem preparado e é só assim que se torna um bom profissional. E assim acredito que pode demorar, mas uma hora o cara chega lá!

Em suma acho que o segundo caminho é o mais importante e o qual mais se deva investir. Mas ao mesmo tempo o cara tem que saber jogar com o primeiro caminho.

Pensa em dirigir um curta futuramente?
No momento penso mais em fazer um segundo longa ou trabalhar em algo na TV como uma minissérie. Mas sem dúvida ainda farei outros curtas-metragens.