Atriz. Ela escreve sobre a vida de artista no seu blog: www.lialevin.wordpress.com
O que te
faz aceitar participar de produções em curta-metragem?
Principalmente a qualidade do roteiro, ou seja, se a história é interessante e
se segue uma linguagem uniforme e coerente, com uma proposta pensada e sólida.
Me dá muita satisfação realizar trabalhos que tenham alguma mensagem forte para
o mundo, portanto, se o roteiro tem alguma mensagem legal eu gosto. Mas não é
um pré-requisito. A produção estar séria e organizada também é um requisito
importante. Muitos amigos meus atores já relataram topar atuar em curtas
universitários voluntariamente e foram muito mal tratados e enrolados. Acho que
isso é inadmissível.
Conte
sobre a sua experiência em trabalhar em produções em curta-metragem.
Eu nunca
trabalhei em uma produção de curta-metragem, mas sempre tive muita vontade! Uma
vez quase fiz parte de um trabalho de graduação da ECA-USP, cheguei até a
ensaiar, mas acabei não gravando, pois a data coincidiu com uma prova muito
importante que tive para ingressar em uma escola de teatro. Foi uma pena, pois
os alunos eram muito talentosos, organizados e dedicados, o ator com quem
contracenaria era muito bom e o filme saiu bem legal! Uma história jovem e
leve.
Por que
os curtas não têm espaço em críticas de jornais e atenção da mídia em geral?
Imagino que por não serem um
gênero que gera grande público e, consequentemente, não traz lucro. A mídia e a
produção é movida a mercado, e os curtas-metragens ainda não são rentáveis.
Também é uma questão de cultura. Se houver público para os curtas eles passarão
a ser rentáveis. Mas só passará a haver público quando a mídia divulgar. Portanto,
é uma engrenagem cíclica que precisa de algum impulsinho externo para girar.
Algum tipo de incentivo. Não sei qual ainda.
Na sua
opinião, como deveria ser a exibição dos curtas para atingir mais público?
Não
pensei muito ainda sobre esta questão, mas acredito que os curtas poderia ser
exibidos em mais quantidade nos meios em que já são, como na TV, cinema e etc.
É uma questão de quantidade, hábito e de tentar incutir uma cultura na pessoas.
Tornar do público leigo um público frequente e apreciador, assim como foi no
cinema de longas-metragens.
O
curta-metragem para um profissional (seja ele da atuação, direção ou produção)
é o grande campo de liberdade para experimentação?
É também.
Provavelmente por ser mais barato de produzir e de ter o poder de síntese
rápida de uma ideia ou ideologia.
O
curta-metragem é um trampolim para fazer um longa?
Pode ser
sim, pois exibe de forma curta e sintética uma forma e capacidade de trabalho.
Mas é também um gênero em si. A vantagem de um curta é que comunica de forma
rápida e sintética.
Qual é a
receita para vencer no audiovisual brasileiro?
Não sei! (risos).
Se eu soubesse eu seguiria à risca. (risos). Mas acho que esse conceito de
vencer pode ter muitos significados. Para mim, vencer é ser feliz conseguindo
trabalhar e se sustentar fazendo o que se gosta e tendo prazer com os trabalhos
que realiza. Não necessariamente fazer coisas "grandes" e com
"grande público" ou "muito investimento", mas sim
transmitir algo de bom para o público e para o mundo com seu trabalho.
Pensa em
dirigir um curta futuramente?
Nunca
pensei nisso. Mas quem sabe? Pode ser um dia não? Quando estiver buscando novos
desafios.