terça-feira, 22 de setembro de 2015

Bruno Kott


Ator, diretor, cenógrafo. No cinema, atua nos filmes: "Carisma Imbecil", de Sérgio Bianchi (2012), "Reféns" (2012), de Anselmo Ramos e "O Pesar da Dúvida" (2012), de Rafael Nani.

O que te faz aceitar participar de produções em curta-metragem?
Um bom roteiro e um diretor com um objetivo claro do que pretende alcançar com o curta.

Conte sobre a sua experiência em trabalhar em produções em curta-metragem.
Nos últimos anos, devido ao crescimento dos cursos de audiovisual nas universidades, a demanda de curtas metragens tem crescido bastante, muitos projetos bons e outros nem tanto. No caso dos curtas-metragens de faculdade, é muito importante levar em conta o processo individual do estudante. é claro que o desejo é sempre de realizar um bom trabalho mas sem esquecer que o projeto é um espaço para experimentação artística e principalmente pratica do grupo. Por se tratar de um trabalho com pouca exposição e nem sempre os melhores recursos, é importante se identificar com o projeto, por isso fiz poucos curtas, mas os que fiz me ajudaram muito a construir minha identidade artística e profissional.

Por que os curtas não têm espaço em críticas de jornais e atenção da mídia em geral?
Já foi pior. Hoje em dia, existem canais que exibem curtas metragens na tv aberta e paga e o crescimento dos festivais ajuda o divulgar o meio. Acredito que com a expansão do formato de vídeos curtos para a internet os curtas se beneficiarão bastante.

Na sua opinião, como deveria ser a exibição dos curtas para atingir mais público?
Sinto que Festivais e Mostras sempre são os melhores lugares para a exibição. Acredito que o filme precisa da sala de cinema para se concretizar, mas não há como negar o poder que a internet tem para ampliar o publico e democratizar o formato.

O curta-metragem para um profissional (seja ele da atuação, direção ou produção) é o grande campo de liberdade para experimentação?
Depende do momento de cada artista. Se for um curta acadêmico, é um ótimo espaço para se profissionalizar e criar uma identidade artística. se realizado por um profissional mais experiente pode ser um ótimo lugar para ousar e testar novas linguagens e propostas.

O curta-metragem é um trampolim para fazer um longa?
Trampolim eu não sei, talvez para integrantes da equipe técnica sim, mas para o ator participar de um longa os fatores mais subjetivos, como perfil físico e temperamento artístico, ou seja se a sua forma de se relacionar é aquilo que o diretor acredita para o personagem. Uma coisa não como negar, estar a vontade num set e compreender o formato audiovisual, ajudam bastante a trabalhar mais.

Qual é a receita para vencer no audiovisual brasileiro?
Sinceramente não sei. Depende do que é vencer para cada um. Vencer para mim é conseguir realizar na pratica o que passo horas pensando.

Pensa em dirigir um curta futuramente?
Atualmente dirijo e escrevo o programa “No Divã do Dr. Kurtzman” para o Canal Brasil. estou formatando uma série de ficção para a TV a Cabo e escrevendo para o Teatro. Mas assim que tudo isso passar (e passa bem rápido) pretendo dirigir o curta "Onde esta o gato" de Daniel Morozetti.